O Sebrae participou do VII Empretec Global Summit, evento realizado pela Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad), nesta terça-feira (20). O encontro reuniu empreendedores, gestores públicos e lideranças de países como Brasil, Rússia, Nigéria, Uruguai, Argentina, Angola, Tanzânia, Arabia Saudita, Colômbia, entre outros. O objetivo central foi discutir como o programa Empretec pode contribuir para a recuperação econômica das micro e pequenas empresas no período pós-pandemia.
Na oportunidade, o diretor técnico do Sebrae, Bruno Quick, traçou um panorama do impacto da Covid-19 na economia brasileira, principalmente no que se refere às micro e pequenas empresas. “Infelizmente a pandemia interrompeu diversos fluxos de negócios. Devido às medidas de isolamento social, muitos negócios tiveram que demitir pessoas ou até mesmo fechar as portas. O cenário causou muito endividamento para os pequenos negócios, já que são responsáveis por grande parte dos empregos do país. Por isso, investimos em políticas emergenciais, como financiamentos e empréstimos para essas empresas, com objetivo de manter os empregos”, observou.
Quick destacou ainda o lado positivo da pandemia para o segmento: “Os empresários usaram de sua resiliência e transformaram digitalmente seus negócios, aprimorando as relações não presenciais. A atenção com o cliente melhorou, há mais cuidado com os custos de cada operação, mais eficiência. O Sebrae, como representante do Empretec no Brasil, apoiou todas essas iniciativas. Além de oferecer o programa para todos os estados brasileiros, atuamos com cursos gratuitos, monitorias, capacitações e eventos paralelos, com objetivo de fortalecer o empreendedorismo e o network entre os empreendedores”.
A empreendedora brasileira Agda Oliver, criadora de oficina mecânica especializada no atendimento às mulheres, comentou sobre como está lidando com a crise. “Eu precisei ir para o mundo online, faço lives semanais, ensino as pessoas a lidarem com seus carros na pandemia, pois carro parado também precisa de cuidados. Além das dicas, estou atendendo em domicílio e, dessa forma, mantenho o contato com os clientes. Eu, como mulher, empreendedora e ‘empreteca’, indico novas formas de captar clientes. Se o consumidor não está na rua, ele está na internet. Então é lá que o empreendedor precisa focar”, reforçou.
A pandemia pelo mundo
Diretamente do continente africano, a embaixadora e Ministra de Estado da Indústria, Comércio e Investimento da Nigéria, Mariam Katagum, afirmou que o país está focado em recuperar economicamente as micro e pequenas empresas, sendo o Empretec, um programa fundamental para isso. “Por toda a pressão econômica e social da Covid-19 sob as MPE, esse encontro se faz muito importante. Aqui na Nigéria, essas empresas contribuem com quase 50% do PIB nacional. Elas são pivotais na geração de emprego e renda, por isso, iniciativas como essa são essenciais para a criação de um ambiente de negócios saudável”, declarou.
Da Argentina, o presidente do Banco de la Nación Argentina, Eduardo Hecker, afirmou que as micro e pequenas empresas do país são um dos públicos mais afetados pela pandemia. “O que observamos aqui na Argentina é a fragilidade das pequenas empresas em atravessar a crise. Umas das consequências mais importantes foi a transformação digital e a adesão de programas como o Empretec, que trabalham de maneira focada os ecossistemas de inovação, associando treinamento e formação para as MPE. Para se recuperar, as empresas também precisam de financiamentos para pagamento a médio e longo prazo”, informou.
Carmen Sanchez, presidente da Agência Nacional de Desenvolvimento do Uruguai (Ande), destacou que o empreendedorismo tem sido uma saída para os desempregados no país: “As MPE são a espinha dorsal da economia do Uruguai, em contrapartida, são as que estão mais expostas e que têm menos possibilidades de enfrentar as situações da pandemia. Criamos um fundo para incentivar a continuidade do empreendedorismo, tivemos recorde de procura pelos projetos e programas da agência. As pessoas sabem que o empreendedorismo é uma saída para a crise, muitas buscam abrir empresas para sair da inatividade”.
Sobre o Empretec
O Empretec foi lançado na Argentina em 1988 e desde então se expandiu para 40 países em todo o mundo. Em cooperação com instituições locais, o programa ajudou 440 mil empreendedores por meio de centros Empretec orientados para o mercado local. No Brasil, desde 1993, o Sebrae já formou mais de 285 mil ‘empretecos’, o que corresponde a mais de 60% dos capacitados de todo o mundo.