O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) lançou, nesta quarta-feira (1º), em Brasília, o livro “Parâmetros Físico-Químicos para os processos de produção de biodiesel”. O secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (Setec/MCTI), Armando Milioni, fez a abertura do evento. Inédita no Brasil, a publicação fornece dados dos processos de produção e uso do biodiesel para a indústria brasileira, e com isso, preenche uma lacuna na literatura do setor. O livro reúne os principais resultados alcançados por um grupo de pesquisadores do Instituto Nacional de Tecnologia (INT), Universidade de Brasília (UnB), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e da Universidade Federal de Alagoas (Ufal). O estudo foi financiado pelo MCTI, via Conselho Nacional de Desenvolvimento Tecnológico e Científico (CNPq).
“A gente está fornecendo dados do comportamento da mistura durante a transformação do óleo em biodiesel para diversas matérias primas. Então, você tem uma ideia de todo o comportamento dela, e pode pensar em melhorias de equipamentos, dos processos, uso de reagentes, rendimento e várias outras coisas a partir desses dados”, explica o editor-técnico do estudo, Paulo Anselmo Suarez, pesquisador e coordenador geral do Instituto de Química da UnB. “O livro é mais interessante para quem está lá na ponta. Busca saber como as misturas se comportam. Com o livro, nós temos uma visão da evolução do comportamento dessa mistura ao longo do tempo”, afirma.
O biodiesel foi introduzido na matriz energética brasileira há dez anos. Dois anos antes, em 2003, foi estruturado o Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel (PNPB) do Governo Federal, ação que envolve diversos ministérios, entre eles, o MCTI. Tendo a Pasta a missão de executar a Política Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, coube-lhe, no escopo do PNPB, o gerenciamento da Rede Brasileira de Tecnologia de Biodiesel (RBTB). A rede foi criada em 2004 com o intuito de articular a pesquisa e o desenvolvimento do processo de produção desse combustível, identificando e eliminando os gargalos técnicos da área, estruturando uma base científico-tecnológica para dar apoio e orientação ao programa político-social e econômico do governo.
“Até o início da RBTB ou do programa de biodiesel, a gente não tinha disseminado a pesquisa. Hoje, temos grupos de pesquisa implementados em quase todas as universidades do País. Isso trás como consequência a formação de recursos humanos em diversos níveis, superior, pós-graduação e alunos de iniciação científica treinados. Esse é um dos legados mais importantes da Rede”, avalia Suarez. “Desenvolvemos muito conhecimento. Obviamente, muito disso ainda não se transformou em inovação, não está na indústria, mas pode vir a se tornar importante para o setor. Além disso, você tem a contribuição para a definição de políticas públicas, para fiscalização”, acrescenta.
*Com informações do MCTI
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