No dia 6 de novembro, das 9h às 12h, aconteceu na Pré-Conferência Anprotec o workshop “Incentivos à participação de mulheres na ciência, tecnologia, empreendedorismo e inovação no Brasil: Cases, oportunidades e próximos passos”. O workshop foi organizado em um formato intimista, com foco na interação e troca de conhecimento entre as participantes e palestrantes do evento.
A mesa redonda contou com a participação das palestrantes Sheila Oliveira Pires, Diretoria de Apoio aos Ambientes de Inovação do MCTI, Jana Borghi, Multiplicadora da Rede Mulher Empreendedora e Gestora da Casa Sete, Roberta Ludwig, Coordenadora Geral de Empreendedorismo Inovador e Novos Negócios no Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Clarissa Furtado, Gerente de Competitividade da APEX e Ana Luiza Canhestro, Head de inovação no BH-TEC, que atuou como moderadora do evento.
Inicialmente foi realizada uma dinâmica, dirigida pelas representantes da Anprotec. Em seguida foi dado início a mesa redonda com a apresentação das iniciativas representadas pelas palestrantes, ambas mulheres atuantes no âmbito do empreendedorismo inovador, da ciência e da tecnologia e que possuem experiência com iniciativas de incentivo à participação de mulheres nessas áreas.
Roberta Ludwig iniciou as apresentações retratando sobre a sua trajetória no mercado de trabalho até sua transição para a área de inovação, onde hoje atua como coordenadora geral de empreendedorismo no MDIC. Roberta ressaltou a importância de pensar em iniciativas para o apoio ao desenvolvimento dos negócios desenvolvidos por empreendedoras femininas, além de políticas públicas que contribuam para a sustentabilidade desses negócios.
Em seguida, Jana Borghi apresentou a iniciativa Awá Tech, um programa gratuito que visa democratizar o acesso à área da tecnologia, especialmente, para mulheres Amazônidas e periféricas do Norte do Brasil, visando o impacto social local e o desenvolvimento sustentável dessas participantes. O Awá Tech oferece cursos de formação, mentorias de nivelamento tecnológico, mentoria de habilidades socioemocionais e acompanhamento e encaminhamento para o mercado de trabalho, tendo como parceiros iniciativas locais como o Manas Digitais, da UFPA, um programa que visa promover essas mulheres em carreiras de TI na região Amazônica.
Sheila Oliveira contou sobre as iniciativas do MCTI para o apoio à Inclusão Feminina na Ciência, Tecnologia e Inovação. Um dos programas apresentados é o “Futuras Cientistas”, uma iniciativa que visa selecionar e contemplar estudantes mulheres, ainda no ensino médio, com bolsas e equipamentos para fazerem experimentos em laboratórios durante as férias, a fim de que se sintam impulsionadas a adentrar nesse segmento acadêmico. Após essa etapa, as estudantes recebem também um suporte de preparação para o ENEM e são acompanhadas até a inserção ao mercado de trabalho.
O programa tem ótimos resultados, onde a aprovação na graduação é de 75%, das quais 80% escolhem um curso relacionado ao ambiente científico. Além disso, durante a graduação as estudantes recebem mentorias de apoio e posteriormente, na etapa de estágio, recebem uma bolsa de iniciação científica em preparação para o mercado. Somente em 2023 foram cerca de 470 estudantes selecionadas e contempladas com a bolsa.
Outra iniciativa apresentada por Sheila foi o programa ‘Mulheres Inovadoras’, da Finep, que visa apoiar mulheres empreendedoras inovadoras e líderes de startups, de forma a contribuir para o aumento da representatividade feminina no cenário empreendedor nacional por meio da capacitação e do reconhecimento de empreendimentos que possam favorecer o incremento da competitividade brasileira.
Em sequência, Clarissa Furtado apresentou a iniciativa do Programa ‘Mulheres e Negócios Internacionais’ da apexBrasil, agência oficial do Brasil para negócios internacionais, que apoia cerca de 14 mil empresas anualmente. O programa atende prioritariamente empreendedoras de micro e pequenas empresas de regiões do Norte e Nordeste. O objetivo é capacitar as empreendedoras a conquistarem mercados internacionais com inteligência comercial, qualificação, competitividade para exportação, expansão e investimentos.
Clarissa exibiu também o ‘Elas exportam’, uma iniciativa que seleciona mentoradas, líderes ou proprietárias de empresas do setor de agronegócios, alimentos e bebidas, casa e construção, economia criativa, máquinas e equipamentos, moda e saúde, para receberem orientações sobre comércio exterior.
Após o fim das colocações foi dado início ao momento de perguntas e interações entre as participantes para compartilhamento de experiências de mulheres nas áreas de ciência, tecnologia, inovação e empreendedorismo.
O evento contou também com a apresentação de Polyana Targino, Innovation Consultant da Anprotec, do plano de ação do Female Sci-Tech Capacity Building Center Brazil, para todo o território nacional. A iniciativa tem a missão de criar uma rede de colaboração de talentos femininos em sci-tech através de eventos, workshops e relatórios, além de construir e implementar uma rede feminina de talentos na área de ciência, tecnologia e cultura. Polyana retratou a formação do Grupo de Trabalho do Brasil, realizada ainda este ano através da seleção de 10 representantes, mulheres inovadoras, de todo o Brasil, para juntas definirem um plano estratégico eficaz para a iniciativa.
Por fim, conduzido por Camila Mainara, Gerente de Projetos da Anprotec, foi realizado com as participantes do workshop um ‘momento mão na massa’ que possibilitou um levantamento de ações para contribuição de perspectivas e estratégias para o programa, visando contribuir para as áreas de equidade de gênero nos cargos de liderança e proporcionar a capacitação de meninas e mulheres para atuação nas áreas de STEM.