Na última sexta-feira, 18 de setembro, aconteceu mais uma edição do AnproTalks Café. Na ocasião, o coordenador de capacitações da Anprotec, Carlos Eduardo Bizzotto, moderou o debate e conversou com duas representantes de incubadoras associadas à Anprotec sobre o impacto do Modelo Cerne na gestão desse ambiente de inovação.
Após uma rápida apresentação institucional, a coordenadora do Programa de Incubação de Empresas da UniINCUBADORA, Ana Paula Duarte Avena de Castro, e a presidente do Instituto Empresarial de Incubação e Inovação Tecnológica de Canoas/RS (IEITEC), Rosângela Fraga Alves, debateram sobre os impactos significativos percebidos com a implantação do modelo Cerne.
De acordo com Ana Paula, uma das principais mudanças foi a visão da própria incubadora. “Com o Cerne conseguimos ver a incubadora como um todo. Percebemos que algumas áreas mereciam uma importância que não estávamos dando, enquanto outras estavam sobrecarregadas de atenção. Com a implantação do Modelo entendemos que cada um dos eixos da incubadora deve ter um cuidado especial”, explicou a coordenadora, que confessou um certo receio no início do processo devido a escassez de recursos humanos. “Me assustou um pouco, porque no início tínhamos uma ‘euquipe’, então, quando me deparei com todos os eixos, me perguntei: ‘como vou conseguir atuar sozinha?’. Vejo diversas incubadoras no Brasil com grandes estruturas, mas também vejo muitas incubadoras que ainda estão com uma equipe reduzida como era a nossa”, contou Ana Paula, já acrescentando: “Então, ter a certificação Cerne hoje – com as nossas características enxutas – mostra que outras incubadoras com estruturas como a nossa também podem ser certificadas. Assustou, foi trabalhoso e complicado, mas foi possível”.
Rosângela iniciou sua fala se solidarizando com Ana Paula. “Porque essa experiência é muito comum nas incubadoras do Brasil. Começa com uma ‘euquipe’, depois ‘dupique’ e vai indo. Por isso, a atuação da Anprotec é muito importante para o ecossistema, assim como as parcerias. E o Cerne tem um papel muito importante nesse sentido”.
Em seguida, a presidente do IEITEC apresentou os principais impactos do Cerne em termos qualitativos e quantitativos. “Qualitativamente, podemos citar a atuação no mercado no que tange a prospecção de empreendimentos mais qualificados, treinamentos de qualificação de potenciais empreendedores, maior visibilidade, consolidação de parcerias, ampliação do portfólio de serviços, reconhecimento no mercado como centro de referência para apoio aos novos empreendimentos, e mudança de postura dos gestores. Houve um empoderamento do gestor, que assumiu um papel de protagonista no processo de incubação, possibilitando uma administração focada em resultados, tanto para os negócios incubados quanto para a incubadora. Foi um salto muito significativo para a nossa região e no estado em geral. O Cerne está dando certo porque, desde o início, o Sebrae e a Anprotec ouviram os gestores, que lidam no a dia a dia com os processos da incubadora”.
Com relação aos impactos quantitativo, Rosângela apontou que, com a certificação, foi possível mensurar tantos os resultados dos empreendimentos incubados quanto os da incubadora. “Desde a implantação do Cerne em 2016, até 2019, o faturamento total das empresas incubadas aumentou em média 22%. Anteriormente a média era de 10%. Nesse mesmo período tivemos uma ampliação de 38% do número de empresas incubadas. E as graduadas e com sucesso no mercado quadriplicaram”.
Ao final, o consultor e professor da FIA, Diego Coelho, apresentou o resultado parcial da pesquisa do impacto do Modelo Cerne na gestão de incubadoras, que está aberta no site da Anprotec e em sua reta final.
Lançada durante a quarta edição do AnproTalks, em 10 de junho, a pesquisa tem o objetivo de mensurar os impactos do Modelo a partir de indicadores das incubadoras (certificadas ou não) e das empresas (incubadas e graduadas).
Prospectar dados e mensurar os impactos do Cerne na gestão de incubadoras é uma ação fundamental para direcionar as ações da Anprotec e seus parceiros no ecossistema de inovação nacional.
A partir de evidências empíricas será possível realizar uma leitura da realidade que inclui acertos e equívocos, o que poderá apontar caminhos mais interessantes para melhorias na certificação, e, consequentemente no desenvolvimento brasileiro.
Dentre os resultados parciais, Diego apresentou que as incubadoras que já responderam ao questionário são de 18 estados do Brasil e que 58,7% estão vinculadas a universidades. Além disso, a maioria acredita que a implantação do Modelo Cerne a deixa mais atrativa aos empreendedores.
O professor e consultor da FIA finalizou a sua fala mobilizando a todos a participar da pesquisa e, principalmente, a incentivar a participação de suas empresas incubadas e graduadas.
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