Na última sexta-feira, 03 de julho, a sétima edição do AnproTalks recebeu Luis Sanz, atual presidente do conselho consultivo da Associação Internacional de Parques Científicos e Tecnológicos e Áreas de Inovação (IASP), em um bate-papo virtual com o ex-presidente da Anprotec e da IASP Latino América, Jorge Audy, com o tema central “Futuro e Tendências para os Ambientes de Inovação“.
Com uma hora de duração e em espanhol, a live obteve mais de 440 acessos e um pico de 154 participantes concomitantemente.
Sanz, que foi diretor geral-CEO da IASP de 1996 a 2019, iniciou a sua participação no AnproTalks apontando que a crise do Coronavírus surpreendeu o mundo inteiro. “Deveríamos estar mais preparados para receber um golpe dessa natureza; e não apenas do ponto de vista sanitário e de prevenção, mas também pelo lado psicossocial. Com tanta tecnologia, nos desacostumamos a enfrentar pandemias como essa; somos mais frágeis do que pensamos”, disse ele ressaltando que os ambientes de inovação começaram a realizar diversos estudos e debates nesse período. “Aqui na IASP também está sendo assim. Quais impactos os ambientes estão sofrendo e quais medidas estão tomando para amenizá-los?”.
De acordo com ele, a área sofreu um impacto significativo na Europa – que já está em estágio de flexibilização mais avançado do que o Brasil – mas, não como eles estavam prevendo. “Não foi como temíamos. Houve a tentativa e o desejo de não sermos tão pessimistas”.
Ao abordar os impactos sofridos pelos ambientes de inovação, Sanz ressaltou o aluguel de espaços físicos para empreendedores e startups. “Talvez a questão imobiliária seja a mais difícil. Diversos parques deixaram seus espaços muito mais agradáveis, ergonômicos e repletos de oportunidades. E, mesmo com um orçamento governamental inicial, esses ambientes de inovação precisam aprender a viver com o dinheiro que geram; e aí nós temos um problema”, disse ele, já dando dicas nesse sentido. “Mas não vejo razão para pânico. A maioria dos parques estão tomando medidas, de acordo com seus governos, para ajudar suas empresas que foram afetadas financeiramente. Um desses mecanismos é o congelamento dos aluguéis”.
Um segundo impacto, de acordo com ele, é o aumento do trabalho remoto devido às questões de segurança sanitária. Mas, com o início da flexibilização na Europa, já é possível verificar dificuldades para voltar à rotina de antes. “Então, precisamos oferecer novos modelos de espaços ao mercado, e isso implica em um novo desenho de tipos de espaços, novas políticas e novos competidores. Teremos que pensar seriamente sobre esse assunto”, disse Sanz.
Para contextualizar a situação dos ambientes de inovação brasileiros, Jorge Audy contou para Sanz que um grande parque do Brasil já teve 50% da sua área alugada devolvida. “Para você ver a magnitude do que estamos vivendo devido a uma crise econômica brutal, que gera atitudes de curto prazo nos empresários. Estamos no momento de sobrevivência”, descreveu o ex-presidente da Anprotec.
Sanz apontou que, em geral, o fomento dos governos aos parques não teve muita mudança por enquanto, pois, quando a crise estourou, os orçamentos já haviam sido previamente aprovados. “Veremos como será a situação quando tivermos que aprovar o orçamento para 2021. Se os governos não acreditarem na importância da nossa área e criarem outras prioridades, acho que será um erro, porque em momentos como estes ciência, tecnologia e inovação são essenciais”.
O bate-papo entre eles continuou com a participação do público do canal da Anprotec no Youtube.
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