Na última sexta-feira, 10 de julho, os três últimos presidentes da Anprotec estiveram reunidos na oitava edição do AnproTalks, com o atual presidente da Associação, Francisco Saboya, para debater sobre o tema “2010-2020: o que mudou no período e como será o futuro dos ambientes de inovação no Brasil?”.
Na ocasião, Saboya iniciou o debate fazendo uma contextualização do período atual e introduzindo a fala de Francilene Garcia, que foi presidente da Anprotec por dois mandatos (2012-2013 e 2014-2015).
“Esse é o momento para repensarmos diversas questões. Os ecossistemas de inovação estão ligados ao desenvolvimento do país. E tivemos inúmeras desigualdades nesse processo, que se refletiram na não apropriada evolução dos nossos ambientes de inovação. É inadmissível continuarmos a tratar o desenvolvimento sem reduzir as desigualdades”, disse Francilene, apontando três questões que pandemia do Coronavírus trouxe à tona: 1) necessidade de um novo pacto com a política de desenvolvimento do país. “A ciência precisa ser mais considerada em nosso dia a dia. Devemos enxergar as lideranças que podem conduzir essa mudança”; 2) geração de valor social nos negócios, e 3) aumento do nível de prontidão para lidar com crises. “Precisamos revisitar essas assimetrias das regiões brasileiras”.
Em seguida, Jorge Audy, presidente da Associação nos anos de 2016 e 2017, falou sobre investimentos públicos e privados nos ecossistemas de inovação. “Não conheço nenhuma região do mundo onde o capital privado tenha criado as bases para os ambientes de inovação – nem no Vale do Silício. Tivemos muito apoio privado, sim, mas a estrutura deve vir de políticas públicas seguras. Mas, de 2013 para cá, essa visão dos ecossistemas de inovação como desenvolvimento social e econômico secou; tanto o dinheiro quanto a cultura. Temos ilhas de inovação, mas isso é muito pouco pelo tamanho do Brasil. Precisamos de políticas nacionais, e a visão do governo como estruturante deve voltar”.
Para José Alberto Sampaio Aranha, presidente da Anprotec em 2018 e 2019, o momento é das cidades e dos estados. “Precisamos usar as leis de inovação, como o Programa Nacional de Apoio aos Ambientes Inovadores (PNI) em termos nacionais, para esparramar isso pelo Brasil. É o momento de atuarmos em rede; e a Anprotec tem um papel importante nisso, ao energizar a inovação local”, disse Aranha, concordando que a pandemia está aumentando as desigualdades entre as regiões, mas destacando a cultura empreendedora crescente no Brasil. “Precisamos sair da crise acelerando, e a Anprotec irá ajudar nisso”.
“Estamos paralisados, mas com as ferramentas nas mãos, como o PNI, o Marco Legal de CT&I e o FNDCT com milhões contingenciados e precisando de uma assinatura”, acrescentou Saboya.
Jorge Audy finalizou sua participação apontando que os ecossistemas de inovação devem ser enxergados como plataformas de insights em épocas de crise, ou seja, como espaços de conexões com o futuro. “Vamos nos transformar em um global diferente. Um global com preocupação local; menos física e mais remota”.
Os presidentes também responderam as questões do público do Youtube.
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