A Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) publicou nesta terça-feira (15) o primeiro edital para credenciamento de novas unidades de pesquisa e inovação de todo o país. Nesta primeira fase, dez centros serão certificados e poderão investir em projetos utilizando o selo Embrapii. A meta é ter, até o início de 2015, cerca de 23 unidades que terão R$ 260 milhões para desenvolvimento de projetos inovadores.O edital, que estabelece os critérios que as instituições Científicas e Tecnológicas (ICTs) devem atender para utilizarem os recursos repassados pela Embrapii, está publicado na página da empresa.
“O edital estabelece os critérios de elegibilidade de uma ICT. Vamos analisar se os centros têm área de competência bem definida, se sua proposta está compatível com a política de governo, se ele possui estrutura, entre outros critérios. Caso esteja apto, o ICT submete seu plano de ação e vamos verificar se a proposta é consistente”, afirma o presidente da Embrapii, João Fernando Gomes de Oliveira.
PARCERIAS – As unidades credenciadas são o elo da parceria que envolve as empresas responsáveis pelos projetos e a Embrapii. Cada um contribui com um terço do valor global dos recursos necessários. Os institutos de tecnologia e inovação certificados entram com os recursos humanos, estrutura, máquinas e equipamentos. Para firmar tais parcerias, as instituições de pesquisa deverão ser credenciadas a partir de critérios como foco em uma área de competência, infraestrutura e experiência em parcerias anteriores com outras empresas.
O principal ganho com a criação da Embrapii é o início de uma política de investimentos públicos no período pré-competitivo das atividades de pesquisa e desenvolvimento. Essa fase, posterior à escala laboratorial e anterior à comercial, é de alto risco. Daí a importância do compartilhamento técnico e econômico com o setor produtivo.
PROJETO PILOTO – A Embrapii começou a dar os primeiros passos ainda em 2011 com o projeto-piloto que uniu a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP). Nesse período experimental, foram firmados termos de parceria com três instituições de pesquisa: o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) Cimatec, na Bahia, o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), em São Paulo, e o Instituto Nacional de Tecnologia (INT), no Rio de Janeiro. As três unidades integram o número de 23 centros esperados para os próximos meses. Ao todo, foram aprovados na experiência-piloto 68 projetos nas áreas de manufatura, automação, bionanotecnologia, saúde e energia que, juntos, somam R$ 188 milhões. Desse total, R$ 62 milhões são recursos públicos – que triplicaram o aporte inicial. Das empresas que participam via projeto piloto, 30,7% são de alta tecnologia e 61,5% são de média tecnologia.
No SENAI-Cimatec, o faturamento com projetos aumentou na área de competência. Passou de entre R$ 3,5 milhões e R$ 4 milhões em 2012 (sem Embrapii) para R$ 107 milhões. No caso do IPT, o faturamento chegou a R$ 60 milhões no período do piloto.
A Embrapii foi criada a partir das propostas da Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI), movimento liderado pela CNI que pretende colocar a inovação no centro das estratégias das empresas brasileiras. Para a CNI, a inovação é decisiva para a indústria elevar a produtividade e ganhar competitividade.
* Fonte: Portal da Indústria * Foto: Shutterstock