Nesta semana, a Finep e o BNDES lançaram o Plano de Apoio Conjunto à Inovação Tecnológica Agrícola no Setor Sucroenergético, o PAISS Agrícola. O programa tem como objetivo elevar os investimentos em projetos de risco tecnológico e fortalecer as relações entre empresas e setor público. O evento foi realizado na sede da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), em São Paulo, e contou com a participação dos presidentes da Finep, Glauco Arbix, do BNDES, Luciano Coutinho, e do ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp.
No total, serão disponibilizados R$ 1,48 bilhão para o período 2014-2018. O orçamento prevê R$ 1,4 bilhão em financiamentos reembolsáveis, que incluem todas as linhas de crédito de Finep e BNDES, além de instrumentos de renda variável de ambas as instituições. O PAISS Agrícola ainda disponibilizará R$ 80 milhões de recursos não reembolsáveis, sendo R$ 40 milhões por meio do Fundo Tecnológico (BNDES Funtec) e R$ 40 milhões de subvenção econômica pela Finep. Veja o edital, cronograma e mais detalhes na página do programa.
“O desenvolvimento da tecnologia sucroalcooleira é fundamental para darmos saltos na produção. O PAISS Agrícola tem um processo simplificado, com duração de quatro meses, sem a necessidade de envio de documentação física”, afirmou o presidente da Finep, Glauco Arbix. Os primeiros desembolsos serão liberados ainda em 2014.
O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, ressaltou que é preciso acelerar um processo de mudanças no setor de etanol. “A produção de etanol da primeira geração já está otimizada. O próximo passo é introduzir a cana transgênica na produção agrícola para conseguirmos aumentar a produtividade. Vale lembrar que a cana é a segunda maior fonte de energia primária e a primeira renovável no país”, disse.
O PAISS Agrícola pretende impulsionar o setor, coordenar as ações de fomento à inovação e aprimorar a integração dos instrumentos disponíveis para o financiamento de projetos.
A presidente da Unica, Elizabeth Farina, abordou as dificuldades econômico-financeiras do setor e como o quadro deve ser revertido. “É preciso corrigir a política de preços de combustíveis, retomando a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) dos combustíveis e valorizando o etanol como matriz energética. Ações como o PAISS Agrícola tornam possível o investimento em inovação, a retomada de ganhos em produtividade e a redução de custos”, ressaltou ela.
Serão apoiados pelo programa planos de negócios de inovação que se destinem a cadeias produtivas da cana-de-açúcar e de outras culturas energéticas compatíveis, complementares e/ou consorciáveis com o sistema agroindustrial da cana-de-açúcar, desde que inseridas em uma das cinco linhas temáticas fixadas.
A primeira linha inclui novas variedades de cana, sobretudo aquelas voltadas aos ambientes de produção das regiões de fronteira, mais adequadas à mecanização agrícola. A segunda é destinada a máquinas e implementos para o plantio e/ou colheita, e a terceira focará os sistemas integrados de manejo, planejamento e de controle da produção. A quarta linha engloba técnicas mais ágeis e eficientes de propagação de mudas e dispositivos biotecnológicos inovadores para o plantio. A quinta linha destinará recursos para projetos que contemplem a adaptação de sistemas industriais para culturas energéticas compatíveis, complementares e/ou consorciáveis com o sistema agroindustrial do etanol produzido a partir da cana-de-açúcar.
* Com foto e informações da Finep