Um salto na produção nacional de nanotubos de carbono e o avanço de pesquisas relacionadas ao uso desse insumo serão os primeiros frutos do arranjo universidade/empresas que vai instalar, no Parque Tecnológico de Belo Horizonte (BH-TEC), o Centro de Tecnologia em Nanotubos de Carbono (CT-Nanotubos), coordenado pelos professores Marcos Pimenta e Glaura Goulart Silva (foto) , do Instituto de Ciências Exatas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Inédito no Brasil, o CT é uma evolução na produção nacional de nanotubos de carbono, uma vez que altas tecnologias não atendem a alta demanda nacional, e muitas vezes precisam ser importadas. A aplicação industrial dos nanotubos alcança as áreas de energia, eletrônica, medicina e indústrias química e petroquímica.
Os R$ 36 milhões não reembolsáveis que serão aplicados no projeto vão estimular cinco frentes de trabalho no campo da nanotecnologia de materiais de carbono. Antes da construção do prédio de quatro andares que vai abrigar o centro, três operações serão iniciadas ainda este ano no CTN-Incubado, em espaço provisório no BH-TEC.
“Não podemos esperar um ano e meio – tempo necessário à construção do prédio – para aumentar a escala de alguns processos”, explica Glaura, professora do Departamento de Química. Segundo ela, inicialmente serão desenvolvidas ações para ampliação de escala da produção de poliuretano com nanotubos de carbono e de tratamento ácido de nanotubos, bem como caracterização de cimento nanoestruturado para completação de poços de petróleo.
O CT-Nanotubos nasceu de projeto da UFMG, com apoio significativo do BH-TEC e do governo do estado de Minas Gerais, tendo sido aprovado pelo Fundo Tecnológico (Funtec) do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que apoia financeiramente projetos de estímulo ao desenvolvimento tecnológico e à inovação de interesse estratégico para o país.
Com parceria da Petrobras e da empresa InterCement, reúne grupos de pesquisa liderados por dez docentes da Universidade. Segundo Glaura, a iniciativa pode ser considerada um “braço tecnológico” do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) em Nanomateriais de Carbono, coordenado pelo professor Marcos Pimenta, e que reúne 20 outras instituições parceiras, de nove estados brasileiros.
*Com informações da UFMG e foto de Foca Lisboa/UFMG