Os impactos, oportunidades e desafios sociais, culturais e de regulação e governança das novas tecnologias que o futuro emergente carrega, e alternativas de futuros possíveis e desejáveis foram alguns dos tópicos abordados durante a terceira trilha da 33ª Conferência Anprotec.
Com o tema “Futuros emergentes: impactos na sociedade”, o painel contou com a participação de Felipe Koch (Université Paris-Est Créteil), Heloisa Menezes (Fundação Dom Cabral) e Rosa Alegria (Projeto Millennium Brasil). A moderação da discussão foi feita por Emanoel Querette (Anprotec/Embrapii).
As transformações em todas as camadas da sociedade, acontecendo cada vez mais depressa levantam debates necessários sobre quais os possíveis cenários que as mudanças podem criar em relação ao futuro.
Para iniciar o debate, Rosa Alegria, contextualizou a discussão trazendo um pouco das revoluções históricas, ressaltando os intervalos cada vez mais curtos entre elas, e com isso apontando uma possível consequência para os próximos anos. “Na história da humanidade, as mudanças levavam séculos para se consolidar, agora o ritmo é outro. A era da informação já está ficando para trás em uma janela de 50 anos. Agora estamos em um período de automação e terceirização do pensamento humano e precisamos tomar cuidado para que essa fase não nos faça perder a noção do que é ser humano”.
Para falar de futuro, é necessário falar sobre o surgimento de novas tecnologias e seus impactos para a sociedade. Neste sentido, Heloisa Menezes, falou sobre como é preciso um olhar holístico em relação a essas novas soluções. “As novas ferramentas tecnológicas devem trazer benefícios para a sociedade como um todo, mas para isso é necessário antecipar os possíveis cenários de futuro e extrair formas de ação imediata”.
Trazendo uma visão de soluções imediatas para construção de futuros, Felipe Koch, tratou sobre a necessidade de conversão de estruturas reativas para estruturas antecipatórias, criando a capacidade de se pensar de forma orgânica em maneiras de se trabalhar com futuros alternativos. “Precisamos aprender a fazer uso dos futuros, e a principal alternativa neste sentido é o letramento em futuros – ou futures literacy – que é uma capacidade desenvolvida pela UNESCO, que capacita as pessoas enxergarem diferentes cenários de futuros, para assim antecipar as decisões e agir no presente”, encerrou.