Berço do desenvolvimento de diversas empresas, foi uma das precursoras da criação do polo tecnológico de Florianópolis
Uma das iniciativas responsáveis por colocar Florianópolis no mapa do empreendedorismo inovador e promover um polo tecnológico na cidade, a Incubadora CELTA acaba de completar 35 anos. Sua história começa no ano de 1986, onde por meio da expertise da Fundação CERTI, foi criada a primeira incubadora de empresas de base tecnológica do Brasil, focada em auxiliar empresas no desenvolvimento de produtos. Ao longo da sua trajetória, o leque foi se abrindo e hoje o CELTA abriga também empresas que atuam nas áreas de processos e serviços.
O prédio no qual está localizada a sede da incubadora, dentro do Parque Tecnológico Alfa, foi o berço para o desenvolvimento de importantes empresas com destaque no cenário estadual e nacional, como a Intelbras, Reivax, Embraer, Horus e Weg, por exemplo. Parte desse sucesso se deve à metodologia aplicada pela incubadora. Com o edital sempre aberto para que empresas e startups de base tecnológica se inscrevam, as incubadas passam por uma avaliação e, dependendo do resultado e da disponibilidade do espaço físico, ingressam na incubadora e passam por quatro estágios de incubação: implantação, crescimento, consolidação e liberação. A cada seis meses é realizada uma avaliação para acompanhamento de cada estágio.
Durante o período de incubação, todas recebem suporte estratégico por meio da aproximação de redes de articulação, orientações jurídicas, financeiras e de marketing, acesso à infraestrutura da incubadora (salas, laboratórios e internet), além de utilizar softwares de ponta da Amazon e da Siemens, esta última devido à parceria realizada entre o CELTA e a Siemens este ano.
Tudo isso colocou a incubadora em destaque, tornando-a uma referência para implantação de diversas outras iniciativas semelhantes no Brasil e no exterior, como no México, Venezuela e Peru. “Essa é uma das conquistas mais importantes da Incubadora. Ela não ficou parada em Florianópolis, mas ajudou no desenvolvimento de outras iniciativas que auxiliaram no crescimento de muitas cidades”, comenta Tony Chierighini, Diretor da Incubadora CELTA.
Entre outras conquistas acumuladas ao longo dos últimos 35 anos está a ‘graduação’ (quando uma empresa está pronta para sair da incubadora) de 118 empresas. Uma das empresas graduadas pelo CELTA é a RD Station, considerada a primeira startup unicórnio brasileira e que foi vendida por R$ 1,86 bi para empresa Totvs no início do ano. Hoje, a incubadora abriga 33 empresas, gerando um faturamento anual de aproximadamente R$ 67 milhões e cerca de 800 empregos diretos.
Conquistas e parcerias
A Incubadora CELTA foi a primeira a receber o prêmio de Incubadora do Ano pela Anprotec (Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores) em 1997. E durante a sua história, acumula outras três vitórias registradas no currículo, em 2006, 2011 e a última em 2016, sendo a única incubadora a receber o prêmio quatro vezes. Outro importante reconhecimento vem da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), na qual a primeira empresa incubada a ganhar o Prêmio Finep Inovação, em 2001, era do CELTA: a Nano Endoluminal.
Dentre os parceiros que ajudaram a tornar tudo isso possível e promover o desenvolvimento do ecossistema de inovação de Florianópolis estão a Fundação CERTI, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Universidade Estadual de Santa Catarina (UDESC), Governo Estadual e Municipal, Fapesc, Anprotec e entre outros agentes. Com esse apoio, o CELTA conseguiu se diferenciar e se tornar um hub de conexão da pequena, média e grande empresa. “Tudo isso permite que o CELTA continue ativo, inovando cada vez mais e sendo uma referência de modelo a ser seguido”, conclui Chierighini.