Partindo do tema central ‘The Great Reset – a redefinição dos ambientes de inovação’, a trilha 3 da 31ª Conferência Anprotec, que tratou sobre ‘Ambientes de Inovação como Living Labs’, foi realizada na noite desta quinta-feira (11).
Jardel Mattos, diretor de Redes e Associados da Anprotec, realizou a condução da discussão. Estavam presentes os convidados Michael Orlando, docente da Universidade de Colorado, Leandra Costa, coordenadora do Living Labs no Sebrae MS e Ana Cristina Facchineli, docente na Universidade de Caxias do Sul.
A discussão da trilha girou em torno dos livings labs, que tratam de empresas, universidades, autoridades públicas e cidadãos que podem trabalhar juntos para criar, desenvolver, validar e testar novos serviços, negócios e tecnologias da vida real, tais como as redes colaborativas virtuais entre as diferentes partes interessadas de um determinado contexto, permitindo aos diferentes atores não só participar, mas também contribuir no processo de inovação.
Michael Orlando, docente da Universidade de Colorado, iniciou discutindo o papel das cidades no contexto pós-covid. Para ele, ao mesmo tempo que a densidade é o que torna uma cidade especial, por permitir múltiplas possibilidades culturais e conexões econômicas, esse mesmo fator foi justamente o que deveria ser evitado em um contexto de pandemia.
No entanto, como Michael ressalta, essa situação não vai durar para sempre, conforme a população se vacina e novos tratamentos vão se consolidando. E, nesse momento, as cidades reafirmarão sua magia, por meio de sua capacidade de aprimorar o compartilhamento, a correspondência e o aprendizado.
“É importante sintetizar informações e técnicas para conseguir criar soluções e aproveitar oportunidades, isso envolve entender os limites de confiança entre a cooperação entre os parceiros. Membros dessas inovações são ainda mais importantes no mundo pós covid, o desafio é aproveitar o tempo que temos juntos em uma troca mais eficiente”, afirmou.
Na sequência, Leandra Costa, coordenadora do Living Labs no Sebrae MS, apresentou o laboratório vivo de inovação aberta e social, um projeto colaborativo iniciado pelo Sebrae e 40 parceiros, que promove, fomenta e ajuda a desenvolver a cultura inovadora em todo o estado do MS.
As principais frentes de impacto do Living Labs Sebrae são, Hub de inovação para promover conexão, produção e disseminação de conteúdo, programas de aceleração para a comunidade, ativação e uso do living lab como troca de conhecimento. Já são quase 2,5 milhões de pessoas beneficiadas e mais de 719 startups acompanhadas.
A seguir, Ana Cristina Facchineli, docente na Universidade de Caxias do Sul, apresentou o Living labs da Universidade comunitária, com ênfase na preocupação com o desenvolvimento regional e com a necessidade de integrar a cidade aos modelos de inovação centrados no cidadão.
O City Living Lab foi constituído a partir de pesquisa de circunstâncias da vida real, promovendo e gerando inovação. Com o foco em compartilhar conhecimento de forma que ele seja utilizado pela sociedade e região, com propostas formativas a partir das demandas da sociedade. E tendo o conhecimento como principal fator de desenvolvimento.
Segundo Orlando, somente com o compartilhamento do conhecimento será possível superar os desafios e se fortalecer através da interação. Por isso a importância de ter informações para tomadas de decisões. O ambiente de inovação aberta deve ser um programa focado em compartilhar informações e desenvolver habilidades.
“Percebemos que isso funciona de forma muito efetiva e assim o momento e ambiente de interação se tornam muito mais eficazes e produtivos, dessa forma a tecnologia acaba ajudando a nos aproximarmos”, explicou.
Em seguida, Costa ressaltou a importância de fazer inovação para pessoas reais no mundo real, no momento atual.
“O real não é único, ele tem várias perspectivas, e por isso é tão necessário diálogo, desdobramento em muitas ações e compartilhamento constante de informações entre os parceiros para estabelecer um relacionamento”, afirmou.
Ela explicou ainda que a inovação é muito importante, mas que ela precisa vir a serviço do homem, e não o inverso. Só assim os projetos vão se sustentar e fazer sentido.
“Não adianta tecnologia se não servir para o ser humano. E eis o desafio pós pandemia: como reordenar essa forma acelerada de economia e trazer o ser humano no centro”, ressaltou.
Facchinelli acrescentou ainda que o cidadão informado é melhor engajado e isso o leva a um comportamento mais positivo, e que durante a pandemia ficou perceptível a importância desse positivismo da população.
Para isso, é necessário um canal constantemente aberto para usar o conhecimento científico em prol da própria população e que seja capaz de avaliar a eficiência dos investimentos da cidade em relação a percepção da população em relação ao investimento. Inovação para solucionar e endereçar os impactos sociais.
Jardel encerrou afirmando que o Pós Pandemia é o momento de compartilhar as habilidades e o aprendizado, e que a chave para a evolução é fazer isso juntos.