Regiões compostas por polos de inovação, ou seja, com universidades públicas e privadas, incubadoras, aceleradoras, startups, empresas, parques tecnológicos e coworkings, se desenvolvem rapidamente e se tornam mais competitivas, com melhores opções de carreira e qualidade de vida. Isso acontece, por exemplo, com o Vale do Silício, nos Estados Unidos, e com Tel Aviv, em Israel. No Brasil é possível citar cidades como Florianópolis-SC, São José dos Campos-SP, Campinas-SP e Recife-PE.
Esse foi o tema abordado no painel “Desafio – Cidades” que aconteceu durante a 30ª Conferência Anprotec de Empreendedorismo e Ambientes de Inovação, que contou com a participação de Luiz Carlos Pinto da Silva, coordenador do Pacto Alegre, Vinicius Lages, diretor técnico do Sebrae Alagoas, Rodolfo Fiori, cofundador da Gove, e com a moderação de Carlos Eduardo Aranha, diretor de Novos Ambientes de Inovação da Anprotec.
As dimensões de uma smart city tratam dos diferentes sistemas, atividades e funções que constituem e ocorrem na cidade, tais como transporte, energia, educação, saúde, edificações, entre outros. Ao longo do painel, os participantes debateram como os ecossistemas de inovação podem alavancar o desenvolvimento urbano sustentável.
Dando início ao painel, Vinicius Lages introduziu o assunto, relacionando a ascensão de ferramentas tecnológicas com o período em que vivemos, destacando o potencial das cidades inteligentes neste sentido. “Passamos por uma crise dupla, de saúde pública e econômica, que está impactando todos os países. Essa crise acelerou a aproximação com o futuro, no sentido de inserção no mundo digital. As tecnologias habilitadoras já estavam aqui antes da pandemia, o que mudou foi a forma de utilização para solução de problemas. O desafio agora é estabelecer uma gestão do risco que busque desenvolvimento sustentável e minimize os danos, fatores essenciais para uma cidade inteligente”.
O próximo convidado, Rodolfo Fiori, citou os três pontos que afetam o desenvolvimento de uma região, sendo ela urbana ou não. “O primeiro está relacionado à qualidade das instituições formais e informais, desde cultura, controle social, eficiência das finanças públicas e outros fatores. As características ligadas à sociedade, que afetam as pessoas diretamente, tal como saúde, educação básica e segurança, compõem a segunda dimensão. Por último, é a econômica, geralmente é a mais citada quando pensamos em desenvolvimento de regiões, trata-se de mão de obra superior, relação empresa-setor público, academia-setor público e academia-sociedade.”
A busca por objetivos em comum entre os ambientes de inovação e a sociedade foi a questão abordada por Luiz Carlos Silva. “Todos os cases de ecossistemas de inovação pelo mundo, têm algo em comum, que é a capacidade de pactuar e alinhar ações, a convergência é essencial. Com os propósitos em comum é possível reunir as prioridades em uma agenda de ações para realizar mudanças estruturantes para a cidade. A lógica de um pacto é baseada em agregar as forças, ter um foco, incrementar o impacto e possuir uma plataforma de alinhamento e articulação. Compartilhar é sempre mais importante que competir”.