O último dia da 30ª edição da Conferência Anprotec teve início com diferentes painéis simultâneos. A sessão dedicada ao pilar “Tecnologia”, do tema central “Ambientes de Inovação 4.0: Desafios e Oportunidades na Nova Dinâmica Global”, foi moderada pelo diretor de relações institucionais da Anprotec, Rodrigo Mendes, e contou com a participação da diretora presidente da Wylinka, Ana Calçado, e a cofundadora da Pipe.Social, Mariana Fonseca.
A transformação digital deve ser encarada pelos ambientes de inovação e mecanismos de geração de empreendimentos como ‘inovação estratégica’, englobando uma mudança nos fundamentos de suporte aos processos de criação, entrega e captura de valor em todos os tipos de organização; com as bases analógicas – ou analógicas digitais – trocadas por plataformas digitais em rede e redefinindo a maioria dos mercados.
Ao se destacarem como instituições que apoiam o desenvolvimento de empresas nascentes de base tecnológica para a transformação de ideias em empreendimentos de sucesso, os ambientes de inovação têm um papel fundamental nessa nova dinâmica global para a geração de novas tecnologias.
Foi nesse contexto que o diretor da Associação deu as boas-vindas a todos e ressaltou o seu contentamento em debater com duas mulheres tão qualificadas para falar sobre o tema.
Ana Calçado iniciou a sua participação falando sobre as três frentes da Wylinka. “Fazemos a conexão de tecnologias que estão sendo desenvolvidas com o mercado, apoiamos o empreendedorismo e o desenvolvimento de novos negócios de base tecnológica, e atuamos com estratégias para o desenvolvimento de ambientes de inovação, tanto individualmente quanto em conexão com o ecossistema, e de políticas públicas”, disse a diretora presidente.
Em seguida, Mariana Fonseca também apresentou a Pipe.Social, que se destaca como uma vitrine de negócios de impacto de diferentes áreas, como agro, saúde, gestão e cidadania, por exemplo. “Negócios se cadastram na plataforma para que possam ser vistos por investidores e parceiros”, explicou a cofundadora.
Durante o painel, ambas executivas ressaltaram a necessidade dos ambientes de inovação mudarem sua visão sobre a tecnologia como um fim, para pensá-la como um meio. “Como o digital pode ser utilizado no processo do meu negócio, para reduzir custos e auxiliar na gestão e nas finanças?”, questionou Mariana, afirmando que o Brasil ainda está se digitalizando. “Precisamos olhar para os menores passos, e não ver o digital de forma complexa. Podemos ter o incremental e o disruptivo andando juntos com abertura para novos negócios de impacto. Essa é tendência”, disse Mariana Fonseca.
Nessa mesma perspectiva, Ana Calçado citou alguns resultados do estudo realizado pelas instituições para mapear os negócios de impacto no Brasil. “Percebemos que muitos deles utilizam pouca tecnologia, e mostramos como ela melhora a nossa vida, tanto na gestão quanto no modelo de negócio. Percebemos que, muitas vezes, os gargalos são culturais, porque a tecnologia existe”.
Quanto à tendência dos negócios de impacto, as palestrantes afirmaram que essa questão deve estar intrínseca na empresa, e não apenas ser um braço dela na área de responsabilidade social. “Precisa vir de dentro para fora; e uma porta de entrada para as grandes empresas pode ser por corporate venture, acelerando negócios de impacto”, sugeriu Mariana Fonseca.
Ao considerar os ambientes de inovação protagonistas do ecossistema aos promover importantes conexões, Ana Calçado apontou que o desenvolvimento tecnológico é a base para o desenvolvimento da economia. “E os ambientes de inovação estão posicionados de forma estratégica nesse processo”, finalizou a diretora presidente da Wylinka.
Após as apresentações, as palestrantes responderam dúvidas do público e o painel foi finalizado, posteriormente, por Rodrigo Mendes.