Em um mundo de constantes mudanças, no qual a globalização, a economia digital, competitividade, necessidade de preservação do planeta, diminuição de desigualdades sociais, são temas cada vez mais presentes nas agendas das organizações, é necessário saber para onde seguir e quais as oportunidades que se apresentam para os ambientes de inovação.
Para tratar sobre esse assunto, o segundo painel do Workshop Anprotec, que aconteceu no primeiro dia do Innovation Summit Brasil (12/8), em Florianópolis, teve como temática “A nova agenda da geração de startups e as oportunidades para os ambientes de inovação.
O painel foi moderado por Sandro Cortezia, líder temático de Aceleradoras na Anprotec e sócio-fundador e CEO da Ventuir, e composto por Beto Scretas, membro da diretoria executiva da Aliança pelos Investimentos e Negócios de Impacto, Humberto Matsuda, coordenador do Comitê de Venture Capital da ABVCAP, Luis Fernando Corrêa da Silva Machado, chefe da Divisão de Promoção Tecnológica I do Ministério das Relações Exteriores, e Michael S. Rosen, diretor geral de Desenvolvimento Acadêmico e Empresarial da TEKCapital.
Dando início à discussão, Beto Scretas tratou sobre a importância dos investimentos e negócios de impacto para atrair a atenção de incubadoras e aceleradoras. Os Negócios de Impactos podem ser definidos como modelos de negócios com
missão e soluções voltadas para a resolução de problemas sociais e ambientais, comprometidos em monitorar seuimpacto e performance financeira. “O investimento global em negócios de impacto, atualmente é de meio trilhão de dólares, o número representa dez vezes mais do que tínhamos a cinco anos atrás, o que mostra uma evolução considerável. Por outro lado, ele representa somente meio por cento do total de investimento em fundos do mundo todo, ou seja, estamos na direção certa, mas ainda há um longo caminho” diz Scretas.
Na sequência, Humberto Matsuda abordou o assunto sob a perspectiva das empresas scale-ups, tratando sobre a expectativa dos investidores em relação às startups e aos ambientes de inovação, destacando o panorama brasileiro, neste sentido. “Basicamente, existem três formas principais para gerar riquezas, as duas primeiras, que são recursos naturais e exploração de mão de obra, são inviáveis por conta de suas consequências ambientais e sociais. Com isso, sobra a capacidade de inovação, e é isso que tem atraído os investidores. Mesmo em tempos de crise, as startups mostraram bons resultados, poucos anos atrás não tínhamos unicórnios no Brasil e hoje temos, isso mostra o potencial da inovação na atração de investimentos” destaca Matsuda.
Dando continuidade ao painel, Luis Machado ressaltou a necessidade de as startups desenvolverem uma mentalidade global, indo além das adaptações locais, investindo esforços em internacionalização desde o seu nascimento. “Muitas pessoas associam internacionalização somente com exportação, mas, na verdade, os benefícios são maiores, muito aprendizado é adquirido por meio da internacionalização, não podemos limitar apenas à geração de negócios, mas sim envolver tudo que vêm com eles. Existem diversos instrumentos para internacionalização, então é preciso usá-los” afirma Machado.
Para encerrar o painel, Michael Rosen ilustrou o papel das universidades na geração e evolução de startups, utilizando como referência a experiência norte-americana dos Estados Unidos. “Nós acreditamos que as métricas para mensurar a efetividade das universidades no âmbito das startups incluem diversos fatores, como os números de invenções divulgadas, de patentes geradas, de spin-outs e startups produzidas e empregos gerados. Não se trata de quanto dinheiro a universidade tem de retorno, mas sim de quão bem-sucedidas são as startups que saíram dela. As universidades são a base da inovação nos Estados Unidos, e o Brasil deve seguir nesse caminho também” finaliza Rosen.