O StartOut Brasil, programa de internacionalização realizado conjuntamente pela Anprotec, Sebrae, Apex Brasil e pelos Ministérios das Relações Exteriores e da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, levou startups brasileiras para participarem de uma semana de imersão no ecossistema de inovação em Berlim. O grupo é formado por empreendedores de 15 empresas de diferentes setores, como inteligência artificial, otimização industrial, biotecnologia, logística e criptomoedas.
Durante a missão, os representantes das startups irão cumprir agenda de trabalho montada para promover a prospecção de clientes e investidores e a conexão a ambientes de inovação, com visita à Cube Tech Fair, maior feira de tecnologia e empreendedorismo da Alemanha, e aos espaços de co-working e fomento à inovação Betahaus e Factory.
As startups também terão a oportunidade de apresentar seus serviços e soluções a investidores locais. A missão termina na sexta-feira (18/5). Quando retornarem ao Brasil, as empresas terão apoio para definir sua estratégia de internacionalização e realizar a efetiva instalação no mercado alemão (softlanding).
Como explica o secretário de Inovação e Novos Negócios do MDIC, Marcos Vinícius de Souza, o objetivo do StartOut Brasil é promover a competitividade das startups brasileiras. “Queremos que nossas empresas pensem no mercado externo e desenvolvam soluções e produtos que atendam desafios globais. Muitas empreendedores têm tecnologias inovadoras, mas falta experiência para negociar com parceiros estrangeiros”, destacou.
Para Juarez Leal, coordenador de Internacionalização da Apex-Brasil, o programa StartOut oferece uma oportunidade única de aprendizado e desenvolvimento para os participantes. “Ao longo dessa missão à Alemanha as startups farão apresentações de suas soluções e poderão avaliar potencias oportunidades de mercado. Além de entrar em contato com possíveis investidores ou parceiros, seja para desenvolvimento das tecnologias ou acesso ao mercado”, afirma.
Essa é a segunda missão do StartOut Brasil. Em dezembro do ano passado, quatorze empresas participaram de uma imersão no ecossistema de Paris. No segundo semestre deste ano, serão realizadas missões em Miami e Lisboa.
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Agenda
No domingo, os empreendedores participaram de um treinamento de pitch, como são chamadas a apresentação de vendas das empresas, na Embaixada do Brasil.
Nesta segunda, haverá um seminário de internacionalização com especialistas do mercado alemão. Participam do evento o vice-diretor geral do Ministério para Economia e Energia da Alemanha (BMWi, na sigla em alemão), Andreas Gordeler, e Josefina Nungesser, da agência alemã de comércio e investimentos (GTAI), além de representantes da agência de investimento de Berlim (Berlin Partner), do banco de investimento da cidade (IBB), do fundo alemão de investimento em startups do setor de tecnologia (HTFG), advogados, consultores e profissionais de recursos humanos.
De noite, os empreendedores se apresentam para especialistas do mercado Bernd Peteres, da T-Labs, laboratório de inovação da Deutsche Telekom; Andrea Piazza., consultora especialista em modelos de negócios; e Rakesh Thadani, da Wipro Ventures, braço de investimento da empresa de TI Wipro.
Na terça e quarta-feira (15 e 16/05), os empreendedores participam da Cube Tech Fair, maior feira de empreendedorismo e tecnologia da Alemanha. O evento conecta startups de alta tecnologia a grandes corporações e investidores europeus.
No dia seguinte (17/5), haverá uma visita a Betahaus Berlin, escritório compartilhado para empresas, que tem mais de 500 membros. A empresa também tem escritórios em Hamburgo (Alemanha), Sofia (Bulgária) e Barcelona (Espanha) e parceiros na América do Norte, Ásia e Oriente Médio.
Também na quinta, acontecerá uma rodada de apresentações das startups na Embaixada do Brasil para investidores alemães e potenciais clientes.
No último dia da missão (18/5), os empreendedores irão conhecer a Factory. Inaugurada em 2014, a empresa tem mais de mil membros de vários países e atende o Google, Uber e SoundCloud, além do Deutsche Bank. A Anprotec acompanhou toda a programação da missão.
Seleção
As startups foram avaliadas levando em consideração o grau de inovação, mapeamento preciso do ecossistema em que está interessada e maturidade da empresa e da equipe. Além disso, o processo de seleção contou com avaliação de especialistas do ecossistema alemão, que avaliaram o potencial de negócios da startup na Alemanha. Entre as 15 startups aprovadas, seis já receberam ou ainda recebem apoio de entidades associadas à Anprotec. São elas:
PluriCell Biotecnologia: A startup desenvolve células cardíacas humanas para serem usadas em pacientes com doenças cardíacas. Ela foi apoiada pelo Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia de São Paulo (Cietec-SP).
TNS Nanotecnologia: A TNS desenvolve, a partir da nanotecnologia, produtos químicos voltados ao controle e eliminação de microrganismos patogênicos, como fungos e bactérias. A empresa é apoiada pelo Centro Empresarial para Laboração de Tecnologias Avançadas (CELTA).
Reciclapac: A Reciclapac desenvolve embalagens retornáveis e inteligentes a partir de uma plataforma de IoT para gestão Logística. Por meio de dispositivos eletrônicos acoplados a equipamentos, empresas e fornecedores da cadeia logística têm a geolocalização e outras informações que permitem a gestão dos processos de suprimento, armazenamento e distribuição. A startup é apoiada pelo Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia de São Paulo (Cietec-SP).
Macofren: Fundada em 2012, a Macofren desenvolve kits e testes rápidos para análise de qualidade na indústria de combustíveis, lacticínios e cosméticos. Os produtos são focados no combate a fraudes e adulterações em produtos e matérias primas desses mercados. A startup foi apoiada pelo Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Universidade de Brasília (CDT/UnB).
Órbita Tecnologia: A Órbita Tecnologia oferece soluções baseadas em visão computacional, inteligência artificial e machine learningpara a indústria 4.0. Fundada em 2016, a startup busca garantir o controle de qualidade dos produtos de seus clientes, evitando custos com reclamações de garantias e logística reversa. A empresa foi apoiada pela Nascente das Gerais (MG).
AWA: Fundada em 2015, a AWA desenvolve tecnologias assistivas inteligentes para pessoas portadoras de necessidades especiais. A principal solução da startup é o Eyeround, óculos inteligente para pessoas cegas que detecta obstáculos, lê textos e descreve lugares para o usuário. A empresa foi apoiada pelo Porto Digital (PE).
Também foram selecionadas pelo Programa as startups:
Kryptus: A empresa atua no setor de segurança cibernética e leva a Berlim uma plataforma de combate ao vazamento de dados, a KNet, utilizável tanto em redes públicas (informações colocadas em nuvens de dados) quanto em redes empresariais privadas.
Pipefy: A empresa desenvolveu uma ferramenta para gestão de processos que dá ao usuário final a capacidade de customizar a solução da maneira que melhor lhe atenda, por meio de uma interface amigável e sem necessidade de programação.
Shelfpix: Aplicando conhecimentos de redes neurais, visão computacional e robótica, a Shelfpix criou uma plataforma de pesquisa para Trade Marketing baseada em Inteligência Artificial.
Rocket.Chat: A empresa desenvolveu, em código aberto, uma plataforma de comunicação e colaboração para empresas, que oferece diferentes recursos como chatbots, omnichannel, envio de vídeos e arquivos, entre outros.
VM9: A empresa desenvolveu uma plataforma multimodular para gestão pública, que inclui ferramentas para tramitação digital de processos (e-government), gestão de dados geospaciais e criação de redes IoT (internet das coisas), entre outras soluções. A VM9 já atende a prefeitura de Viena, na Áustria, com módulos de gestão de energia e mobilidade urbana.
Mercado Bitcoin: Fundado em 2011, o Mercado Bitcoin é a maior plataforma de venda de criptomoedas do Brasil e da América Latina em número de usuários – tem mais de um milhão de clientes. A startup conecta compradores e vendedores de moedas digitais e armazena as criptomoedas de seus usuários.
BirminD: A startup desenvolve soluções de softwares que geram melhoria de eficiência em processos industriais em fornos, compressores, sistemas de medição, produção em escala e desossadores automáticos. Em dezembro, a BirminD participou da primeira missão do StartOut Brasil.
Flying to the sun: A startup Flying to the Sun desenvolve projetos de árvores solares, estações de carregamento solar para bicicletas elétricas e bolsas de tecidos biológicos feito por bactérias. As empreendedoras da startup participaram da missão do StartOut Brasil em Paris.
Intelup: Por meio de sua plataforma de software, a Intelup identifica desvios operacionais no chão de fábrica relacionados a dados de sensores (como temperatura, tempos de ciclos e medidores de vazão) e qualidade (análises físico-químicas) e emite alerta aos gestores das operações com sugestões para correção dos problemas.
*Fonte: MDIC