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“O Parque Tecnológico de Brasília é uma grande oportunidade para mudar o conceito de ambiente da cidade. O BioTIC será um território de inovação e precisa ser integrado com a cidade. O parque tem que estar dentro da cidade e a cidade dentro do parque”, afirmou o vice-presidente da Anprotec, José Aranha, nesta quinta-feira (15), ao abrir a mesa “O Parque Tecnológico BioTIC e a política de Ciência e Tecnologia do Distrito Federal”, que fez parte do Fórum cidades inteligentes e humanas: o caminho para o futuro da Campus Party Brasília.
O parque será um instrumento para unir pessoas, explicou o representante da Terracap, Hideraldo Almeida, ao responder como o BioTIC se insere dentro da cidade.
“O objetivo é trazer para Brasília um parque de terceira geração, que agregue o conhecimento da academia com a vontade dos empreendedores e com o apoio do governo local, tudo isso para fazer com que a tríplice hélice funcione e movimente a cidade e a economia”, pontuou Almeida. “Esse é um parque de inovação e inovação é algo urgente, que precisa acontecer a todo momento. Nós acreditamos que não basta colocar recursos do governo no parque, ele precisa se sustentar economicamente”, acrescentou.
Também foi ressaltado durante a mesa o que o BioTIC não é. “Não é um distrito industrial, um loteamento de empresas ou um empreendimento imobiliário. Nosso compromisso é manter aquela área como uma área de inovação permanente”, disse Almeida. Que explicou ainda que a expectativa é de que o local, que tem potencial para abrigar até 1.200 empresas, crie de 25 a 30 mil empregos.
Políticas Públicas
Para explicar como a tecnologia pode ajudar a fazer a cidade mais inteligente o Subsecretário de Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Distrito Federal, Mauro Carneiro, contou que o BioTIC faz parte de um plano do governo de Brasília para diversificar a cultura produtiva da cidade. “É nas empresas que a inovação é feita. Em Brasília, existe um público ávido para um sistema de Ciência, Tecnologia e Inovação pujante”, disse.
Além disso, ele também afirmou que o BioTIC é o primeiro Parque Tecnológico do Brasil com o esforço da iniciativa privada. “O governo está envolvido, principalmente no espaço físico, mas o projeto conta com grandes investidores, que poderão apostar nas ideias pelas startups instaladas lá. Pela primeira vez o Distrito Federal está estruturando uma política de CCTI com a participação ampla da academia e da iniciativa privada lá na ponta”, finalizou Carneiro.
Capital humano
“Os nerds não vão para qualquer lugar, eles vão para onde se sentem bem. É fundamental que um ambiente de produção agradável seja criado dentro do parque para ele dar certo”, disse Aranha ao chamar a sócia-fundadora do coworking Espaço Multiplicidade, Cristiane Pereira, para o debate.
“Temos que criar espaços de convívio em que as pessoas se sintam bem para produzir. Brasília foi criada de um coworking, ou seja, várias pessoas trabalhando juntos por uma causa”, afirmou Cristiane. Segundo ela, o local precisa ser independente, colaborativo e sustentável.
Além disso, Cristiane provocou o debate a respeito de como os espaços de coworkings podem e precisam se relacionar com as cidades satélites de Brasília, e não só com o Plano Piloto. “O ambiente de colaboração precisa receber a sociedade e o governo para resolver os problemas da cidade”, afirmou. “O BioTIC são pessoas, precisamos promover encontros dentro desses espaços. Como faremos isso? Integrando as pessoas e fazendo elas estarem juntas, fazendo com que todo mundo consiga conversar em conjunto. Inclusive, precisamos criar uma pesquisa sobre o ambiente criativo do DF, o parque tem que saber o que existe aqui dentro”, finalizou.
Futuro de Brasília
“Quando andamos em um evento como a Campus Party podemos entender o que realmente os jovens estão querendo, e o que eles querem é participar da ciência e tecnologia e inovação”, afirmou Aranha ao puxar o tema para o futuro de Brasília.
Para Hideraldo Almeida o futuro de Brasília é ser uma cidade inteligente e humana, “que consiga por meio das pessoas construir soluções para seus problemas. Enxergo como uma cidade que vai evoluir e conseguir trazer esses conceitos, pensar antes de construir. Uma cidade que pense primeiro no ser humano e que traga a tecnologia para auxiliar nesse processo e o BioTIC é o espaço para realizar isso e também fortalecer a economia local e fazer com que a cidade saia da matriz que depende do serviço público”, afirmou.
Já para Cristiane Pereira, Brasília será uma cidade pioneira na área de inovação e empreendedorismo, “para isso precisamos envolver o cidadão. Existem 21 ambientes de coworkings na cidade. Cabe a nós sociedade irmos atrás do que queremos. O que eu espero de Brasília é que consigamos construir uma visão criativa da cidade”, afirmou.
Além disso, Mauro Carneiro, afirmou que o caminho para o futuro desejado é árduo, mas acredita que a força das pessoas envolvidas nos projetos permitirá que Brasília torne-se uma cidade inteligente. “Sim, vamos chegar lá. Deixaremos de ser uma estrutura de comércio e serviço”, disse.
“Brasília é foi feita por empreendedores e esse projeto será algo que realmente mexerá com a cidade, o que mais precisamos é criar coisas para o mundo e não trazer coisas do mundo”, disse Aranha ao finalizar o debate.
O parque
A expectativa é que o BitoTIC seja inaugurado até o fim de 2017. O local abrigará empresas com foco em inovação, tecnologia da informação, biotecnologia e comunicação. A concepção do Biotic foi elaborada pela Terracap em parceria com a Federação das Indústrias do Distrito Federal (Fibra) e a Secretaria Adjunta de Ciência, Tecnologia e Inovação do Distrito Federal.
O local será administrado por um fundo de investimento e ocupará uma área de 1,2 milhão de metros quadrados, entre a Granja do Torto e o Parque Nacional de Brasília.
Já funcionam no local os centros de processamento de dados do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, além de uma subestação da Companhia Energética de Brasília (CEB).
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