



A presidente da Anprotec, Profa. Adriana Ferreira de Faria, participou na última quinta-feira (5) de reunião do Conselho de Administração da Finep, em Brasília, onde apresentou um panorama completo dos ambientes de inovação brasileiros. O encontro reuniu representantes do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), do Ministério da Fazenda, do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, além de conselheiros independentes e representante dos empregados da Finep.
Na ocasião, a Profa. Adriana apresentou dados do estudo “Evolução, Impacto e Potencial dos Parques Tecnológicos do Brasil”, publicação do MCTI lançada durante a 35ª Conferência Anprotec, realizada em novembro. A pesquisa, coordenada tecnicamente pela presidente da Anprotec junto ao Núcleo de Tecnologias de Gestão (NTG) da Universidade Federal de Viçosa (UFV), revela que o país conta atualmente com 64 parques tecnológicos em operação, 42 em fase de implantação e outros 7 em planejamento, totalizando 113 iniciativas mapeadas. Esses ambientes abrigam 2.706 empresas e organizações, gerando mais de 75 mil empregos diretos e faturamento superior a R$ 15 bilhões.
A apresentação também trouxe números expressivos sobre as incubadoras de empresas, com 216 iniciativas registradas na plataforma InovaLink e mais de 1.380 empresas incubadas. Desde sua criação, os programas de apoio a empreendimentos nos parques tecnológicos já atenderam mais de 14 mil empresas, entre pré-incubação, incubação, residência, coworking e aceleração.
“Os parques tecnológicos brasileiros são jovens — com idade média de 13 anos — e ainda pequenos, o que indica um enorme potencial de crescimento à medida que amadurecem. Os dados mostram que esses ambientes funcionam como filtros e atratores de empresas inovadoras, com impacto comprovado na capacidade de inovação, no depósito de patentes e na qualificação do emprego”, destacou a presidente da Anprotec.
A Profa. Adriana ressaltou ainda a necessidade de retomada do apoio federal aos ambientes de inovação, especialmente às incubadoras. “A última chamada pública específica para incubadoras foi lançada em 2011. Desde então, o ecossistema cresceu significativamente, mas sem o suporte direto de editais federais. Os parques e incubadoras são organizações intermediárias fundamentais para converter conhecimento científico em desenvolvimento sustentável, e precisam de políticas públicas perene continuadas para cumprir esse papel”, afirmou.
O Conselho de Administração da Finep recebeu positivamente a apresentação, sinalizando perspectivas favoráveis para o fortalecimento do apoio aos ambientes de inovação.
Para o presidente da Finep, Luiz Antônio Elias, a participação da Anprotec é estratégica para a atuação da Financiadora. “A Anprotec é um elo fundamental entre os ambientes nacionais de inovação e as instituições de financiamento à inovação, como a Finep. A associação tem atuado na apresentação de estatísticas e de um panorama amplo do ecossistema de inovação nacional, com foco no empreendedorismo, bem como com sugestões de atuação e da elaboração de políticas voltadas aos ambientes de inovação”, destacou Elias. O presidente ressaltou ainda que a participação da Anprotec é fundamental para ampliar o debate sobre o papel dos parques tecnológicos e incubadoras no ecossistema de inovação e o papel central da Finep no financiamento para esses ambientes.
A Anprotec, como representante nacional dos parques tecnológicos e incubadoras, segue atuando junto às instâncias governamentais para articular políticas e recursos que fortaleçam a infraestrutura de inovação do país. A associação integra o Conselho Consultivo da Finep, fórum que reúne entidades da sociedade brasileira para contribuir com as diretrizes estratégicas da Financiadora.
Sobre os ambientes de inovação no Brasil
Os dados sobre parques tecnológicos são do estudo “Evolução, Impacto e Potencial dos Parques Tecnológicos do Brasil”, publicação do MCTI lançada na 35ª Conferência Anprotec. Os parques e incubadoras brasileiros acumulam investimentos históricos de R$ 14,89 bilhões e projetam necessidade de mais R$ 3,43 bilhões para expansão. As empresas residentes pagam anualmente R$ 1,2 bilhão em impostos e registraram mais de mil depósitos de patentes apenas em 2024. Os ambientes de inovação estão presentes em todas as regiões do país, com maior concentração no Sul e Sudeste, mas com crescimento expressivo no Nordeste e Norte.