A Finep promoveu nesta quarta-feira, 8/5, em sua sede, no Rio de Janeiro, o 1º Seminário Deep Tech Brasil. Com o tema “Construindo uma política pública de apoio às Deep Techs”, o evento marca um passo estratégico para o fortalecimento do ecossistema nacional de inovação de base científica e tecnológica.
A abertura contou com a participação do presidente da Finep, Celso Pansera, e de seu chefe de Gabinete, Fernando Peregrino; do diretor do BNDES, José Luís Gordon; do diretor do Sebrae, Bruno Quick; e da diretora da ApexBrasil, Ana Repezza. “As deep techs representam a vanguarda da inovação e precisam estar no centro da estratégia de neoindustrialização do país”, afirmou Pansera. José Gordon reforçou que “a articulação entre atores públicos e privados é essencial para transformar conhecimento em desenvolvimento”. Bruno Quick destacou que “a força empreendedora brasileira precisa do suporte certo para transformar ciência em negócios”. Já Ana Repezza lembrou que “as Deep Techs são uma ponte natural para a internacionalização da inovação brasileira”.
Com apoio de mais de 20 instituições — como ANPROTEC, CGEE, Embrapii, Confies, Abstartups, ABDE, ABIPTI, Emerge, Wylinka, entre outras — o evento reafirma o papel da Finep como articuladora de uma política nacional robusta para o setor. O evento contou com a participação de 200 pessoas de forma presencial e cerca de 400 online.
Durante o evento, as instituições assinaram protocolo de intenções para a criação de políticas públicas em prol das Deep Techs no Brasil, fortalecendo o compromisso conjunto com o desenvolvimento de empresas intensivas em ciência. O seminário integra uma mobilização maior liderada pela Finep, que em 2024 promoveu 13 seminários regionais e participou da 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (CNCTI), aprofundando a formulação de políticas de fomento à inovação de fronteira. A Finep também lançou o livro “A Finep e a Neoindustrialização – Startups, Deep Techs e seus Ecossistemas”, consolidando suas propostas nesse campo.
O evento contou com vários painéis sobre o tema. O primeiro, sobre as raízes das Deep Techs, teve a participação de Adriana Ferreira (Anprotec), Felipe Borini (USP), Mona Oliveira (Biolinker) e Valdirene Peressinotto (Gerdau Graphene). Todos os debates do seminário foram moderados por Fernando Peregrino.
No primeiro painel, a presidente da Anprotec, destacou a origem dessas empresas e também a importância das deep techs no avanço tecnológico do país. “Eu orientei uma dissertação de mestrado na UFMG faz um tempo que nós buscamos entender o que impactava a taxa de crescimento de criação de novas empresas de base tecnológica no estado. E o único número que realmente impactou essa taxa, foi o número de estudantes da pós graduação”, comentou Adriana.
“A grande preocupação é como criar essas empresas, esse é o grande desafio. Como nós podemos transformar todo esse conhecimento científico produzido em inovação? Por isso se fala de uma universidade empreendedora e inovadora”, completou a presidente.
O segundo painel, voltado ao tema do financiamento às deep techs, reuniu Célio Cabral (FAPESP), Fábio Biagini (BNDES), Cristiane Abreu (Finep), Agnaldo Dantas (Sebrae) e Rodrigo Menezes (FM/Derraik).
Já a terceira mesa do dia, que abordou a internacionalização e comercialização no exterior, contou com a participação de Danielle Moraes (N7 Ventures), Alexandre Barragat (Finep), Rafael Bottos (Aptah Bio) e Rafael Leal (Ministério das Relações Exteriores/Itamaraty).
O evento encerrou com um painel sobre ecossistemas no Brasil, que trouxe Alex Dal Pont (Petrobras), Adriana Ferreira (Anprotec), Nadja Oliveira (Parque Tecnológico da Paraíba) e André França (CNI).
Para a presidente da Anprotec, Adriana Faria, os ambientes de inovação — como incubadoras, aceleradoras e parques tecnológicos — desempenham um papel fundamental na jornada das deep techs, ao criar pontes entre a pesquisa científica de ponta e o mercado. “As deep techs exigem tempo, infraestrutura e suporte altamente especializado para transformar ciência em soluções viáveis. Ambientes como incubadoras e parques são o elo estratégico entre a produção de conhecimento e sua transformação em produtos, serviços e modelos de negócio que geram impacto econômico e social”, destacou Adriana. Segundo ela, o fortalecimento desses ambientes deve ser uma prioridade nas políticas públicas voltadas à neoindustrialização e ao desenvolvimento de tecnologias disruptivas no país.
A mobilização representa um marco para o ecossistema brasileiro de inovação, ao colocar as Deep Techs no centro da agenda de desenvolvimento e ao reconhecer, de forma colaborativa, o papel estratégico dos ambientes de inovação nesse processo.
Com informações de: Finep http://www.finep.gov.br/noticias/todas-noticias/6960-finep-lidera-articulacao-nacional-por-politica-publica-de-apoio-as-deep-techs-no-brasil