A diretora da Anprotec e coordenadora da incubadora do Instituto Federal do Ceará (IFCE), Maíra Nobre, participou do curso “Insight into the Practical Perspective of Intellectual Property Rights and Commercialization”, promovido pela Copenhagen Business School e financiado pela Danida, agência de cooperação para o desenvolvimento do Ministério das Relações Exteriores da Dinamarca. O curso reuniu especialistas e representantes de diversos países para debater estratégias de valorização da propriedade intelectual, transferência de tecnologia e inovação.
A delegação brasileira contou com representantes de instituições como INPI, Fortec, UFAM e ABAPI (Associação Brasileira dos Agentes da Propriedade Industrial). O evento também recebeu delegações de países como Índia e Indonésia, promovendo um ambiente de troca de experiências e aprofundamento de conhecimentos sobre a conexão entre inovação e mercado.
A Dinamarca se consolidou como referência global em inovação, especialmente nos setores de biotecnologia, propriedade intelectual e transferência de tecnologia. O país se destaca pela forte articulação entre governo, academia e empresas, criando um ecossistema favorável à pesquisa e desenvolvimento de soluções inovadoras, especialmente na indústria farmacêutica. Esse modelo, aliado a políticas públicas eficientes e incentivos financeiros, tem sido um motor para o avanço tecnológico e econômico do país.
Durante o curso, os participantes foram desafiados a desenvolver um Personal & Professional Business Case, no qual analisaram os principais desafios nacionais e institucionais na gestão da inovação e da propriedade intelectual. Maíra Nobre destacou que o Brasil ainda enfrenta entraves significativos na comercialização de patentes e na transferência de tecnologia, o que limita a geração de impactos econômicos e sociais a partir da produção científica. Entre os pontos críticos, estão a falta de incentivos robustos para a indústria e a academia, entraves regulatórios e dificuldades na negociação de licenciamento de tecnologias.
“Percebemos que um dos maiores desafios para o Brasil é transformar pesquisas e patentes em soluções de mercado. Por isso, desenvolvemos um Action Plan que propõe a criação de um escritório especializado na comercialização de patentes, com suporte técnico, jurídico e mercadológico para pesquisadores e instituições acadêmicas. Além disso, sugerimos uma maior articulação entre universidades, incubadoras, parques tecnológicos e fundos de investimento. A ideia é fortalecer a inovação e criar um ciclo virtuoso de desenvolvimento econômico”, explica Maíra Nobre.
Além disso, o curso destacou boas práticas dinamarquesas no apoio à inovação, como a atuação do BioInnovation Institute e do Danish Patent and Trademark Office (DKPTO), que demonstram como políticas bem estruturadas podem acelerar a transformação de pesquisas em soluções comercialmente viáveis.
A participação no curso reforça o compromisso da Anprotec e do IFCE com o fortalecimento da inovação no Brasil, contribuindo para um ambiente mais favorável à comercialização de tecnologias e ao crescimento de startups baseadas em conhecimento científico.