Para celebrar o dia Nacional da Inovação ontem, 29/10, o Ministério promoveu o webinar “Mês da Inovação: Inovação para um Brasil mais justo, desenvolvido e sustentável”
Ontem, 29 de outubro, em celebração ao Dia Nacional da Inovação, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) promoveu o webinar “Mês da Inovação: Inovação para um Brasil mais justo, desenvolvido e sustentável”. O evento reuniu lideranças governamentais, representantes de empresas, universidades e entidades do ecossistema de inovação brasileiro, com o objetivo de discutir como a inovação pode ser um catalisador para a transformação social, econômica e ambiental no Brasil.
A ministra Luciana Santos abriu o encontro destacando o papel da ciência e da inovação como vetores de crescimento sustentável e inclusão social: “O Brasil é um dos maiores produtores de ciência do mundo, mas precisamos garantir que esse conhecimento se converta em inclusão e desenvolvimento econômico. As iniciativas do PAC e da Nova Indústria Brasil são exemplos do nosso compromisso em reduzir desigualdades regionais e ampliar investimentos estratégicos”, afirmou a ministra.
A programação do webinar contou com dois painéis principais que abordaram desafios e oportunidades para fortalecer a inovação e a colaboração entre diversos setores da sociedade.
Painel 1: Empresas de Base Tecnológica e o Desenvolvimento Nacional
O primeiro painel, moderado por Públio Ribeiro (MCTI), explorou o impacto das empresas de base tecnológica e dos ambientes de inovação, como incubadoras e parques tecnológicos, no desenvolvimento econômico do Brasil.
Adriana Faria, presidente da Anprotec, chamou a atenção para a importância de superar o “vale da morte” – fase crítica em que muitas startups fracassam por falta de financiamento ou infraestrutura adequada: “Em setores de alta complexidade, como biotecnologia e inteligência artificial, é essencial que as startups recebam apoio contínuo. Incubadoras e parques tecnológicos são fundamentais para oferecer essa estrutura em todas as etapas de desenvolvimento”, ressaltou Adriana.
Já Ingrid Barth, representante da ABStartups, destacou que a inovação aberta é uma estratégia promissora, mas precisa incluir também pequenas empresas e governos. Ela também defendeu o compartilhamento das soluções criadas, as de impacto socioambiental positivo. “Se uma solução funciona em uma cidade como Belo Horizonte, podemos replicá-la em outras regiões do país, promovendo inovação local e inclusiva”, defendeu.
Fernanda Stiebler (FINEP) e Renato Cabral (Sebrae) reforçaram a importância das agências de fomento e de ambientes colaborativos para criar empresas inovadoras e sustentáveis. Eles apontaram que os programas de subvenção e financiamento público, como o Centelha, são essenciais para apoiar o crescimento dessas startups em um mercado competitivo.
Painel 2: Missões Estratégicas e a Conexão entre Universidades e Empresas
No segundo painel, iniciado às 16h, o debate focou nas missões estratégicas nacionais e na necessidade de fortalecer a cooperação entre universidades e empresas para alinhar inovação e desenvolvimento. Márcio Ramos, representante do CNPq, destacou a importância da transferência de conhecimento para o setor produtivo: “A ciência brasileira precisa se aproximar mais das empresas para transformar pesquisa em inovação prática e produtos que gerem impacto na sociedade.”
Já Guila Calheiros, diretor da Embrapii, apontou que a entidade já executou mais de 2.800 projetos desde sua criação, promovendo pesquisa aplicada e novas patentes. Ele defendeu a necessidade de interiorizar a inovação: “Não podemos concentrar o desenvolvimento nos grandes centros urbanos. A criação de institutos federais e a retenção de talentos em cidades menores são essenciais para promover economias locais baseadas em inovação.”
Gesil Amarante, presidente do FORTEC, abordou a importância da profissionalização dos Núcleos de Inovação Tecnológica (NITs) nas universidades e a necessidade de padronizar processos para facilitar parcerias com o setor privado.
Por fim, Marco Braga, representando a ANPEI, reforçou que a inovação deve ser orientada também por critérios de sustentabilidade: “A inovação precisa resolver problemas sociais e ambientais, além de gerar valor econômico.”
O Papel da Anprotec e Perspectivas Futuras para o Ecossistema de Inovação
Durante o evento, Adriana Faria destacou as ações da Anprotec para consolidar uma agenda sustentável: “Há mais de uma década, promovemos negócios de impacto e capacitamos gestores para liderar projetos que aliam inovação e responsabilidade social e ambiental.”
A presidente da Anprotec reafirmou o compromisso da entidade em colaborar com parceiros estratégicos, como Sebrae e FINEP, para fortalecer a inovação em nível regional e nacional. Ela também enfatizou que as incubadoras vinculadas às universidades são essenciais para garantir que startups tenham o suporte necessário para prosperar.
O evento ainda trouxe debates sobre novos modelos de financiamento. Os participantes discutiram o descongelamento do FNDCT, que promete liberar mais de R$ 20 bilhões para projetos de ciência e tecnologia em 2025, e a necessidade de políticas públicas mais perenes e coordenadas.
Inovação como Motor de Desenvolvimento Sustentável
O webinar “Inovação para um Brasil Mais Justo, Desenvolvido e Sustentável” evidenciou a convergência de esforços entre governo, academia e setor privado para fortalecer o ecossistema de inovação brasileiro. A ministra Luciana Santos concluiu o evento com uma mensagem otimista: “A inovação é o caminho para um Brasil mais justo e sustentável. Nosso compromisso é construir um ecossistema integrado que faça da ciência e da tecnologia os motores do desenvolvimento.”
O evento foi transmitido ao vivo pelo canal do MCTI no YouTube e segue disponível para acesso público: Assista ao Webinar.