Adriana Faria apresentou a plataforma InovaData-BR e destacou o papel dos parques tecnológicos para o desenvolvimento de mercados emergentes
A 41ª IASP World Conference está acontecendo em Nairóbi, capital do Quênia, entre os dias 24 e 27 de setembro. O evento deste ano discute o impacto das mudanças demográficas na tecnologia e no empreendedorismo, abordando os desafios e oportunidades para a inovação em mercados emergentes. Hoje, dia 25/9, a presidente da Anprotec e diretora executiva do TecnoPARQ da Universidade Federal de Viçosa, Adriana Faria, participou do painel “Breakout 2: Inovação em mercados emergentes”, em que apresentou o estudo “Disseminação de parques tecnológicos no Brasil: acompanhamento do processo e monitoramento utilizando a Plataforma MCTI-InovaData-Br”.
A mesa de debate contou também com a participação de Yolanda Cerezo de Pedro, da IDOM, Espanha, e Júlio Gatune, da Universidade de Maastricht, Holanda, sob a mediação de McLean Sibanda, da Bigen Global, África do Sul. Os palestrantes discutiram estratégias para impulsionar o crescimento econômico em mercados emergentes e o papel essencial dos ecossistemas de inovação nesses contextos.
Durante sua fala, Adriana apresentou a Plataforma InovaData-BR, uma iniciativa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), com apoio técnico, executivo e metodológico da Universidade Federal de Viçosa e apoio institucional da Anprotec. A ferramenta é crucial para o monitoramento e a análise do desenvolvimento dos parques tecnológicos no Brasil, fornecendo dados quantitativos e qualitativos que permitem avaliar desde o número de empresas residentes e postos de trabalho criados, até indicadores de inovação, como startups geradas e patentes registradas. “Com a plataforma, pudemos evidenciar o quão jovens são os parques tecnológicos do país, com 37% deles tendo menos de 10 anos. Outro aspecto notado no levantamento de dados é que as universidades estão presentes em 93% dos parques em operação.”
Nesse panorama, as instituições de ensino superior desempenham um papel central, estando presentes em quase todos os conselhos dos parques em operação, ao lado de governos municipais e associações empresariais. A apresentação também mostrou que apenas 22% dos parques brasileiros têm mais de 14 anos, evidenciando que a maioria ainda está em fase de consolidação.
Adriana também enfatizou que os parques tecnológicos podem ser entendidos como vértices que conectam os diferentes atores da tríplice hélice — universidades, governos e empresas —, fornecendo o ambiente social, recursos tecnológicos e expertise gerencial para transformar ideias de negócio em organizações econômicas eficientes. Ela complementou que, apesar do crescente interesse acadêmico e do aumento no número de parques ao redor do mundo, a contribuição dessas instituições para o desenvolvimento ainda não é totalmente compreendida. “Ainda há muita incompreensão sobre o papel dos parques tecnológicos na sociedade, especialmente por serem relativamente novos no Brasil. Mensurar seu impacto é fundamental para mostrar sua relevância como indutores de desenvolvimento”, destacou a presidente.
Os dados mais recentes da plataforma InovaData-BR revelam o crescimento significativo dos parques tecnológicos no Brasil. Em 2023, foram mapeadas 2657 empresas residentes em parques, um aumento expressivo em relação às 741 de dez anos atrás. O faturamento dessas empresas atingiu a marca de R$ 12,5 bilhões e os ecossistemas dos parques tecnológicos brasileiros geraram 53 mil empregos, comparados aos 33 mil registrados há cinco anos. “Esses números demonstram que os parques tecnológicos têm o potencial de se tornarem verdadeiras joias para a economia brasileira e de outros países emergentes. Eles são uma prova irrefutável da importância de que os parques estejam permanentemente integrados nas políticas públicas e nos programas de fomento do governo”, completou Adriana.
Adriana ressaltou ainda que, em mercados emergentes, como o Quênia e outros países africanos, a integração entre ecossistemas de inovação e as políticas públicas é essencial para promover um crescimento econômico sustentável. “Nossa meta é que esse modelo e esses números inspirem outras nações a utilizarem a tecnologia e a informação para fomentar ambientes de inovação dinâmicos e interconectados, impulsionando o desenvolvimento regional”, destacou.
A 41ª IASP World Conference integra as atividades da Missão Internacional da Anprotec 2024, que começou no dia 23 de setembro com o Brazilian Innovation Day e seguirá até o dia 4 de outubro. Os participantes da Missão poderão acompanhar todas as atividades do evento e, em seguida, visitarão iniciativas de inovação em Singapura.
A Missão Internacional visa ampliar o conhecimento dos participantes, apresentando novas estratégias e soluções de inovação de outros países, para que possam ser aplicadas no Brasil, inspirando a criação de novos projetos e parcerias. Essa iniciativa é promovida pela Anprotec com o apoio do Sebrae e do Ministério das Relações Exteriores.