Adriana Faria representa a Anprotec no encontro FORPLAD 2024.
Entre os dias 27 e 29 de agosto de 2024, Adriana Faria, presidente da Anprotec, participou como palestrante da 2ª Reunião Ordinária do Fórum Nacional de Pró-Reitores de Planejamento e Administração das Instituições Federais de Ensino Superior (FORPLAD), realizada na Universidade de Brasília (UNB), em Brasília. O evento reuniu líderes do setor educacional para discutir estratégias de aprimoramento do planejamento e da administração nas Instituições Federais de Ensino Superior (IFES).
Em sua apresentação, Adriana Faria abordou o tema “Fortalecimento das Estruturas de Inovação das IFES e seu Potencial de Contribuição para Programas e Projetos de Governo”. Em sua abertura, ela destacou a importância da parceria entre os IFES e os ambientes de inovação, como incubadoras, parques tecnológicos e aceleradoras, que, segundo ela, são fundamentais para o avanço da ciência, tecnologia e inovação no Brasil.
“A colaboração entre as Instituições Federais de Ensino Superior e os ambientes de inovação é essencial para promover o desenvolvimento de soluções tecnológicas e fomentar o empreendedorismo. As IFES possuem um enorme potencial para contribuir com projetos de impacto nacional, e é crucial que integremos essas instituições às políticas de inovação e neoindustrialização do país,” afirmou Adriana Faria durante sua fala de abertura.
Adriana destacou o impressionante aumento das requisições de propriedade intelectual (PI) pelas IFES, que cresceram cerca de 33 vezes de 2000 a 2020. Contudo, ela apontou a necessidade de fortalecer a segurança jurídica para que os pesquisadores das IFES possam exercer atividades de inovação e transferência tecnológica com empresas. Outro ponto de atenção destacado foi a importância do fortalecimento dos Núcleos de Inovação Tecnológica (NITs), para que mais IFES possam desempenhar essas atividades de maneira eficaz, já que, atualmente, apenas seis deles respondem por cerca de 74% das spinoffs geradas na rede federal.
A formação de recursos humanos qualificados foi outro tema crucial na apresentação. A presidente da Anprotec ressaltou o significativo crescimento de 50% no número de pós-graduandos nos últimos 10 anos. No entanto, ela enfatizou que apenas 9% dos programas são nas áreas de engenharia, que enfrentam uma queda de quase 30% na entrada de novos estudantes nos últimos cinco anos, além de uma taxa de evasão superior a 20%.
“É fundamental que o país priorize a formação de recursos humanos em áreas tecnológicas estratégicas para garantir um desenvolvimento sustentável e equitativo, fortalecendo, assim, a posição do Brasil no cenário global de inovação”, afirmou. Adriana também reforçou a necessidade da inclusão do tema Inovação e Empreendedorismo no Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes).
Os desafios em torno do Marco Legal de CT&I
Por fim, a presidente da Anprotec também abordou os principais desafios ainda existentes em torno do Marco Legal de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I). Ela destacou três pontos cruciais que ainda precisam ser enfrentados para que a legislação cumpra plenamente seu papel. O primeiro desafio mencionado foi a constituição de empresas por pesquisadores, cujo objetivo é desenvolver atividades empresariais ligadas à inovação. Apesar do avanço que essa prática representa, ainda há obstáculos legais e burocráticos que dificultam sua implementação plena.
O segundo ponto de atenção apontado foi a importância da realização de parcerias entre Instituições Científicas, Tecnológicas e de Inovação (ICTs) e empresas. Nessas parcerias, os pesquisadores atuam tanto no desenvolvimento do projeto quanto na própria empresa, o que promove uma maior integração entre o conhecimento acadêmico e as necessidades do mercado. No entanto, a regulamentação dessas parcerias ainda enfrenta barreiras que limitam o seu potencial.
O último elemento crítico em torno do Marco Legal de CT&I abordado na apresentação foi a utilização da infraestrutura de pesquisa, como laboratórios e equipamentos, por ICTs, empresas ou indivíduos, dentro das próprias dependências das instituições. Ela ressaltou que, embora essa prática seja essencial para a inovação, a falta de clareza nas regras e a insegurança jurídica muitas vezes impedem que essas colaborações ocorram de maneira eficiente e segura.
Como mensagem final, Adriana também enfatizou a necessidade de incluir os ambientes de inovação – como aceleradoras, incubadoras e parques tecnológicos – e os NITs na matriz orçamentária das instituições federais de ensino superior, especialmente na Matriz Andifes, que orienta a distribuição de recursos para as universidades federais. “Esse reconhecimento orçamentário é essencial para garantir que as atividades de inovação sejam devidamente sustentadas e possam contribuir de forma eficaz para o desenvolvimento do país,” destacou Adriana.
Anprotec e IFs mantêm parceria desde 2020
Desde 2020, a Anprotec mantém uma sólida parceria com a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, com o objetivo de promover ambientes de inovação dentro das instituições de ensino. A colaboração, formalizada por meio de um convênio entre a Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec) e a Secretaria de Educação Superior (Sesu) do Ministério da Educação (MEC) e a Anprotec, visa incentivar o empreendedorismo e a inovação em toda a Rede.
O acordo, executado em três fases, começou com a avaliação da maturidade das instituições em relação ao fomento ao empreendedorismo inovador. Posteriormente, líderes foram capacitados na gestão desses ambientes, culminando na elaboração de planos de implementação, desenvolvimento e operação de incubadoras, espaços maker e coworkings dentro das instituições.
Essa colaboração contínua entre a Anprotec e os Institutos Federais reafirma o compromisso de ambas as partes em transformar a educação e a inovação no Brasil, integrando cada vez mais o setor produtivo às atividades acadêmicas e criando um ambiente propício para o desenvolvimento de novas tecnologias e soluções empreendedoras.