Ontem (4/4), ocorreu a reunião temática da 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (5ª CNCTI), que abordou a “Internacionalização da Ciência, Tecnologia e Inovação”. Adriana Faria, presidente da Anprotec, integrou o painel “Ecossistemas de Inovação: transferência de tecnologia, internacionalização das ICTs e propriedade intelectual”.
O evento, organizado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e pelo Ministério das Relações Exteriores (MRE), reuniu dirigentes e representantes governamentais, entidades da comunidade científica, universidades, fundações de amparo à pesquisa, confederações da indústria e empresariais, sociedade civil e outros interessados para debater os desafios da internacionalização da ciência, tecnologia e inovação.
Além de Adriana, o painel foi moderado por Sheila Oliveira Pires, diretora do Departamento de Apoio aos Ecossistemas de Inovação (MCTI), Ana Lúcia Vitale Torkomian – vice-presidente do Fórum Nacional de Gestores de Inovação e Transferência de Tecnologia (FORTEC), Alexandre Lopes Lourenço – diretor de administração do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) e Rafael Leal – chefe da Divisão de Ciência Tecnologia e Inovação do Ministério das Relações Exteriores (MRE).
Adriana introduziu a discussão destacando a educação como ponto fundamental para qualquer debate sobre Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I). Ela apontou que, embora a inovação ocorra nas empresas, sua matéria-prima é a ciência, cujo conhecimento começa a ser gerado nas instituições de ensino.
“Dentro do ranking do PISA (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes), o Brasil está entre os últimos. Nos últimos 20 anos, tivemos uma queda drástica. A ciência e a tecnologia são a ponta do iceberg, mas a educação é parte fundamental; sem ela, não há inovação”, afirmou Adriana.
Ana Lúcia Torkomian abordou o papel dos Núcleos de Inovação Tecnológica e como se tornaram essenciais desde a criação da Lei de Inovação para atuar em conjunto com os ambientes de inovação. Ela também destacou alguns desafios na proteção da propriedade intelectual produzida no Brasil em outros países.
Alexandre Lourenço discutiu a importância da propriedade intelectual para obter retorno do investimento. Ele mencionou que não se faz negócios em outros países sem primeiro garantir que os artigos estão protegidos, uma prática mundial da qual estamos aprendendo com as ICTs e NITs.
Rafael Leal explicou o Programa Diplomacia da Inovação e seu papel em tornar o Brasil relevante no cenário internacional, destacando que produzimos tecnologias avançadas ainda pouco percebidas por outros países. Ele citou como exemplo o acelerador de partículas SIRIUS e a construção do primeiro laboratório de biossegurança de nível 4.
Por fim, Adriana Ferreira abordou como a internacionalização é uma das áreas estratégicas da Anprotec, que há mais de 30 anos realiza iniciativas no tema, como missões internacionais, programas de incubação cruzada e webinars.
“O Brasil ainda não é visto como atraente para startups. Só no Vale do Silício, há mais de 20 mil startups, enquanto no Brasil todo devemos ter por volta de 15 mil. Precisamos importar startups, empreendedores e cientistas, e para isso, precisamos ser relevantes mundialmente”, concluiu.
O evento completo está disponível no Youtube, neste link: https://www.youtube.com/watch?v=xMZsTj0_k90