Na tarde de terça, 30/01, a série de seminários “Neoindustrialização em novas bases e apoio à inovação nas empresas”, coordenada por Fernando Peregrino, chefe de Gabinete da Finep, tratou de financiamento para inovação, o próprio coração do negócio da companhia. Ao todo o Programa Mais Inovação (Finep + BNDES), parte da Nova Política Industrial, alocará R$ 66 bi para projetos inovadores em quatro anos, com R$ 41 bi da Financiadora.
Rodrigo Cunha (BNDES), Elias Ramos (Finep), Hudson Mendonça (MIT), Daniel Conceição (UFRJ) e Debora Foguel (ABC) apresentaram diferentes visões sobre o tema, mas todos convergiram sobre a importância do cuidado público a projetos estratégicos e na fronteira tecnológica.
Cunha citou as missões do CNDI como atual norteador das ações. São elas São elas: Cadeias agroindustriais sustentáveis e digitais para a segurança alimentar, nutricional e energética; Complexo econômico industrial da saúde resiliente para reduzir as vulnerabilidades do SUS e ampliar o acesso à saúde; Infraestrutura, saneamento, moradia e mobilidade sustentáveis para a integração produtiva e o bem-estar nas cidades; Transformação digital da indústria para ampliar a produtividade; Bioeconomia, descarbonização, e transição e segurança energéticas para garantir os recursos para as gerações futuras; Tecnologias de interesse para a soberania e a defesa nacionais.
“Estamos de olho numa indústria mais inovadora e digital, mais verde, mais exportadora e mais produtiva”, ressaltou, apresentando todos os programas, linhas e iniciativas do banco de desenvolvimento.
Diretor de inovação da Finep, Elias Ramos exaltou o arcabouço de programas da companhia, que apoia da pesquisa básica à inovação pioneira, com programas não reembolsáveis, reembolsáveis, subvenção – em iniciativas de fluxo direto, por editais, via a própria financiadora ou descentralizadas. “A Financiadora se destaca em toda a cadeia da inovação e, na comparação com a Pintec, a alavancagem que proporcionamos para cooperação entre empresas e ICTs é muito relevante”, afirmou.
De acordo com o diretor, a Finep projeta R$ 6,5 bi em execução não reembolsável do FNDCT, 30% a mais do que em 2023 – este que já representou 100% da execução. “Que continuemos com essa ampliação em disponibilidade financeira”, completou.
Hudson Lima, do MIT, falou de compras públicas de inovação, instrumento considerado importante em programas orientados por missões (como as do CNDI). “Ela aumenta eficiência de gastos de P&D e acelera a entrada de PMEs no mercado, dentre tantas outras formas que impactam no ambiente de inovação”, explicou.
Em suma, o desenho do sistema todo aponta a conversão de oferta em demanda. “A compra de lápis ou lapiseira se transforma em comprar algo para escrever em papel que apague com borracha”, exemplificou.
Daniel Conceição (IPPUR/UFRJ) disse que há recursos disponíveis, e que precisam ser bem aplicados em inovação. “A ideia de compras públicas em temas estratégicos é fantástica”, e complementou – citando a China – que, em 30 anos, o país passou a incrementar de modo acelerado sua indústria, e só importa hoje em dia aquilo que, de fato, precisa.
“A pandemia é um exemplo de que é possível agir, e de que há dinheiro para tecnologia, já que num suposto ambiente de falta força econômica, comparamos vacinas e imunizamos milhões em tempo recorde. É preciso vontade política”. Para ele, o estímulo à indústria nas bases do que propõe o CNDI é uma estratégia correta para entregar produtividade à economia.
Para completar o evento, Debora Foguel (ABC) falou do Sistema Nacional de CT&I, sobre a importância de aumentarmos o número de mestres e doutores e também sobre a imperativa necessidade de ampliação da capacidade de o conhecimento teórico impactar a vida das pessoas (estudantes de doutorado aproveitados pelo setor produtivo). “O sistema precisa se conectar com indução direta do governo”, destacou.
Fonte: Finep