Na tarde de ontem (12), dando seguimento às reuniões temáticas preparatórias para a 5ª Conferência Nacional de CT&I, foi realizado o painel “Futuro dos Ecossistemas de Inovação no Brasil”, com a presença de Ary Plonski (USP), Ghissia Hauser (UFRGS), Jorge Audy (PUC-RS), Gesil Sampaio Amarante (FORTEC), André Wongtschowski (WTT) e com a moderação de Sheila Pires (MCTI).
As Reuniões Temáticas têm um papel crucial nos preparativos do evento, pois buscam integrar as contribuições de diversos atores do ecossistema nacional de CT&I. A 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, que não ocorria há 12 anos, está agendada para os dias 4 a 6 de junho de 2024, em Brasília, com o tema “Ciência, Tecnologia e Inovação para um Brasil Justo, Sustentável e Desenvolvido”.
Os participantes presentes levaram tópicos relevantes e emergentes para identificar oportunidades, desafios e soluções para impulsionar o desenvolvimento de CT&I. Ary Plonski deu início à discussão sugerindo uma reflexão sobre o termo ‘ecótonos de inovação’, termo baseado na ecologia que representa áreas de transição ambiental em que comunidades ecológicas vizinhas entram em contato e apresentam espécies próprias. “Temos que ter um espaço para refletir sobre as metáforas e modelos mentais, entre o ecossistema de conhecimento e o ecossistema de negócios está o ecossistema de inovação, e a efetividade desses encontros são essenciais para o desenvolvimento”, afirma Plonski.
Na sequência, Ghissia Hauser abordou sobre a inovação nas cidades, trazendo temas como economia circular e meio ambiente. “A crise climática precisa estar em nossa discussão para o futuro, já estamos sentindo os impactos e por isso esse é um tema prioritário. Temos que pensar em como enfrentar desafios transversais com orçamentos setoriais e também trabalhar com metas qualitativas ao invés de quantitativas, focando soluções para cidades e pessoas”.
O próximo participante a contribuir para o tema foi o Gesil Amarante que falou sobre os desafios de gestão de inovação nas instituições. “Os estímulos para os pesquisadores e atores do ecossistema devem estar alinhados com o que se espera para um país mais desenvolvido e sustentável, por isso o papel das agências de fomento é muito importante, por meio dos processos de avaliação”.
A abordagem de inovação orientada por missões foi a pauta abordada por André Wongtschowski, que tratou sobre o desafio de direcionar a produção de conhecimento científico e de novas tecnologias para promover um Brasil justo, sustentável e desenvolvido.”Uma inovação orientada por missões, é fundamentada em três elementos: direcionalidade, que consiste em girar em torno de objetivos sociais e econômicos ambiciosos para a obtenção de impacto concreto e tangível; Colaboração, que é o trabalho em sinergia de diferentes atores e disciplinas, tal como combinação de diferentes ferramentas e instrumentos; e por último, Clareza de Metas e Prazos, que é seguido por monitoramento e avaliação”.
Em seguida, Jorge Audy pontuou como o impacto social e ambiental são fatores intrínsecos à inovação e as soluções desenvolvidas devem ter como objetivo contribuir com meio ambiente e com o bem-estar da população. Além disso, Audy citou sobre a necessidade de ser uma visão integrada sobre o futuro do país. “Somos um país fragmentado, precisamos ter um uma visão sistêmica e integrada sobre o que é um país desenvolvido. Não faz sentido ter uma política de desenvolvimento industrial e outra de desenvolvimento econômico, por exemplo, precisamos ter um entendimento unificado e sinérgico”.
Para concluir a reunião, Silvio Meira fez uma provocação de como a educação é a base da inovação e deve ser tratada como tema prioritário para o futuro. “A educação brasileira tem que ser transformada, 85% das pessoas que saem do ensino médio não vão para a faculdade, e desses que vão, menos da metade trabalham na área de formação. Essa deve ser a pauta prioritária, deveríamos declarar como uma emergência nacional e criar um grande ecossistema para uma transformação radical na educação e aprendizado no Brasil”.
A Reunião Temática do Eixo 1 foi organizada e sediada pela Universidade de São Paulo (USP), pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e teve como comissão organizadora: Jorge Audy (Coordenador, da PUCRS), Rodrigo Calado (USP), Adriana Faria (UFV), Chico Saboya (Anprotec e Embrapii), Adenilso Simão (USP), Sheila Pires (MCTI), Ado Jorio (UFMG), Romildo Toledo (UFRJ), Luciano Digiamepietri (USP), Rodrigo Reis (UFPA).
Para conferir o evento completo, acesse: https://www.youtube.com/watch?v=7yznWKRdzDc