O segundo painel do Fórum Sebrae de Inovação tratou do tema ‘Startup NE promovendo a conexão e-gov’ e teve como moderadora Wébia Silva, do Sebrae Nacional. Estavam presentes no painel André Carvalho, Assessor Jurídico da Startup Nina, Carlos Moreira, CEO da Startup COGNVOX e Rodolfo Lira, CEO da Startup UP Saúde.
Carlos Moreira, CEO da Startup COGNVOX iniciou seu discurso falando sobre a importância da educação inclusiva, que visa assegurar, através de uma proposta político-pedagógica o desenvolvimento cognitivo de neurodivergentes
para a participação plena na comunidade brasileira. Além da aplicação desses serviços no setor privado, a startup adentra também no mercado governamental através de escolas e prefeituras.
“A COGNVOX nasceu na Universidade Federal de Pernambuco, e se tornou uma startup que oferece uma integração de atores do processo de desenvolvimento intelectual e social para melhoria da socialização dos neurodivergentes, otimizando os processos cognitivos, dando autonomia e independência e aumentando a possibilidade de empregabilidade desses indivíduos, Não somos um aplicativo nem uma plataforma, somos uma política pública”, afirmou.
De acordo com Carlos, vender para o governo é ainda muito desafiador, mesmo que esse seja o maior comprador do país. Para facilitar esse processo ele explica que é necessário mapear a dimensão de aplicação da tecnologia, seja a nível federal, estadual ou municipal; entender os stakeholders; conhecer os processos técnicos e políticos; entender a diferença entre projeto de governo e de estado; ficar atento aos programas de investimento; trabalhar a renovação do contrato e buscar parceiros estratégicos.
Seguindo adiante, André Carvalho, Assessor jurídico da NINA, explicou um pouco sobre o contexto histórico da fundação da startup Nina, que tem como foco utilizar a tecnologia de inteligência de dados para rastrear e padronizar casos de assédio sexual no transporte público do Brasil. André trabalha ativamente com a negociação e contratos com o setor público, em sua fala explicou como funciona o processo de contratação via licitação da startup.
“Uma estratégia que temos usado bastante como forma de convencimento é mapear casos de assédio que ocorreram na mobilidade humana e repercutiram nas mídias, dando uma visão negativa para o governo. Dessa forma, mostramos nossa tecnologia como uma solução que além de solucionar o problema do assédio no transporte também gera mídia positiva para o governo, que ao nos contratar demonstra sua preocupação com essa criminalidade”, afirmou.
André explicou também alguns dos principais desafios em relação aos novos instrumentos legais sugeridos pela NINA em negociações, que têm buscado facilitar esse processo e potencializar as contratações via inexigibilidade de licitação. “O melhor caminho que temos encontrado nos nossos cases de viabilização é através da Nova Lei de Licitações e Contratos, Lei Nº 14.133/21”, concluiu.
Na sequência, Rodolfo Lira, CEO da Startup UP Saúde, apresentou a sua plataforma de saúde digital que reduz efetivamente a jornada dos pacientes do SUS até o atendimento. Ele apresentou os principais motivos dos desafios e gargalos do SUS, que mesmo sendo o melhor sistema único de saúde do mundo, na prática não funciona devido a sua ineficiência em utilizar a inteligência de dados para aplicação dos serviços e resolução de problemas.
“Nós temos um sistema verticalizado que oferece diversos serviços para os profissionais de saúde como também dá autonomia ao paciente, dando-o acesso às informações importantes da sua saúde, proporcionando a ele um prontuário eletrônico universal, que integra o setor privado e o SUS, controle de vacinas, controle da saúde do grupo familiar, classificação de risco inteligente e vários outros”, explicou.
Após a conclusão dos discursos, os palestrantes ficaram disponíveis para as perguntas dos participantes presentes no Fórum.