No dia 22/9, às 11h, foi realizada a 29ª edição do AmproTalks, que apresentou o projeto de um novo mapeamento de aceleradoras e incubadoras do país. A plataforma, fruto desta iniciativa, foi construída em uma parceria do Sebrae com a Universidade Federal de Viçosa (UFV), com o apoio da Anprotec e do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação – MCTI.
O objetivo é, no futuro, ter em um só espaço todo esse conjunto de informações de atores do ecossistema de inovação brasileiro. O evento contou com a presença de Leonardo J Melo, superintendente executivo da Anprotec, Paulo Renato Macedo Cabral, gerente nacional de inovação do Sebrae, Adriana Faria, pesquisadora do núcleo de tecnologias de gestão da Universidade Federal de Viçosa (NTG/UFV) e Sheila Oliveira Pires, diretora do departamento de apoio aos ecossistemas de inovação – MCTI.
Leonardo J Melo iniciou o episódio recebendo os convidados e apresentando a trajetória da Anprotec na realização de pesquisas para levantamento de informações para a melhoria do ecossistema de inovação. “A Anprotec desde sempre entendeu que políticas públicas de qualidade só se fazem com informações e evidências que nos ajudam a entender como nosso ecossistema tem se desenvolvido e a compreender, sobretudo, quais são as nossas dificuldades”.
Ele também afirmou que dentre muitas ações já realizadas em torno de pesquisas com ambientes de inovação para recolhimento de dados, a Pesquisa InovaData em parceria com o MCTI e a Universidade de Viçosa foi uma iniciativa que deu muitos resultados e hoje constitui uma base de informações sobre os parques tecnológicos no Brasil.
“É a partir desse levantamento de informações que temos entendido quais são as demandas por exemplo de investimentos desses ambientes de inovação do Brasil. A partir dessa iniciativa houve então a inspiração para a ampliação dessa base de dados, abordando também as aceleradoras e incubadoras, como forma de fortalecer o sistema de inovação do país. A intenção é agora termos o mesmo êxito com as incubadoras e aceleradoras”, explicou.
Em seguida, Paulo Renato Macedo Cabral afirmou que o Sebrae, junto com seus parceiros, não tem condições de promover chamadas públicas de inovação e ajudar na construção de políticas públicas se não tiver dados. “Hoje nós somos uma organização muito orientada a dados e análises, e não podemos mais trabalhar com achismos e imaginações. Por isso, para fazer o melhor pelos ecossistemas nós precisamos dessas informações”.
Ele explicou que essa parceria com a UFV junto ao MCTI e Anprotec foi realizada para que seja possível ter uma base robusta de informação, a fim de ser uma ferramenta para atuação e ações práticas. “Nosso convite então é que os ambientes possam estar conosco e apoiar ao máximo a Anprotec e o MCTI nessa jornada. Eu tenho certeza absoluta que quando essa plataforma estiver preenchida irá fazer uma diferença enorme, dando mais clareza a o que as incubadoras e aceleradoras precisam de apoio “, ressaltou.
Sheila Oliveira Pires, falou sobre a importância dos dados para demonstração da força e dos resultados gerados pelos mecanismos. “Apesar da trajetória de mais de 40 anos desses ambientes, um dos principais desafios que vemos ainda é fazer com que esses mecanismos de inovação sejam vistos como relevantes para o desenvolvimento econômico do nosso país. A gente tem tido uma mudança muito acelerada nos comportamentos, na economia, no mundo como todo, e novos atores têm chegado para essa discussão a todo momento, e eles buscam entender como irão participar desse processo investindo. Mas todo investidor quer ter segurança de onde está colocando seu recurso, conhecimento e potencial”.
Ela ressaltou que é por isso que precisa ser mostrado o que se tem feito ao longo dessas 4 décadas. “Mostrar a nossa capacidade de fazer com que aquele conhecimento gerado na academia chegue no mercado não só na forma de geração de negócios, mas de transformação da sociedade. É somente com base nesses dados que conseguimos defender e implementar as políticas públicas de apoio a esse ecossistema”, afirmou.
O último levantamento feito nessa parceria MCTI e Anprotec sobre aceleradoras e incubadoras foi com uma base de 2018 e lançamento em 2019. Por isso é muito importante o lançamento desta plataforma, que irá ajudar a atrair investimentos privados e principalmente definir políticas públicas para melhores recursos para os ambientes de inovação e empresas por eles apoiadas.
Adriana Faria, explicou o funcionamento e a importância da plataforma desenvolvida pelo grupo de pesquisa da Universidade. “Enquanto política pública nós precisamos demonstrar que esse recurso da sociedade que nos subvenciona está sendo empregado. Hoje por meio do InovaDataBR para parques tecnológicos, por exemplo, eu consigo comprovar dentro de uma metodologia científica que nós temos mais de 2,3 mil empresas diretamente vinculadas a esses ambientes que faturam cerca de 5 bilhões por ano, fora os mais de 40 mil empregos diretos de qualidade que esses ambientes geram”.
Ela evidenciou que para fazer o mesmo com as incubadoras e aceleradoras é necessário acompanhar esses ambientes de perto ao longo dos anos. “Então nesse primeiro momento estamos identificando todas as incubadoras e aceleradoras, já são 250 mapeadas, e agora no segundo momento vamos mapear as empresas vinculadas a elas. A expectativa é que sejam mais de 30 mil, para que assim possamos apresentar para o poder público e a sociedade o impacto e resultados que esses ambientes têm, e assim a entender como fazer políticas mais assertivas”.
Os instrumentos de coleta foram feitos e validados e agora serão colocados na plataforma que estará dividida em 4 etapas:
1º cadastro (gestores receberão um email);
2º informações gerais da incubadora ou aceleradora;
3º cadastro das empresas;
4º responder os indicadores de impacto (que serão atualizados anualmente).
A expectativa é que os resultados até a terceira fase sejam apresentados no seminário na Conferência Anprotec 2023.
Confira o webinar na íntegra neste link.