O segundo painel do Fórum Sebrae de Inovação tratou do tema ‘Tecnologias portadoras de futuro’ e teve como moderador Silvio Meira. Estavam presentes no painel, Rodrigo Capaz, do laboratório de tecnologias quânticas e nanotecnologia na CNPEM, André Oliveira, do setor de manufatura aditiva em indústria 4.0, no Senai Cimatec, e Ana Paula Teixeira, do laboratório de pesquisa e desenvolvimento de tecnologias verdes, na UFMG.
Ana Paula Teixeira iniciou seu discurso falando sobre a importância da universidade na pesquisa e desenvolvimento de tecnologias verdes, que tem como base a sustentabilidade. “No Brasil temos ótimos grupos de pesquisa e laboratórios desenvolvendo tecnologias como hidrogênio verde, biocombustíveis, carros elétricos, tratamento de efluentes, desenvolvimento de embalagens, tecidos sustentáveis e tantos outros”, afirmou.
Mas, segundo Ana Paula, existem dois maiores problemas nesse ramo da tecnologia, que são a dificuldade em produzir as tecnologias desenvolvidas nos laboratórios em escala comercial para implementação no mercado e na sociedade e a falta de profissionais protagonistas preparados para atuar no mercado, fora das universidades.
“Nós precisamos de mudança, estamos em uma geração diferente, mais dinâmica, em que o desenvolvimento de conhecimento não pode ser mais somente unilateral, a universidade precisa passar a estar apta a mudar esse ambiente para assim gerar conexão com o mercado. Não basta somente ter a tecnologia, é preciso entender como oferecer essa tecnologia para aplicação efetiva nas indústrias”, ressaltou.
Seguindo adiante, Rodrigo Capaz explicou um pouco sobre o CNPEM, um centro nacional de pesquisa em energias de materiais, vinculado ao ministério da tecnologia, que possui um sistema de estrutura aberta a usuários externos, que incentivam a fabricação própria de pesquisa e desenvolvimento, apoio a inovação com eixo de educação e distribuição do conhecimento.
Rodrigo explicou que essa inovação se trata de um conjunto de tecnologias que utilizam mecânica quântica, e que essa área tem recebido um volume de investimento e atenção no mundo todo, justamente por ser uma questão disruptiva na inovação de novas tecnologias.
A necessidade de formação de recursos humanos em computação quântica é diferente fundamentadamente da computação clássica, que oferece possibilidades importantes para desenvolver novos tipos de algoritmos mais eficientes em áreas específicas.
“Um computador quântico é exponencialmente muito melhor do que o clássico em criptografia, em defesa. Além da possibilidade de simulação de sistemas quânticos, como moléculas em química quântica, possibilitando o desenvolvimento até de novos fármacos”, explicou.
O hardware dessa tecnologia está bastante avançado no Brasil, e de forma estratégica o país conseguirá entrar nessa corrida de fabricação de computadores quânticos, de forma a ser necessário superar a dificuldade de conseguir a fabricação de semicondutores para a dissipação dessa tecnologia.
Na sequência, André Oliveira fez a apresentação dos serviços e soluções oferecidas pelo Senai Cimatec como centro de tecnologia, escola técnica e centro universitário, ambos com competências de tecnologia variadas. A partir daí, ele explicou o conceito e a aplicação da manufatura aditiva na Indústria 4.0, como em metal, polímeros, biopele, componente de carro, peças de foguete, turbina de avião e outros.
“A manufatura está transformando totalmente as formas como vemos e entendemos a fabricação desses produtos na indústria tradicional, a produção acontece por meio de desenvolvimento de softwares para produção e análise de dados, impressão 3D em polimeros”, afirmou.
A mudança na produção em escala, para produção de produtos personalizáveis com o uso de dados, é uma mudança no conceito de importação. Segundo André, é hora aplicar essa manufatura desde as grandes cidades até em serviço para a comunidade. Ao concluir os discursos, foi aberto para eles a plateia fazer perguntas.