Hoje, pela manhã, teve início oficialmente a 30ª edição da Conferência Anprotec de Empreendedorismo e Ambientes de Inovação. Em sua primeira edição 100% online, o evento debate até amanhã, 25 de novembro, sobre o tema central “Ambientes de Inovação 4.0: Desafios e Oportunidades na Nova Dinâmica Global”.
Após as boas-vindas do presidente da Anprotec, Francisco Saboya, o painel de abertura teve início com a moderação do professor da USP e ex-presidente da Anprotec, Guilherme Ary Plonski, e a participação do CEO da Haifa Economic Corporation, Or Shahaf, e do diretor de políticas públicas do Global Steering Group for Impact Investment, Sebastian Welisiejko.
Ao apresentar Or Shahaf e a Haifa Economic Corporation, o professor Ary mencionou que o ecossistema de inovação de Israel faz parte do estudo “Ecossistemas de Empreendedorismo Inovadores e Inspiradores”, lançado pela Anprotec e o Sebrae em junho desse ano. A publicação, que traz um estudo de benchmarking dos ecossistemas de inovação internacionais de Berlim (Alemanhã), Manchester (Inglaterra), Haifa (Israel) e Toronto (Canadá); e de três cidades brasileiras: Santa Rita do Sapucaí-MG, Campina Grande-PB e Porto Alegre-RS, está disponível para download aqui.
Israel é muito reconhecido em termos de inovação tecnológica devido ao seu impacto no desenvolvimento da economia nacional e nos índices de bem-estar da população. E, em termos de empreendedorismo, o país se destaca em fatores como infraestrutura física e digital de qualidade; alto investimento no ensino primário e secundário; universidades e escolas de engenharia de classe mundial; alto nível de aspirações empreendedoras; e redes sociais fortes.
Ao falar sobre a região, Or Shahaf também destacou o centro tecnológico Matam, reconhecido como um dos parques mais importantes de Israel e a alta de quantidade de Prêmios Nobel dos cientistas israelenses.
O diretor de políticas públicas do Global Steering Group for Impact Investment, Sebastian Welisiejko, é argentino e trouxe a perspectiva da América Latina ao debate. Ele iniciou sua participação concordando com a fala inicial do presidente da Anprotec, Francisco Saboya, que ressaltou que a pandemia de Covid-19 não apresentou práticas novas para a sociedade, mas acelerou as que o mundo já estava vivenciando.
De acordo com Welisiejko, há evidências de que as empresas que se preocupam com o impacto socioambiental de suas atividades se dão melhor financeiramente. E, dentro desse contexto, existem duas tendências principais. “Por um lado, é preciso perceber que os consumidores estão demandando cada vez mais responsabilidade das empresas. Eles se questionam: ‘será que pagam salários justos? Degradam o meio ambiente? E, por outro lado, é crescente o número de investidores que buscam os negócios de impacto. Vocês estão preparados?”, explicou o diretor de políticas públicas do Global Steering Group for Impact Investment, já acrescentando a tendência adicional da obrigação dos governos na monetização do impacto. “Teremos uma grande mudança e já está no caminho. A Estratégia Nacional de Investimentos e Negócios de Impacto (ENINPACTO) é um exemplo muito interessante sobre como começar a criar um marco de impacto em sua empresa”.
Após as apresentações, os palestrantes participaram do debate com o público presente e o moderador Ary Plonski. Para eles, é necessário construir valor social para diminuir a lacuna no acesso à tecnologia e educação. “É preciso impulsionar políticas públicas para a infância no curto prazo. O que estamos fazendo para levar esses jovens para as escolas? No futuro, o custo social disso será mais alto do que qualquer custo com políticas para levá-los à escola hoje”, ressaltou Welisiejko.
Or Shahaf também destacou a importância da integração municipal “As cidades são as unidades geopolíticas mais relevantes da nossa época”, disse o CEO da Haifa Economic Corporation.
O professor Ary encerrou o painel dando o exemplo da cidade de Recife, em Pernambuco, com a atuação local do Porto Digital, e ressaltando o papel fundamental da Anprotec nesse contexto para o ecossistema de inovação brasileiro.