Ontem (29/11) foram abertas as inscrições para o novo ciclo do Programa Startout Brasil, que acontece em Santiago, no Chile, de 24 a 29 de março de 2019. Além de Santiago, estão programados mais três ciclos ao longo do próximo ano: Toronto, Londres e Xangai. O anúncio sobre os destinos aconteceu durante a Conferência Anual de Startups e Empreendedorismo. Na ocasião, os organizadores do Programa também fizeram um balanço dos ciclos deste ano.
Fruto de uma parceria entre a Anprotec, o Sebrae, a APEX-Brasil, o Ministério das Relações Exteriores (MRE) e o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), desde sua primeira edição, o StartOut Brasil vem cumprindo seu objetivo de apoiar startups brasileiras no processo de internacionalização nos mais promissores ecossistemas de inovação do mundo.
Para Alessandro Dantas, diretor de inovação e propriedade Intelectual da Secretaria de Inovação do MDIC, a internacionalização vai além do que apenas expandir mercados, ela impulsiona a competitividade. Segundo ele, um terço das empresas participantes já fizeram negócios no exterior. “Internacionalização é importante para expandir mercados, mas não se trata apenas disso. Ao incentivarmos e criarmos mecanismos para as empresas brasileiras se internacionalizar, estimulamos a competitividade delas”.
Para o ciclo do Chile, serão selecionadas 20 empresas nascentes que já tenham um negócio desenvolvido ou estejam em uma fase mais madura, como explicou Célio Cabral, gerente de inovação do Sebrae. “Queremos empresas que já tenham um modelo de negócio validado no mercado nacional, pois enfrentarão um ambiente mais hostil. Selecionaremos também startups com produtos que tenham apelo internacional”, pontuou Cabral.
A internacionalização
O programa tem mostrado bons resultados em todos os seus ciclos. Ricardo Santana, gerente de investimento da Apex-Brasil, explicou porque é tão importante apoiar a internacionalização dessas empresas e falou sobre o trabalho das instituições por trás do projeto. “Por que exportar? O Brasil representa 3% do mercado mundial. Faltam ainda 97% para ser conquistado. Todas as empresas estrangeiras que vêm ao Brasil, procuram parceiros nacionais para alavancar seus negócios. Estas missões permitem que os brasileiros façam o mesmo”, comentou Santana.
Luiz Fernando Machado, do Ministério das Relações Exteriores, falou sobre o preconceito no exterior com o Brasil e frisou que o projeto é uma das iniciativas para ajudar a apagar essa imagem e mostrar aos investidores todo potencial das empresas brasileiras.
“É preciso mudar essa visão de que o brasileiro é bom para fazer amigos, mas ruim para fazer negócios”, comentou Sheila Oliveira Pires, superintendente executiva da Anprotec, que também falou sobre o trabalho de todas as instituições para realizar um programa completo e que apoie as empresas em todas as etapas, inclusive ao final das missões.
“O pós é o que consolida as iniciativas. É quando avaliamos a abertura que foi dada aos empreendedores. Nem todas as empresas irão, de fato, se instalar em outro país ou fazer uma cooperação internacional, mas, é neste momento que conectamos empresas, a partir das demandas levantadas com os ambientes de inovação estrangeiros. O trabalho não termina com o fim da missão”, comentou Sheila.
A superintendente da Anprotec apontou ainda dois grandes aprendizados. “O primeiro é que não existe receita para a internacionalização. Cada empresa tem o seu negócio, o seu diferencial e a sua tecnologia. Precisamos entender o que ela quer e procurar atender cada um dentro da sua especificidade. O segundo é que o programa é um passo importante, mas as empresas ainda continuarão precisando de apoio para levantar capital, buscar pessoas capacitadas, ampliar seus conhecimentos, colocar seus planos de internacionalização em prática. Continuam existindo várias necessidades, e precisamos pensar em como ajudar as empresas nas próximas etapas”, finalizou Sheila.
Balanço de 2018
Neste ano, o Startout Brasil passou por Berlim, Miami e Lisboa. Ao todo, 45 startups brasileiras participaram de imersões nestes ecossistemas e contaram com o apoio das entidades para capacitação e aprimoramento dos seus projetos.
Em Berlim, 6 das 15 startups selecionadas foram apoiadas por entidades associadas à Anprotec. As incubadoras e aceleradoras têm papel crucial para o sucesso dessas empresas lá fora, pois ajudam os empreendedores a se preparar melhor para encontrar investidores e os instruem em todo processo de desenvolvimento, para que cheguem com projetos cada vez mais sólidos e maduros.
O programa, que teve início em 2017, já passou também por Buenos Aires e Paris.
As inscrições para o primeiro ciclo de 2019 já estão abertas e podem ser feitas até o dia 7 de janeiro nesse link.