Em 2015, por meio do Acordo de Paris, 195 países se comprometeram a reduzir as emissões de gases de efeito estufa e agir para combater o aquecimento global. Entre eles, o Brasil, sétimo maior emissor de gases poluentes do mundo e que tem como missão reduzir 37% de suas emissões até 2025, como estabelecido em sua Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC). A questão climática é tratada como um desafio econômico e social e a construção de uma economia de baixo carbono como a solução para as consequências da mudança no clima.
Como serão os negócios no futuro? O aumento da temperatura média do planeta já afeta a atividade econômica, traz impacto social e exigirá a construção de novos modelos de negócios que contribuam para a redução das emissões de gases de efeito estufa, a captura do excesso de carbono da atmosfera terrestre, e a adaptação às consequências de um planeta mais quente. Especialistas apontam como possíveis cenários a escassez de recursos e grandes impactos na produtividade de alguns setores como a agricultura, oriundos de eventos extremos como chuvas e secas mais intensas e frequentes.
Para encontrar e fomentar negócios e ideias que promovam uma economia mais regenerativa, circular e de baixo carbono, o Instituto Climate Ventures Brasil e a ClimateLaunchpad, com correalização da Aoka e do Instituto Clima e Sociedade (ICS), lançam a 1ª Chamada Bons Negócios pelo Clima.
Por meio do mapeamento, que tem apoio da Pipe.Social, Fundação CERTI e do Instituto Arapyaú, também será realizada a etapa brasileira da edição 2018 da competição ClimateLaunchpad, a maior competição mundial de ideias de negócios verdes.
“Queremos reconhecer e apoiar negócios que dão lucro e fazem bem para o planeta, reduzindo os impactos ambientais e as emissões de gases de efeito estufa,” explica Daniel Contrucci, diretor de operações da Climate Ventures.
A Chamada trará um panorama das soluções e inovações tecnológicas desenvolvidas por empresas, organizações, inovadores, empreendedores e ativistas do país para integrar o ecossistema de negócios que investe na conservação florestal e uso econômico consciente dos recursos naturais. Entre os temas buscados estão soluções independente da fase de desenvolvimento do negócio voltadas para: Gestão da Água; Gestão de Resíduos; Agropecuária; Energia; Logística; Uso do Solo e Florestas.
“O mapeamento será fundamental para o processo de aceleração da economia de baixo carbono. Percebemos que um dos principais fatores que impede essa aceleração é identificar o pipeline. Onde estão os bons negócios para o clima no Brasil? Quais são essas soluções? Quem são seus idealizadores? Existem desafios comuns? Conseguem acessar os recursos financeiros de investidores? E ainda, será que os instrumentos financeiros atuais atendem suas necessidades? Para acelerar um ecossistema como esse, é preciso antes entender todo esse cenário,” aponta o diretor executivo da Climate Ventures, Ricardo Gravina. A iniciativa também servirá como instrumento de conscientização para a sociedade sobre negócios que trazem impactos positivos para o planeta.
“A transição para uma economia de baixo carbono pode ser uma oportunidade para o Brasil, que já possui uma das matrizes energéticas mais limpas do planeta. Já sabemos o que precisa ser feito, as rotas tecnológicas para a construção de uma economia de baixo carbono. Há oportunidades em diversos setores. O objetivo desta chamada é identificar empreendedores que estão construindo esse novo paradigma econômico. Conectá-los à investidores e cadeias produtivas estabelecidas que precisam reduzir suas emissões de gases de efeito estufa. Se o Brasil fizer a lição de casa e acelerar a descarbonização da economia poderemos fazer uma transição suave, atrair investimentos, gerar empregos e estabelecer um longo ciclo de crescimento sustentável no século XXI”, explica o coordenador de economia de baixo carbono do Instituto Clima e Sociedade, Gustavo Pinheiro.
SELEÇÃO
Serão escolhidas até 10 inovações na primeira etapa da Chamada para participar de uma rodada de apresentação para investidores, parceiros e representantes da Climate Ventures. Cinco desses finalistas serão convidados a participar, em outubro, de uma imersão de dois dias no Ecossistema de Inovação da Fundação CERTI, em Florianópolis.
Além disso, o grupo de finalistas em estágio inicial do negócio terá a chance de competir entre os dias 1 e 2 de novembro na ClimateLaunchpad 2018, em Edimburgo, na Escócia, a maior competição mundial de ideias de tecnologias verde, ao lado de outras três projetos em estágio inicial selecionados na Chamada. O prêmio na etapa internacional inclui a aceleração pela Climate-KIC Accelerator (UE) para os dez primeiros colocados e 10 mil euros para o primeiro colocado mundial.
“Trata-se de uma iniciativa muito importante, pois busca mapear e alavancar novos negócios que apresentem soluções para reverter os efeitos negativos causados pelas mudanças climáticas, aliados ao empreendedorismo inovador de impacto. Os negócios apoiados deverão ter como meta, objetivo e missão resolver (ou amenizar) problemas socioambientais ao mesmo tempo em que demonstram viabilidade e sustentabilidade financeira no médio e longo prazo”, destaca Marcos Da-Ré, diretor do Centro de Economia Verde da Fundação CERTI.
Os negócios selecionados na Climate Ventures e as ideias escolhidas para a ClimateLaunchpad Brasil irão apresentar seus pitches a investidores-anjo, parceiros, aceleradoras e diversos membros do ecossistema de negócios no primeiro Summit de Negócios pelo Clima, em São Paulo. O evento vai envolver os principais atores do país no setor de clima: organizações sociais, investidores, governo, empresas e fundos de investimento.
“O Brasil precisa reflorestar 12 milhões de hectares, dar escala à agricultura de baixo carbono e regenerativa e ajustar o ponteiro da matriz energética para uma matriz mais limpa, que teoricamente já é inteligente, mas que pode ser muito melhor. Percebe-se, portanto que temos muitos desafios pela frente na busca de modelos de negócios que operem e prosperem dentro de uma economia verde, capaz de gerar emprego e riqueza e promover a competitividade das empresas por meio da produção de bens e serviços com impacto ambiental regenerativo. A Climate Ventures busca ser uma criadora de projetos de ação coletiva e agente de conexão entre duas linguagens: as fundações que olham para as mudanças climáticas e organizações com negócios de investimento que podem trabalhar em prol do impacto socioambiental, estabelecendo uma ligação entre esses dois universos para criação de negócios que possam resolver os desafios do clima de forma sustentável”, explica Gravina.
A 1ª Chamada Bons Negócios pelo Clima é realizada pelo Instituto Climate Ventures Brasil e ClimateLaunchpad, em parceria com Aoka e Instituto Clima e Sociedade (ICS) e apoio da Pipe.Social, Fundação CERTI e Instituto Arapyaú.
As inscrições dos projetos estão abertas e devem ser feitas até o dia 17 de agosto no site http://bit.ly/PipeClimateVentures.
Serviço:
1ª Chamada Bons Negócios pelo Clima
Prazo: inscrições até 17 de agosto
Inscrição: http://bit.ly/PipeClimateVentures
Premiação: Bootcamp para treinamento e desenvolvimento intensivo de suas soluções e Rodada de apresentação para investidores e representantes do Climate Ventures, em São Paulo; Imersão no Ecossistema de Inovação da Fundação Certi, em Florianópolis; Participação na ClimateLaunchpad 2018, em Edimburgo, Escócia com chances de aceleração pela Climate-KIC Accelerator para os dez primeiros colocados e dez mil euros para o primeiro colocado mundial; Apresentação de pitches a investidores, parceiros, aceleradoras, fundos de investimento e empreendedores do ecossistema no Summit de Negócios pelo Clima.
Edital completo: http://climateventures.co/chamada.html
Informações: [email protected]
Informações à imprensa:
Andréa Xavier – [email protected] | (11) 99299-2519
SAIBA MAIS:
Economia regenerativa de baixo carbono estimula e fortalece um novo ciclo econômico com foco em sustentabilidade. Nesse modelo circular, os negócios são capazes de gerar emprego e riqueza e promover a competitividade das empresas através da produção de bens e serviços, onde os materiais são devolvidos ao ciclo produtivo através da reutilização, recuperação e reciclagem, gerando impacto positivo ao meio ambiente. O propósito é garantir a eficiência máxima na utilização de recursos trazendo benefícios econômicos globais.
ÁREAS DE IMPACTO DOS NEGÓCIOS
SOBRE OS ATORES:
Instituto Climate Ventures é uma plataforma de inovação para acelerar a economia regenerativa e de baixo carbono no Brasil articulando lideranças de governo, sociedade civil e setor privado de forma estruturada com foco em ação. Seu propósito é aumentar pipeline e fluxo de investimentos em “bons negócios pelo clima” através do fomento de um ecossistema que integra as esferas de clima, negócios/finanças e inovação/tecnologia. Este ano será realizado um Lab de Inovação para o Clima e a 1ª Chamada Bons Negócios pelo Clima.
ClimateLaunchpad é a maior competição mundial de ideias de negócios verdes. Sua missão é destravar o potencial de tecnologias limpas (cleantech) de todo o mundo que trate das mudanças climáticas. A competição visa criar um palco para estas ideias. A ClimateLaunchpad é parte das ofertas de empreendedorismo da EIT Climate-KIC. https://climatelaunchpad.org/
Aoka cria plataformas de inovação social e programas de desenvolvimento de lideranças que buscam criar soluções para alguns dos principais desafios do nosso tempo. É especialista em mudanças sistêmicas, desenvolvendo tecnologias sociais em parceria com o Presencing Institute para ativar ecossistemas e acelerar processos de transformação coletiva.
Instituto Clima e Sociedade – iCS é uma organização filantrópica que promove a prosperidade, justiça e o desenvolvimento de baixo carbono no Brasil. Atua como ponte entre financiadores nacionais, internacionais e parceiros locais. O iCS é uma instituição brasileira independente e integra uma rede de organizações que catalisam o combate à mudança do climática global, objetivando a aceleração da transição para uma economia de baixo carbono.
Fundação CERTI é uma Instituição de Ciência, Tecnologia e Inovação privada, sem fins lucrativos, cujo propósito é contribuir de forma relevante para a competitividade das empresas e o desenvolvimento sustentável do Brasil, por meio de um consistente e dinâmico ecossistema de inovação, tecnologia e empreendedorismo. A CERTI atua desde 1984 gerando soluções inovadoras e competitivas no desenvolvimento regional e nacional, detendo ampla experiência e know-how no desenvolvimento de projetos de empreendedorismo e inovação e na estruturação de ambientes tecnológicos e de Ecossistemas de Inovação, inclusive na temática da Economia Verde com foco na concepção, implementação e operação de modelos que aliam a inovação e o empreendedorismo à conservação da natureza.
Instituto Arapyaú é uma associação sem fins lucrativos que busca promover o desenvolvimento sustentável. Isso acontece, na prática, por meio da articulação e do apoio estratégico e financeiro a organizações e grupos voltados à economia verde, ao aprimoramento da política e de suas lideranças e ao engajamento da sociedade. Fundado em 2008, o Instituto tem dois escritórios: um em São Paulo e outro na vila de Serra Grande, no município de Uruçuca, no sul da Bahia.
Pipe.Social é uma plataforma-vitrine de negócios de impacto social e ambiental que surgiu com o desejo de provocar conexões relevantes no Brasil, permitindo que empreendimentos sejam vistos e também se reconheçam dentro do universo de possibilidades que o ecossistema hoje oferece. Entre os serviços prestados estão recrutamento, mapeamento e análise de negócios, pesquisa de mercado e tendência, chamadas de impacto, suporte a investidores, mentorias etc.