A presença de centros urbanos de inovação contribui diretamente com o desenvolvimento das cidades, nesta troca, os dois lados se beneficiam com o progresso. As discussões sobre o assunto já estão presentes em algumas universidades do Brasil. Na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, por exemplo, já está sendo feito um estudo para mapear estes ambientes.
“No Estado do Rio Grande do Sul já estamos debatendo sobre isso. Acredito que a Conferência da Anprotec será uma boa oportunidade para explorarmos mais este assunto com diferentes atores e para ressaltarmos a importância da presença de centros de inovação nas cidades. Com isso, esperamos que colegas de outros estados se sintam incentivados a ingressarem no grupo e a se aprofundarem sobre os ambientes de inovação”, afirma Ghissia Hauser, líder temático da Anprotec sobre o tema.
De acordo com Ghissia, esses ambientes nascem espontaneamente da sociedade, revelando a importância da inovação tanto para agentes públicos, quanto para os privados e para grupos mais alternativos, já que os ambientes valorizam a sustentabilidade.
“Os ambientes urbanos de inovação se assemelham mais aos coworkings, que surgem mais espontaneamente, do que aos parques tecnológicos, que nascem a partir de políticas públicas”, explica Ghissia.
Na nova economia, as cidades retomam a função de centro produtivo que haviam perdido quando a produção em massa se tornou o modelo produtivo dominante. De fato, a cidade é o melhor lugar para a produção da crescente demanda de serviços por parte das empresas de todas as indústrias. Nesse cenário, as cidades e regiões competem para ampliar sua importância baseadas em tecnópoles e/ou ecossistemas de inovação.
Isso faz com que, cada vez mais, as cidades disputem entre si para receber atores do ecossistema de inovação. Esta relação torna possível não somente a consolidação de empresas, startups, incubadoras, aceleradoras e coworkings, como também traz maior relevância ao município ou à região.
As tecnópoles, por exemplo, são espaços planejados para receber parques tecnológicos com alto potencial de desenvolvimento. Elas surgem através da iniciativa de agentes públicos e privados, que, em parceria com centros de pesquisa e universidades desenvolvem estudos com a finalidade de colaborar com o crescimento científico e tecnológico do país. Diferentemente de uma cidade industrial, em que o espaço geográfico é baseado no escoamento da produção, no transporte de matéria prima, ou em outros aspectos relacionados, as tecnópoles se baseiam em questões sociais, culturais e econômicas, se tratando do potencial de inovação da região.
O potencial de crescimento de uma organização pode ter relação com o território em que está sitiada, neste sentido, nota-se a importância de se conviver em um universo composto por outros membros da esfera tecnológica, da troca de experiências e do conhecimento adquirido mesmo que de maneira informal.
Sobre os líderes temáticos
Os “Líderes Temáticos” têm um papel fundamental na apresentação de temas relevantes para atuação da Anprotec. Uma das principais atividades é a orientação na elaboração de documentos de referência, estudos e pesquisas sobre os temas. Além disso, eles podem liderar as microcâmaras responsáveis por discutir, levantar sugestões e propor projetos e ações que disseminem e fortaleçam o tema no âmbito da Associação.
Para auxiliar na disseminação, implantação e conceituação do tema, a atuação de cada Líder Temático estará disponível, em breve, no site da Anprotec, na área exclusiva para associados, onde será possível apresentar opiniões e sugestões. Atualmente, a Associação conta com Líderes Temáticos responsáveis por coordenar grupos em 21 diferentes temas. Confira quais são eles e saiba mais sobre o tema de seu interesse.