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Debatedores defenderam na semana passada o apoio a startups e a criação de políticas públicas de incentivo à economia criativa, que reúne atividades nas quais a criatividade e o capital intelectual são a matéria-prima para a criação, a produção e a distribuição de bens e serviços. O tema foi discutido em seminário da Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados.
Para o ministro da Cultura, Sergio Sá Leitão, a economia criativa pode ser um caminho para que o Brasil enfrente a crise econômica. Ele lembrou que, enquanto a indústria se automatiza e demite pessoas, as atividades relacionadas à economia criativa absorvem muita mão de obra.
Apesar de pouco conhecida, a economia criativa representa quase 3% do Produto Interno Bruto (PIB) e deve ter um crescimento de 4,6% ao ano até 2021, sendo responsável por 850 mil empregos diretos.
Apoio a novas empresas
Para a gerente de Comércio e Serviços do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Ana Clévia Lima, é preciso fomentar o crescimento da economia criativa e, para isso, já existem instituições que apoiam novas empresas, as startups.
“O Brasil precisa se reinventar. A gente não pode, em relação à economia criativa, agir como agimos em relação a outras atividades econômicas em que o País teve uma imensa oportunidade de se posicionar no mercado – não só nacional como internacional – e perdeu essas oportunidades”, disse a gerente do Sebrae.
O representante da escola Perestroika, Dario Joffily, destacou a criatividade dos brasileiros como algo que já está movimentando a economia. “Nó temos muitos empreendimentos, muita coisa acontecendo, muitos modelos de negócio sendo criados, gerando inovação e tendo relevância tanto no Brasil quanto fora daqui”, afirmou.
Políticas públicas
O presidente da Comissão de Cultura, deputado Thiago Peixoto (PSD-GO), defendeu a adoção de políticas públicas para fomentar a economia. “Outros países encaram isso de uma forma mais profissional, mais estratégica, e conseguiram avançar muito mais. Neste momento de crise, o Brasil tem que ser criativo, inovador e ter uma estratégia nacional de economia criativa para potencializar algo em que já somos bons, mas podemos ser ainda melhores”, declarou.
Segundo o representante do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) Frederico Barbosa, é preciso definir quais atividades pertencem à economia criativa para que o governo possa implementar políticas adequadas para o fomento de cada uma delas.
Juventude
O ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, também destacou a importância social das atividades criativas. “Temos uma questão seríssima a enfrentar no Brasil, que é a questão da nossa juventude. Hoje, nós temos um quarto dos jovens brasileiros que já saíram da escola e não trabalham, não encontram uma colocação profissional. Eu penso que as atividades culturais e criativas, por tratarem de questões lúdicas, de criação, muitas vezes de imaginação, de fantasia, por dizerem respeito a expressões artísticas e culturais, elas têm um poder de atração muito grande sobre os jovens e podem constituir alternativas profissionais para nossos jovens”, afirmou.
O seminário sobre economia criativa foi realizado por sugestão dos deputados Thiago Peixoto, Givaldo Vieira (PT-ES), Lucas Vergilio (SD-GO) e Edmar Arruda (PSD-PR). O encontro foi organizado pela Comissão de Cultura, com a participação das comissões de Desenvolvimento Urbano; de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços; e de Finanças e Tributação.
*Fonte: Agência Câmara
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