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Há pouco mais de um ano do lançamento das 15 Recomendações para a expansão e fortalecimento do campo das Finanças Sociais no país, a Força Tarefa de Finanças Sociais (FTFS) lança os primeiros resultados sobre os avanços dessa agenda no Brasil.
O documento foi apresentado durante um evento no dia 21/02, em São Paulo (SP), mesma ocasião em que foi lançado um investimento conjunto entre Instituto de Cidadania Empresarial (ICE) e Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) que somará 9,3 milhões para ampliar o ambiente de Negócios de Impacto no Brasil.
O processo de elaboração do relatório envolveu a realização de uma consulta aberta em plataforma online que, ao longo de novembro de 2016, teve os objetivos de: 1. Mapear resultados e conquistas, para além das conexões da FTFS, que apoiam o avanço das recomendações. 2. Refletir sobre desafios e legislações que apoiam o desenvolvimento de temas estratégicos. 3. Validar com atores do ecossistema informações para a construção desse relatório.
Ao todo foram mapeadas mais de 45 iniciativas em todo o país que respondem diretamente as recomendações e os principais desafios do setor como: 1) ampliação da oferta de capital; 2) O aumento do número de Negócios de Impacto qualificados e com alto potencial de crescimento; 3) O fortalecimento das organizações intermediárias; e 4) a promoção de um macroambiente favorável para as Finanças Sociais.
“Queremos mostrar que a efetividade da implementação das recomendações depende do engajamento de diversos atores e projetos complementares. Já há diversos marcos a serem celebrados e disseminados”, ressalta Célia Cruz, Diretora Executiva do Instituto de Cidadania Empresarial – ICE, que compõe a Diretoria Executiva da Força Tarefa.
“Esse relatório consolida os resultados alcançados e traz reflexões de especialistas sobre os caminhos a serem trilhados para que esses investimentos gerem melhoria na qualidade de vida das pessoas”, completa Leonardo Letelier da SITAWI Finanças do Bem que compõe a Diretoria Executiva da Força Tarefa junto com o ICE.
PRINCIPAIS DESTAQUES
A FTFS tem estimulado novas organizações a atuarem nessa temática, construído espaços para inovação e monitorado o crescimento do campo no Brasil. Abaixo os principais destaques:
Ampliação da oferta de capital
Com 29 investidores de impacto ativos no Brasil que movimentam um capital de USS 186 milhões, segundo estudo da ANDE (Aspen Network of Development Entrepreneurs), o setor vem se consolidando no país. Destaca-se aqui também a constituição de um grupo de 21 Institutos e Fundações para aprender sobre mecanismos financeiros por meio da alocação de R$700 mil para investimentos em Negócios de Impacto, os estudos para implementação de dois contratos de impacto social e a estruturação de novos mecanismos de investimento: equity crowdfunding e securitização com o objetivo de mobilizar mais capital para geração de impacto socioambiental positivo.
Aumento do número de Negócios de Impacto
A atuação de organizações chave de apoio a empreendedores é o grande destaque para aumentar o número de Negócios de Impacto qualificados para receber investimento. Entre as iniciativas mapeadas consta o Sebrae (Serviço Nacional de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) que realizou mais 6 mil atendimentos para empresas (ou potenciais) de impacto em 05 estados no ano passado e a estruturação do “InovAtiva de Impacto”, iniciativa do Ministério da Industria, Comercio Exterior e Serviços e Sebrae, que acelerou 16 Negócios de Impacto em 2016 (com previsão de 127 para 2017).
Fortalecimento de organizações intermediárias
As organizações intermediárias funcionam como uma ponte entre empreendedores e investidores, promovendo um ambiente mais favorável para a criação e o fortalecimento dos Negócios de Impacto: como aceleradoras, incubadoras, universidades, institutos de avaliação. O relatório destaca a ampliação do número de aceleradoras e incubadoras engajadas e formadas para selecionar e apoiar Negócios de Impacto, que já chega a 20 incubadoras de base tecnológica, de 04 regiões do país. Ressalta ainda o aumento do número de professores que pesquisam e ministram disciplinas relacionadas ao tema em instituições de ensino superior (IES), somente a Rede NIFS (Negócios de Impacto e Finanças Sociais), reúne 50 professores de 28 IES, em 10 estados brasileiros. Foi mencionada ainda a criação da Rede de Mensuração de Impacto em Finanças Sociais, com 25 organizações interessadas no tema.
Promoção de macroambiente favorável
A constituição de um macro ambiente favorável às Finanças Sociais por meio de legislações e da atuação do governo é fundamental para o fortalecimento do campo. Nesse sentido, a aprovação da legislação de proteção aos investidores anjos (Lei Complementar 125/15) pode ser celebrada como uma conquista na busca de regulamentações que favoreçam o campo. Além disso, destaca-se a assinatura de um acordo de cooperação técnica entre o Ministério da Industria, Comércio Exterior e Serviços para a promoção das Finanças Sociais no Brasil e a criação de um grupo de trabalho de Finanças Sociais envolvendo diversos membros do governo federal.
Confira os avanços mapeados no relatório 2016
Parceria ICE- BID busca ampliar o ambiente de Negócios de Impacto e Finanças Sociais no Brasil
Com o objetivo de fortalecer o campo de Negócios de Impacto e Finanças Sociais no Brasil, que último dia 21/02, em São Paulo, ICE e BID anunciaram uma parceria na qual investirão R$9,3 milhões em Negócios de Impacto social e ambiental, fortalecimento de incubadoras e aceleradoras, suporte na implementação das recomendações estratégicas da Força Tarefa de Finanças Sociais e ações para avançar o campo em universidades brasileiras.
Foi dado destaque especial, à chamada ICE-BID de financiamento semente que irá disponibilizar até R$1,5 milhão para apoiar iniciativas de impacto socioambiental que estejam em fase inicial e para aceleradoras e incubadoras que apoiam empreendimentos nesse estágio.
A chamada ICE-BID de financiamento semente 2017 estará disponível de 20 de abril a 31 de maio. Mais informações em: http://ice.org.br/chamadaice-bid/
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