[:pt]
Desde outubro, as startups brasileiras podem contar com Centros de Referência para Apoio a Novos Empreendimentos, o Cerne. O eficaz trabalho realizado por incubadoras de diversas regiões do país garantiu a elas a certificação no modelo de gestão, cujo objetivo é oferecer uma plataforma de soluções que ampliem a capacidade da incubadora em gerar empreendimentos inovadores, bem sucedidos, com gestão transparente e participativa.
Com a certificação, a expectativa é que as incubadoras ampliem a capacidade de atender as necessidades de médios e pequenos negócios inovadores e que conquistem a confiança deles. “A credibilidade com relação às ações da Softville mudou da água para o vinho, ou seja, passamos a ter uma credibilidade de 100%, com a certeza de que os projetos aqui terão maior chance de sucesso, de inovação e escalabilidade”, comemora o gerente executivo da incubadora Softville, Ademir Rossi.
Segundo ele, a intenção da incubadora Softville é ampliar a incubação, bem como as capacitações tecnológicas rumo à inovação. “Vamos atuar forte, entrando no mundo da aceleração dos negócios, acelerando startups, apoiando a cidade no desenvolvimento regional”, afirmou o gerente executivo que prepara a incubadora para buscar o Cerne 2, que é o segundo nível de maturidade do processo.
Outra equipe que almeja o Cerne 2 é a Incubadora Tecnológica Natal Central (ITCN). “Com a certificação confirmamos que as práticas desenvolvidas na ITNC estão adequadas e de acordo com o modelo Cerne. Além disso, temos um maior respaldo frente às ações desenvolvidas na incubadora”, explica a gerente Claudine Carrilho. Segundo ela, houve um amadurecimento da equipe na condução da gestão da incubadora, que absorveu a necessidade de buscar sempre a melhoria contínua dos processos, elevando as práticas ao estágio de evolução sistematizada. Além de incentivá-la a buscar a implementação do Cerne 2.
No processo de certificação, a Anprotec em conjunto com o Sebrae, criou um modelo para ajudar na implementação do Cerne e acompanhou todo esse processo para viabilizar que as incubadoras pudessem ter as melhores práticas implantadas e operando. A Associação enviou uma equipe com experiência em análise de sistemas de gestão e implantação da metodologia Cerne até as incubadoras, que após uma avaliação rigorosa, receberam um relatório com sugestões de melhorias e indicações do que já estava em conformidade com o modelo.
Carlos Eduardo Bizzotto, um dos autores do modelo de Incubação Cerne, explica que a certificação é o coração de todo esse processo de construção de um novo modelo. “Do nosso ponto de vista esta é uma transformação da atuação da incubadora, fazendo com que ela deixe de ser um ambiente focado no espaço físico e seja mais focada na questão da prestação de serviço e agregação de valor para as empresas incubadas”, explicou.
Com o certificado, cria-se uma relação mais profissional, porque as incubadoras, que são ferramentas importantes de desenvolvimento socioeconômico, passam a sistematizar todos os seus processos, além de focar em gestões que sejam economicamente viáveis, socialmente justas e ambientalmente corretas. O analista do Sebrae, Krishna Aum de Faria, defende que a parte operacional da incubadora fica sistematizada. “Fica muito mais fácil uma relação de gestão, controle, acompanhamento e monitoramento com as empresas incubadas”.
A certificação foi entregue durante a 26ª Conferência Anprotec, que aconteceu entre os dias 17 e 20 de outubro, em Fortaleza (CE). Os processos de avaliação que garantiram a aptidão para os certificados foram realizados pelo Instituto Christiano Becker, instituição que detém exclusividade para o desenvolvimento das avaliações. Ao todo 9 incubadoras foram certificadas. São elas: Instituto Empresarial de Incubação e Inovação Tecnológica (IEITEC); Midi Tecnológico; Incubadora Tecnológica Natal Central (ITNC); Centro de Empreendedorismo e Incubação (CEI); Centro Incubador Tecnológico (CIT); Centro Empresarial para laboração de tecnológicas Avançadas (Celta); Incubadora Tecnológica Softville; Incubadora Raiar; e o Núcleo de Incubação do Porto Digital.
O Cerne
Resultado de uma parceria entre a Anprotec e o Sebrae, o Cerne é um modelo de gestão que visa promover a melhoria expressiva nos resultados das incubadoras de diferentes setores de atuação. Para isso, determina boas práticas a serem adotadas em diversos processos-chave, que estão associados a níveis de maturidade (Cerne 1, Cerne 2, Cerne 3 e Cerne 4). Cada nível de maturidade representa um passo da incubadora em direção à melhoria contínua.
[:]