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O segundo dia da 26ª Conferência Anprotec começou com uma grande plenária com o tema “Novos mecanismos e espaços de geração de empreendimentos inovadores”. O Diretor Executivo da Associação Brasileira de Aceleradoras de Inovação e Investimento (ABRAII), Alex Jacobs, abriu a mesa falando sobre inovação aberta, open innovation. Ele explicou que há algum tempo o ecossistema brasileiro de inovação dependia exclusivamente dos governos estaduais e federais para se desenvolver e, segundo ele, esse modelo não deu certo.
“O nosso país tem muita capacidade de empreender, mas há muitos mecanismos que não estão conectados. A inovação aberta, há 20 anos, não faria o menor sentido. Hoje, está surgindo um novo modelo que tem articulação local, nacional e global de todos os atores. E isso é o grande negócio, fazer os atores se encontrarem. Fomos treinados para ter pouca colaboração entre o ecossistema, mas isso está sendo desconstruído”, explicou Jacobs.
Moderando a mesa, o Vice-presidente da Anprotec, José Aranha, afirmou que esse é exatamente o objetivo da entidade, “ser uma associação plural, uma soma de ecossistemas”. Ele ressaltou ainda que o caminho para desenvolver a economia brasileira é somar esforços.
“As grandes empresas, por exemplo, abriram mão das suas estratégias de inovação vertical para interagir com outros atores. Não dá para esperar que os empreendimentos nascentes cheguem na camada de aceleração para começar a interagir com eles. Cada vez mais as companhias identificam boas oportunidades em empresas que estão nas primeiras fases de aceleração”, avaliou o Gerente de Pesquisa e Desenvolvimento da Samsung, Antonio Marcon.
Ele apresentou ainda o modelo Coreano de empreendedorismo inovador em que grandes empresas utilizam sua força para estreitar relação com startups. “Fora do brasil o que vemos é um movimento forte de venture capital, que atua na camada de risco de P&D. A grande empresa começa a se conscientizar de que não dá para esperar que os empreendimentos cheguem na camada de aceleração para começar a interagir com eles. Cada vez mais as empresas identificam que há boas oportunidades nas primeiras fases das empresas”, concluiu o gestor.
Já o co-fundador do Impact Hub, Henrique Bussacos, defendeu que os gestores de ambientes de inovação devem olhar para a próxima geração de empreendedores. “Esse grupo terá diversidade de gênero e cultura. O coworking pode contribuir para o ecossistema de inovação pensando em espaços que promovam essa integração”, disse.
Também compôs a mesa, o diretor executivo do Sapiens Parque, José Eduardo Fiates, que explicou que a integração deve ser feita por meio de estratégias que impulsione a aceleração de startups. “Essas relações mais próximas permitem que os resultados aconteçam mais rapidamente. Quando cada uma das diferentes iniciativas de aceleração de empresas interage em um único ambiente cria-se facilidades para o empreendedor. Nosso objetivo é ajudá-lo a acessar recursos para se desenvolver rapidamente”, explicou.
Resultado do Programa de Promoção da Economia Criativa
No fim da sessão, foram anunciadas as incubadoras e startups selecionadas para a segunda rodada do Programa de Promoção da Economia Criativa, resultado de uma parceria entre Samsung, Anprotec e CCEI Daegu – Centro de Economia Criativa e Inovação da Coreia do Sul.
Cerca de 300 empresas se candidataram a esta edição do programa. Entre as selecionadas estão empreendimentos de todas as regiões do Brasil distribuídos em áreas como realidade virtual, saúde digital, educação digital, bem-estar, wearables, convergência, e Internet das Coisas (IoT). O programa visa fomentar a cultura do empreendedorismo inovador e a geração de negócios de alto impacto, além de habilitar as participantes para operar suas atividades propostas.
“Esse momento é muito significativo para nós, pois mostra como estamos abertos e nos envolvendo cada vez mais com novos atores. Temos uma relação muito especial com as médias e grandes empresas, essa conferência, do jeito que está acontecendo, seria impossível há dez anos pois alguns dos atores aqui presentes nem existiam. Além disso, éramos fechados em nossos próprios ecossistemas. Mas agora temos resultados concretos e muito significativos para mostrar de relações com grandes empresas, como esse da Samsung, que chega com muito sucesso na segunda rodada”, disse a Superintendente Executiva da Anprotec, Sheila Oliveira Pires.
A partir de novembro, as startups selecionadas poderão se instalar, por um período de nove meses, em uma das incubadoras que integram o programa. Os projetos escolhidos podem receber investimentos de até R$ 250 mil, além de infraestrutura física, metodologia de incubação e oportunidades de mentoria. Além disso, serão oferecidos treinamentos focados na criação de empreendimentos inovadores, inspirados no Modelo Coreano de Cultura de Economia Criativa, desenvolvido na Coreia do Sul pelo CCEI Daegu.
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