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A segunda-feira, 18 de julho de 2016, foi um marco para o desenvolvimento de Parques Tecnológicos brasileiros. Na data, aconteceu, em São Jose dos Campos (SP), o Fórum de Parques Tecnológicos Brasil-China. Idealizado pela Anprotec, o encontro reuniu autoridades chinesas, brasileiras, pesquisadores e diversos representantes do setor dos dois países.
“A iniciativa representa uma genuína intenção de cooperação entre chineses e brasileiros”, comentou o Presidente da Anprotec, Jorge Audy. “Temos muito a aprender com eles. Ao compartilharmos experiências, temos a chance de crescermos juntos, gerando desenvolvimento social e econômico.”
A delegação da China foi composta por integrantes do Torch Center, instituição pública, vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia. Eles são os responsáveis pelas diretrizes da política para os parques tecnológicos, industriais e incubadoras na China. Duan Junhu, Diretor Adjunto do Torch Center, liderou a comitiva. “O intercâmbio entre pesquisadores e aprofundamento de projetos são dois dos principais objetivos para firmarmos a cooperação com o Brasil”, avaliou.
As estatísticas chinesas relacionadas ao trabalho promovido em Parques Tecnológicos são impressionantes. Como em quase todos os dados do país, a escala de investimento e resultados são gigantescos. “O trabalho dos Parques Tecnológicos já representa 12% de nosso PIB”, afirmou Junhu. Vale lembrar, o PIB chinês, em 2015, calculado em dólares americanos, foi de 10,33 trilhões.
Esse expressivo resultado é fruto de um trabalho de aproximadamente três décadas. O Torch Center, por exemplo, foi criado em 1989. De lá para cá (do ponto de vista histórico, muito pouco tempo), a China passou a figurar entre os países que mais investiram e cresceram nesse setor. Já foram instalados mais de 100 Parques Tecnológicos. O número de empregados neles supera 17 milhões de pessoas. Nas cidades onde se encontram, principalmente nas pequenas e médias, são responsáveis por 50% da fonte de renda dos municípios. Entre incubadoras, eles possuem 1.354.
Nas estatísticas oficiais chinesas os números são totalmente expressivos e crescentes. Mas eles não se dão por satisfeitos com os resultados. Querem deixá-los, ainda, mais robustos.
“Estamos nos aprimorando, a cada ano. Precisamos melhorar nossa transferência de tecnologia. Melhorarmos a utilização da tecnologia produzida”, refletiu Junhu. Durante o Fórum, ele ressaltou que, de forma mais ampla, o trabalho empreendido tem como objetivo reforçar a economia, ciência e tecnologia chinesa. “Com isso, estabelecemos uma cultura de inovação no país.”
A professora doutora Way Ying, em sua palestra, enfatizou o foco da China em firmar parcerias com outros países. Relatou trabalhos bem sucedidos feitos em conjunto com a Coréia do Sul e Alemanha; e destacou a experiência de cada parceiro como um dos principais ativos nos termos de cooperação assinados. “Os interessados em firmar parcerias conosco têm de encontrar as localidades de seu interesse. É preciso sinergia entre as partes envolvidas.”
Termo de Cooperação
Um dos principais momentos das atividades durante o Fórum ocorreu na assinatura do termo de cooperação entre a Anprotec e a Torch High Technology Industry Develompment Center, nas figuras de seus presidentes. “A consolidação dessa parceria é um momento decisivo para nossa história”, comemorou a Superintendente Executiva da Anprotec, Sheila Oliveira Pires. “A partir dela, estabelecemos bases para a cooperação que vão ao encontro do interesse dos nossos Parques Tecnológicos”.
De forma resumida, o acordo facilita o intercâmbio dos interessados, cria canais de diálogo e estabelece uma agenda comum entre os dois países. Na ocasião da assinatura, o representante do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Jorge Mário Campagnolo, Coordenador Geral de Serviços Tecnológicos do Ministério, ratificou o termo assinado.
“Na prática, tudo isso representa que, sim, é possível realizarmos sonhos. Já avançamos na produção científica brasileira. Precisamos avançar no desenvolvimento dos Parques Tecnológicos e aproximar esse conhecimento da necessidade das empresas”, ponderou Campagnolo.
Breve história
De acordo com levantamentos da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) é crescente a presença de Parques Tecnológicos em todo o mundo. Os Estados Unidos são o país com o maior número deles, seguidos pelo Japão. A China apresenta o maior crescimento e o Brasil é o líder desse segmento na América Latina. O país concentra a maior quantidade de Parques Tecnológicos da região latina-americano.
O Vale do Silício, na Califórnia (EUA), foi o pioneiro nesse setor. Conhecido originalmente como Parque Tecnológico da Universidade de Stanford, sua operação data da década de 1950. Posteriormente, ainda segundo a Unesco, surgiu nos anos de 1960, na França, o Parque Tecnológico Sophia Antipolis. Alguns anos depois, na década de 1970, formou-se no Japão o Tsukuba Science City.
O empreendedorismo inovador no Brasil*
O retrato dos Parques Tecnológicos
Estatísticas das Incubadoras
*Fonte: Estudos Anprotec e MCTIC realizados em 2010 e 2013.
Acesse aqui os materiais apresentados durante o evento:
Technology Park of Sao Jose dos Campos
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