Com a coordenação do vice-presidente da Anprotec e presidente da Divisão Latino Americana da IASP, Jorge Audy, o “23º Workshop Anprotec: O papel dos parques tecnológicos no desenvolvimento de cidades inteligentes” teve seu primeiro dia nesta segunda-feira (19). A atividade incluiu a participação do presidente da Rede de Parques Científicos e Tecnológicos da Catalunha e vice-presidente da Associação Internacional de Parques Científicos e Áreas de Inovação (IASP), Josep Piqué, do diretor geral da IASP, Luis Sanz, e do diretor executivo do Parque Tecnológico da Universidade Federal do Rio de Janeiro, ex-presidente e conselheiro da Anprotec, Maurício Guedes.
O workshop foi iniciado por Audy e Guedes. Com uma breve introdução ao tema do workshop e a apresentação dos palestrantes, eles recepcionaram cerca de 100 participantes e falaram sobre o cenário atual do segmento no Brasil. “Do ponto de vista da região da América Latina, temos dois aspectos que nos diferenciam: os impactos sociais da inovação e o papel do governo. Esses dois itens são extremamente importantes e determinantes para o desenvolvimento da área de ciência, tecnologia e inovação”, enfatizou Audy.
Para Guedes, os desafios e oportunidades do segmento têm uma dimensão universal, mas alguns desafios merecem atenção especial no Brasil. “Nos últimos anos, a dificuldade em lidar com órgãos de controle no nosso país aumentou de maneira assustadora, nossa vida ficou muito mais difícil. Como eu sou otimista, acredito que esse cenário seja a oportunidade de recriar a cultura empresarial brasileira e é aqui que os ambientes de inovação entram”, explica Guedes.
Na sequência, Sanz conduziu o painel “Parques tecnológicos e áreas de inovação: a visão da IASP e tendências mundiais”. O espanhol iniciou sua fala destacando que a primeira condição exigida para um parque científico e tecnológico é que ele tenha a capacidade de inovar. Ao longo de sua apresentação, explicou as mudanças pelas quais o conceito tradicional de parques tem passado e quais são os novos compromissos que esses ambientes têm assumido.
“O modelo tradicional não se tornou obsoleto, mas já temos áreas de inovação que seguem um novo conceito. Elas são a evolução dos parques, em um contexto que demanda espaços onde as pessoas não somente trabalhem, mas também se relacionem socialmente e, inclusive, lá vivam. Esse tipo de hibridização vem acontecendo em algumas cidades, aumentando a preocupação dos parques em buscar elementos que satisfaçam essa nova realidade, como o acréscimo de unidades residenciais, espaços culturais e esportivos aos ambientes. Os parques querem se abrir, deixar de ser exclusivos a empresas e empresários, se conectar à sociedade”, defendeu Sanz.
Cidades inteligentes
Na segunda parte do dia, Piqué conduziu o painel “Smart cities e sustentabilidade dos ambientes de inovação: a experiência da Espanha”. Em sua fala, defendeu a retenção e o desenvolvimento de talentos, além do investimento na educação das crianças que futuramente serão os personagens do sistema inovador. Para o vice-presidente da IASP, uma cidade inteligente requer planejamento, gestão e infraestrutura adequada, porém, a busca por esse desenvolvimento urbano e econômico não deve prejudicar a cultura e a comunidade locais. “Para melhorar a qualidade do espaço público, a convivência e a conexão, a transformação de uma cidade inteligente não começa do zero, com um novo edifício, mas com a atualização e a melhoria das estruturas já existentes”, explicou.
O primeiro dia de workshop foi encerrado com apresentações de casos, moderadas pelo secretário-adjunto de Administração Sistêmica da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação de Mato Grosso (Seciteci), Elias de Andrade. Participaram da atividade o diretor-presidente do Porto Digital, Francisco Saboya, o gestor governamental da Seciteci, Washington Fernando
da Silva, e o prefeito de Nova Andradina (MS), Roberto Hashioka.
*Foto: Márcio Oliveira. Confira a cobertura fotográfica completa aqui.