Com o tema “A geração de negócios sociais como alavanca para o desenvolvimento sustentável”, a plenária que abriu a programação desta quinta-feira (22) trouxe palestrantes de diferentes organizações que promove e apoiam negócios de impacto. A sessão foi moderada pela gerente da unidade de desenvolvimento empresarial do Sebrae de Mato Grosso, Eliane Ribeiro Chaves. “Trazer essa discussão para o evento é estimulante, pois vimos várias iniciativas que ajudam a resolver problemas complexos por meio da inovação. Não são apenas exemplos de negócio sustentáveis, mas de sustentabilidade para a sociedade”, disse.
O co-fundador e gestor da rede Yunus Negócios Social Brasil, Rogério Oliveira, começou sua palestra de forma descontraída, lembrando o filme “De volta para o futuro”. “Na década de 70, um jovem chamado Muhammad Yunus teve um sonho, que é realidade hoje assim como o tênis do filme”, disse Oliveira, se referindo ao programa de microcrédito criado pelo economista indiano, que venceu o Prêmio Nobel da Paz. O banco Grameen, criado por Yunus, já concedeu mais de 11 milhões de dólares para empreendimentos de pessoas de baixa renda, sem exigir garantias em troca.
Em seguida, Oliveira explicou o conceito de negócio social na visão da rede de criada por Yunus, abordando os programas e iniciativas desenvolvidos pela unidade no Brasil. “Atuamos como aceleradora e como fundo de investimentos. Em breve, vamos lançar a primeira aceleradora de negócios sociais para grandes corporações”, afirmou o gestor. Por fim, Oliveira apresentou casos de sucesso de negócios de impacto social, como um aparelho auditivo com bateria carregada por energia solar.
Outra forma de financiamento para os negócios de impacto social foi apresentada por Daniel Izzo, sócio e cofundador da Vox Capital, um fundo de investimentos de venture capital. “Nossa missão é empoderar pessoas e empresas que usam tecnologia e inovação para gerar negócios que resolvam problemas reais, criando um mundo mais justo e feliz. Buscamos empresas com intenção de impacto social e com retorno financeiro”, explicou.
Com aportes iniciais de R$ 2 milhões, a Vox Capital investe em negócios de impacto em troca de participação acionária, auxiliando a empresa a crescer e se desenvolver. “Ajudamos com contatos comerciais, planejamento estratégico, gestão de equipes e finanças, dentre outros processos. Depois, vendemos nossa participação quando a empresa estiver bem estruturada”, disse. Recentemente, a Vox Capital passou a fazer operações de microcrédito e também começou a atuar em parceria com aceleradoras e incubadoras, como a Artemísia – representada na plenária pelo coordenador da área de Educação, Felipe Alves.
Alves apresentou os principais projetos da Artemísia, organização pioneira em negócios de impacto social no Brasil, fundada há 11 anos. “Fomentamos talentos e fornecemos uma estrada completa de soluções para o sucesso dos empreendimentos de alto impacto social, da ideia à escalabilidade”, conta. Até o momento, mais de 70 negócios já foram acelerados pela Artemísia, que aposta numa visão industrial para esse setor. “Somos pequenos, mas apoiamos empreendimentos que serão uma indústria um dia”, finalizou Alves.
*Foto: Márcio Oliveira. Confira a cobertura fotográfica completa aqui.