A Incubadora Santos Dumont, do Parque Tecnológico Itaipu (PTI), esteve em São Paulo para conhecer a forma de atuação da rede Yunus Negócios Sociais Brasil. O objetivo é passar a oferecer editais com foco em negócios de impacto social, por meio da participação na rede, que é conhecida no mundo por conta de seu fundador: Mohamed Yunus, prêmio Nobel da Paz em 2006, considerado o pai do microcrédito para pessoas com baixa renda.
A rede conta com um fundo de investimento, que financia projetos que geram grande impacto social. “Não são negócios sociais, são negócios de impacto social. Os negócios podem gerar lucro por meio deles, mas o resultado do trabalho tem que gerar impacto social”, explica o gerente de Desenvolvimento de Negócios da Fundação PTI, Hedryk Daijó (na foto com Yunus). Entre as possibilidades de negócios com essa atuação estão sistemas de gestão para microempresas nas comunidades ou aplicativos que impactem na vida das pessoas com baixa renda. O objetivo sempre é impactar um grande número de pessoas.
Como funciona a Yunus
A Yunus Negócios Sociais é nova no Brasil e tem foco principal em universidades, mas foram abertas algumas exceções, como no caso da Incubadora, que pelo papel de atuação em desenvolvimento territorial, teve a sua participação considerada. “Apesar de não sermos uma universidade, tínhamos todas as características para fazer parte da rede”, comenta Daijó.
Para participar da apresentação da rede, feita por Mohamed Yunus, em São Paulo, no início de maio, a Incubadora Santos Dumont contou com um parceiro: a Hot Milk, aceleradora da Pontifícia Universidade Católica (PUC), de Curitiba. “O José Pugas, gestor da Hot Milk, sugeriu à equipe da Yunus que seria interessante a participação da Incubadora no evento, pelo nosso perfil e pela maneira como trabalhamos”, conta o gerente.
A vinda de Yunus ao Brasil aconteceu por meio de um convite feito pela Fundação Dom Cabral, de São Paulo. Cerca de 30 pessoas participaram do encontro, que era fechado. O presidente apresentou a rede e, na sequência, representantes explicaram sobre a possibilidade de fazer parte da rede no Brasil, com o intuito principal de captar recursos para desenvolver negócios de impacto social.
Participar da rede, traz ao PTI uma série de oportunidades. Além do financiamento de projetos, existem as possibilidades de capacitação. “Foi só uma apresentação, que eles chamaram de um ponta pé inicial de formação da rede. Fizemos os contatos preliminares para, na sequência, fazer a filiação. Nós já oficializamos nosso interesse em participar, agora são só as questões burocráticas para definir nossa entrada”, explicou Daijó.
Editais patrocinados
A partir de agora, além do edital convencional, que é aberto todos os anos, a Incubadora Santos Dumont pretende lançar editais financiados ou patrocinados. “É o que vai acontecer com editais como da Yunus, por exemplo. Faremos edital direcionado para projetos com grande impacto social. Ao invés do candidato entrar num hall de qualquer tipo de projeto, como fazemos no edital tradicional”, disse o gerente da Incubadora.
Além desse, outros editais, com temas específicos poderão ser lançados. “Desta forma, além dos temas que já trabalhamos de maneira bastante geral, dando oportunidade para qualquer tipo de ideia inovadora, abriremos editais específicos, para gerar start ups ou negócios com grande possibilidade de êxito”, concluiu.
*Com texto e imagem do PTI