No primeiro dia da 29ª Conferência da NBIA (National Business Incubation Association), em Denver, a Anprotec e a Associação Sueca de Incubadoras e Parques Tecnológicos (SISP) apresentaram modelos de avaliação e certificação de ambientes de inovação em seus países, no painel “International Approaches to National Programs for Incubators”.
A presidente da Anprotec, Francilene Procópio Garcia, apresentou um breve perfil da Associação e o contexto de criação do Cerne, plataforma de gestão voltada a incubadoras, desenvolvida em parceria com o Sebrae. Francilene destacou alguns desafios, relacionados principalmente às diversidades regionais. “Foi necessário entender os diferentes conceitos e níveis de maturidade das incubadoras, bem como os conceitos de inovação e de sucesso, que variam muito de acordo com a atuação e a região em que as empresas e incubadoras se encontram”, apontou.
O consultor de projetos da Anprotec, Carlos Bizzotto, detalhou o processo de criação e de concepção da plataforma, estruturada em três camadas: empreendimento, processo e incubadora e em quatro níveis de maturidade. “Ao criar o Cerne, nosso objetivo foi melhorar a atuação das incubadoras para obter melhores resultados e expandir sua capacidade no suporte às companhias”, disse. Bizzotto apresentou um histórico do desenvolvimento da plataforma, enfatizando o caráter colaborativo e o amadurecimento de discussões com mais de 400 gerentes de incubadoras brasileiras. Em seguida, o consultor também apresentou os principais resultados alcançados com a implantação do modelo.
Avaliação de parques
O presidente da Swedish Incubator and Science Parks (SISP), Magnus Lundin (foto), apresentou o modelo de incubação da Suécia. Entre os anos 2004 e 2014, o governo sueco apostou em um programa de consolidação da estrutura das incubadoras locais, mas a partir de 2015 o foco será no resultado das empresas incubadas. “Dessa forma, também estamos oferecendo suporte às incubadoras, desenvolvendo profissionais e aprimorando processos”, afirmou.
Depois de apresentar atuação das incubadoras suecas, Lundin destacou o programa de avaliação de parques tecnológicos, estabelecido há pouco mais de três anos pela SISP, que reúne cerca de 70 membros, entre incubadoras de empresas e parques tecnológicos. Com o objetivo de desenvolver uma plataforma de aprendizado compartilhado, a SISP desenvolveu um framework sobre a atuação dos parques suecos, destacando o que fazem e como fazem. “Utilizando a mesma descrição de processos podemos apoiar o desenvolvimento entre os parques, pois os gestores passam a utilizar a mesma linguagem para fazer revisões e comparações entre eles”, afirmou.
Como resultado desse modelo, Lundin afirmou que aumentou o engajamento entre os parques e também o aprendizado dos gestores sobre performance, resultados e o impacto de suas organizaçoões. “Nosso objetivo é fazer um programa como esse para as incubadoras, em que as revisões sejam obrigatórias e os gestores sejam treinados para assessorarem seus colegas”, disse.
Troca de experiências
Durante as perguntas do público, a presidente da Anprotec citou a participação da Associação no Programa Nacional de Apoio às Incubadoras de Empresas e Parques Tecnológicos (PNI) como importante ferramenta para a articulação e proposição de iniciativas direcionadas a ambientes de inovação no Brasil, assim como ocorreu com o Cerne. “Criamos essa plataforma para o reconhecimento de nossos resultados e para que os recursos públicos destinados a incubadoras pudessem ser mais bem aplicados”, afirmou.
Francilene também destacou o memorando de entendimento assinado com a SISP, durante a Conferência da IASP realizada no Brasil em 2013, que prevê o desenvolvimento de programas e entre as duas associações. Para o presidente da SISP, Magnus Lundin, o acordo também propiciará oportunidades de aprendizado e negócios entre os dois países. “Em breve, nosso ministro visitará o Brasil e isso poderá ser positivo para nossas incubadoras. Estou ansioso para compartilhar as lições aprendidas pela SISP e pela Anprotec nos dois modelos e ver como podemos cooperar”, disse.
Confira os também os vídeos:
Presidente da Anprotec, Francilene Garcia, fala sobre a participação brasileira na 29ª Conferência da NBIA.
Superintendente-executiva da Associação, Sheila Pires, comenta os principais destaques do evento que faz parte da programação da Missão Técnica 2015.