Captar a nova mentalidade de negócios, fazendo serviços e produtos que atendam a esta nova realidade foi o tema de uma das palestras do 6º Congresso Internacional de Inovação, em Porto Alegre. O evento foi promovido pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), por meio do Serviço Social da Indústria (SESI), Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e Instituto Euvaldo Lodi (IEL). Durante o congresso, o japonês Tomoo Machiba apresentou um trabalho realizado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), em que foi analista sênior de políticas no Departamento de Ciências, Tecnologia e Indústria. A organização mapeou mais de 400 casos de negócios, a fim de desvendar o crescimento da economia verde.
De acordo com Machiba, a inovação verde e o papel dos modelos de negócios nesse processo são vistos como oportunidades de crescimento mundial futuro. Na visão do especialista, o destaque aos novos modelos de negócios incentiva que mudanças promovidas em prol desse objetivo sejam o que os especialistas estão chamando de interruptivas.
O incentivo também se aplica à inovação, que não deve ser somente incremental, mas realmente transformadora para poder responder aos desafios que se colocam diante do futuro do planeta: necessidade de redução drástica da emissão de CO2, ou seja, de 80%, geração de energia suficiente para dar conta do crescimento populacional esperado, mas também dos próprios produtos mais verdes e desse processo de desenvolvimento.
Machiba acredita que o aspecto central da ecoinovação está na mudança de como as pessoas consomem, e não somente na evolução tecnológica. “Isso significa que precisamos de elementos diferentes para esta inovação verde. E para isso, necessitamos de muitos atores”, disse.
Novos modelos de negócios
Alguns modelos que se identificam dessa forma são implementados por empresas aéreas de baixo custo, ou companhias como Google e Facebook, que não cobram por diversos serviços que oferecem, ganhando dinheiro de outra maneira. Para Machiba, a razão do sucesso desses cases de novos modelos de negócios, visível em ecoinovações mapeadas pelo estudo da OCDE, é a constante “conversa” com o cliente e a entrega de valor constante. E no caso dos negócios verdes, a integração dos custo e benefícios sociais.
O 6º Congresso Internacional de Inovação, realizado nos dias 22 e 23 de outubro, teve como tema “Megatendências: inovação e a economia da sustentabilidade”. A iniciativa abordou as tendências que estão afetando a vida e as estratégias das organizações, empresas e da sociedade em geral e convidou os visitantes a uma vivência lúdica que entrelaça saberes acadêmicos e práticos, combinando a dimensão real e a virtual da indústria e da escola em diferentes espaços e tempos.
Fonte: FIERGS/ CNI