O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) lançou nesta manhã (06) o maior edital de sua história, e um dos maiores da história da ciência brasileira: uma chamada de R$ 642 milhões para renovação do programa de Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs). Em entrevista coletiva para a imprensa, o ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação, Clelio Campolina Diniz, destacou a importância desses Institutos para o desenvolvimento do país.
“Os INCTs representam as instituições mais desenvolvidas que temos no conhecimento científico brasileiro. A ciência brasileira está avançando muito, principalmente com o apoio da área educacional. Estamos construindo uma comunidade científica muito qualificada e os INCTs são uma oportunidade de mobilização dessa comunidade, não só por continuar suas atividades de ensino e pesquisa, mas por buscar soluções para o desenvolvimento brasileiro”, afirmou.
Dezenas de projetos, com duração de seis anos, deverão ser selecionados, com potencial para receber até R$ 10 milhões cada. O edital foi lançado hoje, mas as inscrições terão início no dia 7 de julho e irão até 8 de setembro. Os resultados serão divulgados em março de 2015.
O valor inicial de R$ 642 milhões poderá crescer substancialmente ao longo do processo de julgamento dos projetos – previsto para durar seis meses –, à medida que novos parceiros financiadores aderirem ao programa. A bolsa inicial de recursos é dividida entre o governo federal (R$ 300 milhões) e 14 fundações estaduais de amparo à pesquisa (R$ 342 milhões). De acordo com o presidente do CNPq, Glaucius Oliva, várias empresas e outras instituições públicas, incluindo ministérios, como o da Saúde, e autarquias do governo federal, como a Secretaria de Aviação Civil, já manifestaram desejo de contribuir para o edital.
“O lançamento da chamada pública representa a continuidade da política de financiamento da ciência no sistema nacional de Ciência Tecnolgia e Inovação (C,T&I), que tem vários níveis de organização. Os INCTs são o topo desse sistema de financiamento à ciência, em que nós agregamos grupos de excelência onde temos as melhores competências do país, fazendo ciência voltada para a solução dos grandes problemas nacionais”, explicou Oliva.
Acesse a chamada.
Histórico
O programa de INCTs nasceu em 2008, com um edital de R$ 405 milhões, que selecionou 122 projetos, e depois cresceu para R$ 600 milhões, com a adição de novas fontes de recursos. Uma chamada complementar, em 2010, acrescentou quatro projetos e mais algumas dezenas de milhões de reais ao portfólio do programa.
No total, foram investidos R$ 850 milhões em 126 INCTs, envolvendo quase sete mil pesquisadores, em quase duas mil instituições, que nos últimos cinco anos (2009-2013) foram responsáveis por 20% da produção científica brasileira, segundo Glaucius Oliva.
No balanço geral do programa, foram publicados 26.215 trabalhos em revistas científicas internacionais e 7.995, em revistas nacionais, além de 905 livros, envolvendo centenas de parcerias com laboratórios e instituições estrangeiras. Também foram geradas 118 inovações, incluindo produtos, processos e até políticas públicas associadas diretamente aos resultados das pesquisas. Quase 11 mil pesquisadores foram formados dentro do programa, entre mestres, doutores e pós-docs.
Além do ministro e do presidente do CNPq, estavam presente no lançamento do edital, o secretário executivo do MCTI, João De Negri, e o presidente da Agência Brasileira de Inovação (Finep), Glauco Arbix.
* Foto: Giba/Ascom do MCTI