Realizada após a Cerimônia de Abertura do Seminário Nacional, a sessão plenária 1 foi dedicada à discussão do tema do evento: parques tecnológicos e ambientes de inovação modelando novas cidades. O palestrante convidado foi Anthony Townsend (foto), diretor de pesquisa do Institute for the Future, dos Estados Unidos, e doutor em Planejamento Urbano e Regional peloMassachusetts Institute of Technology.
Townsend comentou causas, benefícios e perigos potenciais das chamadas cidades inteligentes, que, na definição dele, “são lugares em que a tecnologia da informação é utilizada para enfrentar os problemas urbanos”. Segundo ele, a democratização da tecnologia da informação pode gerar novas plataformas para que todos os cidadãos tenham acesso a oportunidades e recursos.
Após a apresentação de Townsend, representantes de parques de dois países compartilharam experiências relacionadas à melhoria das cidades e regiões onde estão instalados. O exemplo brasileiro veio doPorto Digital, de Recife (PE), que apresentou o projeto Porto Leve, que tem por objetivo contribuir para a melhoria da mobilidade urbana. A gerente de projetos do parque, Cidinha Gouveia (foto), apresentou os desafios que motivaram o projeto. “Um dos grandes problemas enfrentados era a falta de vagas de estacionamento, além do trânsito congestionado”, afirmou.
O plano completo do Porto Leve é composto por três etapas. A primeira engloba toda a parte de mobilidade, com destaque para a implantação de estações para empréstimos de bicicleta (já implantadas) e carros elétricos, incluindo a abertura de estacionamentos inteligentes – os quais indicam em um aplicativo de celular onde estão as vagas. A segunda fase tem ênfase em segurança, por meio da leitura automática de placas de carros que circularem na ilha do Bairro do Recife e colocação de chips em alguns veículos, que terão sua entrada e saída monitorada. A terceira conta com a estruturação de um centro de estudos, que irá fazer análises e propor soluções para problemas de segurança e trânsito. A implantação ocorre conjuntamente com prefeitura do município, que é o responsável pela instalação dos equipamentos urbanos, como estações de bicicletas e câmeras de monitoramento.
O exemplo estrangeiro foi o parque científico e tecnológico Berlin Adlershof, da Alemanha, que foi apresentada pelo CEO Hardy Schmitz (foto). Instalado em uma região que antes não tinha nenhum estabelecimento sobrevivente à reunificação do país, o parque conta atualmente com 950 companhias, 15 mil empregados e 8 mil estudantes, reunidos em um ambiente propício para estudar, abrir um negócio e vê-lo crescer. Soluções e oportunidades nas áreas de ótica, materiais, mídia, meio ambiente e fotovoltaicos são amparadas pelos laboratórios ao mesmo tempo em que atividades culturais, comércios e parques oferecem qualidade de vida aos cidadãos.
Das ideias provenientes do Berlin Adlershof que têm sido implantadas na capital da Alemanha, as que mais chamam atenção são as da área de energia renovável. No parque, a transição de energia está se tornando uma realidade por meio de 36 empresas que atuam na área. As pesquisas incluem tecnologias de filme-fino solar, novos sistemas de armazenamento de energia, eletromobilidade e redes inteligentes.
Para finalizar a plenária, a presidente do Conselho Consultivo da IASP, Jane Davies, falou da 3ª geração de parques a áreas de inovação.
*Fotos: Cristiana Dias/Divulgação