Ontem (14) aconteceu a última atividade de conteúdo do Innovation Summit Brasi 2019, em Florianópolis-SC – hoje estão acontecendo as visitas técnicas aos ambientes de inovação da cidade. Encerrando o evento com chave de ouro, além de contar com importantes especialistas, o Fórum Sebrae de Inovação trouxe uma grande novidade aos participantes: um milharal em tamanho real na entrada do evento.
Para dar as boas-vindas ao público, o presidente da Anprotec, José Alberto Sampaio Aranha, e o diretor técnico do Sebrae Nacional, Bruno Quick, iniciaram as apresentações introduzindo o tema.
Com dois painéis de debates e uma palestra, os três momentos contaram a com a contextualização de Marcos Da Ré, diretor de economia verde da Fundação Certi, que comparou os ecossistemas da natureza com os de inovação.
O primeiro painel – Ecossistema de inovação: Como integrar uma rede organizada de alto valor agregado – contou com a moderação de Maurício Guedes, diretor da Faperj e ex-diretor do Parque Tecnológico da UFRJ, e com os especialistas Luís Humberto Villwock, gestor de prospecção e negociação no Tecnopuc-RS, Franscico Saboya, vice-presidente da Anprotec, superintendente do Sebrae-PE e ex-head do Porto Digital, e Dani Lucia Xavier, Secretária Municipal de C&T, Indústria e Comércio de Santa Rita do Sapucaí-MG.
“Assim como em um ecossistema natural, os Ecossistemas de Inovação apresentam um equilíbrio dinâmico, uma diversidade de nichos, espécies e comunidades, zonas de tensão ecológica e fluxos de matéria, energia e informação”.
Dando início à discussão, Francisco Saboya destacou a necessidade de se apostar em novos modelos disruptivos para criar ambientes inovadores, utilizando o exemplo do Porto Digital, em Recife. “O fato de o Porto Digital ter se instalado em uma parte urbana da cidade e não em uma universidade ilustra um pouco do que é essa cooperação entre diferentes atores, pois a instalação de um parque tecnológico nessa área foi responsável por gerar empregos, revitalizar uma parte histórica da cidade e outras consequências positivas”.
Em seguida, Dani Lucia Xavier tratou sobre os impactos do trabalho em conjunto de academia com a indústria. “Em Santa Rita de Sapucaí, as primeiras empresas de base tecnológicas nasceram de projetos de alunos das universidades, utilizando o conhecimento que era gerado ali, ou seja, a integração de universidades e empresa é essencial, assim como a participação de outros atores”.
Encerrando o primeiro painel, Luis Villwock afirmou que as universidades estão passando por uma transição e terão uma influência importante nos ecossistemas de inovação. “A nova missão das universidades vai além de formar alunos, o conceito está se transformando e o objetivo agora é desenvolver soluções conjuntas, estimular soluções que tenham impacto na sociedade”.
O segundo painel – Competição pela sobrevivência: Quais recursos são necessários para garantir a competitividade no longo prazo? – tratou sobre a relação entre empreendedores, investidores e grandes empresas, e teve a moderação de Paulo Renato Cabral, gerente da Unidade de Inovação do Sebrae Nacional. Além disso, contou com os especialistas Newton Frateschi, diretor executivo da Agência Inova Unicamp, Cássio Spina, presidente da Anjos do Brasil, Flávio Marinho, gerente executivo de tecnologia e inovação do SENAI CIMATEC, e Tomás Ferrari, CEO da Geek Hunter.
De acordo com Ferrari, muitos empreendedores brasileiros pensam nos aportes como um dos primeiros passos de uma startup, mas não é bem assim. “O investimento não é um objetivo, mas uma consequência das ações da empresa. Os resultados e as projeções vão determinar a necessidade do capital.”
Já Spina falou sobre o que, para ele, é essencial para empreendedores que desejam captar investimentos. “Transparência é fundamental. A relação entre as duas partes deve ser de total confiança. O fundador deve falar o que a startup é ou não é, do que ele sabe ou não sabe. Muitas vezes, o empreendedor, no afã de agradar o investidor, exagera na história e pode ter problemas”, disse.
Flávio Marinho ressaltou que o ambiente de inovação se atualiza constantemente. “Ele vai se adaptando e ganhando novos nomes, como hubs, fundos… Mas que identidade é essa? Cada um tem a sua natureza e precisamos discutir como podemos trabalhar em conjunto em prol do ecossistema”.
Nessa linha, Newton Frateschi também apontou que “uma das grandes dificuldades do ecossistema de inovação ainda é a falta de cultura das grandes empresas em buscar por pesquisadores para o desenvolvimento de inovações”.
A última apresentação do Fórum Sebrae de Inovação foi realizada pelo diretor de investimentos da Yunus Negócios Sociais, Luciano Gurgel, que concluiu o evento com a palestra “Como a perspectiva de impacto social e ambiental está transformando o modo como as pessoas empreendem e estruturam seus negócios?”.
Durante seu discurso, Gurgel pontuou as características empreendedoras que estão presentes desde os primórdios da humanidade, ressaltando o papel fundamental da união nesse processo. “A jornada do ser humano é uma história empreendedora, o homem sair do Leste da África e dominar o planeta é uma atitude empreendedora, e isso só aconteceu quando começamos a trabalhar em cooperação. O homem só se desenvolveu quando começou a colaborar com os outros. Confiança, colaboração, empreendedorismo e inovação são aspectos indispensáveis para a evolução”.