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Luciane Meneguin Ortega, docente da Universidade de São Paulo (USP) e vice-coordenadora da Agência USP de Inovação, associada à Anprotec, assumiu, em setembro, o cargo de Coordenadora Geral de Ambientes Inovadores e Empreendedorismo junto à Secretaria de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (SETEC) no Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC).
“A Anprotec fica muito satisfeita ao ver nomes com relevante trajetória na área de gestão da inovação e empreendedorismo e na nossa entidade serem convidadas e assumirem importantes funções nas instâncias de decisão de órgãos de estado, como o MCTIC. É o caso da nossa colega Luciane Ortega, a quem desejamos sucesso na função e nos colocamos à disposição para continuar atuando de forma cooperada com o Ministério”, destaca Jorge Audy, presidente da Anprotec.
Em entrevista à Anprotec, Luciane comenta suas expectativas e apresenta sua visão sobre a importância do empreendedorismo inovador para o desenvolvimento do país. Confira abaixo.
Quais são suas expectativas em relação ao cargo que assumiu no MCTIC?
Assumi o cargo de coordenadora geral de ambientes inovadores e empreendedorismo junto à Secretaria de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (SETEC) no Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), no último dia 18 de setembro e para mim tem sido um enorme privilégio.
A coordenação envolve o apoio aos ambientes de inovação, estímulo ao empreendedorismo inovador, geração e desenvolvimento de startups, inserção e fixação de pesquisadores nas empresas, gestão tecnológica de micro e pequenas empresas, estímulo à interação universidade-empresa. Estímulo à difusão e transferência de tecnologia, e programas e projetos de cooperação internacional. Para tanto utilizamo-nos de alguns instrumentos tais como: Incubadoras de empresas; Parques tecnológicos; Polos tecnológicos; Arranjos Produtivos Locais; Hubs de inovação; Aceleradoras; Espaços de coworking; Laboratórios de prototipagem; Centros de inovação; Bolsas de fomento tecnológico; Acordos de cooperação; e Convênios e chamadas públicas.
Como docente da Universidade de São Paulo (USP) e responsável por projetos de pesquisa, ensino e extensão nas áreas de inovação e empreendedorismo no âmbito de uma universidade, poder atuar em políticas públicas voltadas para a disseminação e fortalecimento de tais áreas é algo desafiador.
Com este entusiasmo, espero poder colaborar para o fortalecimento dos ambientes de inovação e em prol de um empreendedorismo inovador no Brasil através de ações com forte articulação entre governo, universidades, associações e empresas.
Como vê esse momento no contexto mais amplo das outras atividades que exerce?
No contexto da universidade pública tive a oportunidade de idealizar e atuar em prol da criação de um ambiente de inovação denominado Habits – Incubadora-Escola (http://incubadorahabits.com.br), sendo este o primeiro com modelo de governança do que chamamos 100% USP – tendo toda gestão realizada por membros internos à universidade. Para tanto, enfrentei desafios jurídicos, desafios de falta de recursos financeiros e de infra-estrutura, além dos desafios para disseminar uma cultura empreendedora e inovadora no âmbito da universidade. Através desta experiência, pude ampliar meu aprendizado sendo vice-coordenadora do NIT (Núcleo de Inovação Tecnológica) da USP – Agência USP de Inovação (http://inovacao.usp.br) durante quase 5 anos, onde pude aprender e praticar sobre a importância de gerir a política de inovação e o fomento do empreendedorismo para promover a utilização do conhecimento científico, tecnológico e cultural produzido na universidade, em prol do desenvolvimento sócio-econômico sustentável do Estado de São Paulo e país.
Assumir este cargo no Ministério me trás agora a expectativa de poder contribuir num contexto mais amplo, articulando políticas que estimulem ambientes que se proponham a inovar e a gerar empreendedores realmente de impacto em prol da sociedade.
Sob o ponto de vista dos ambientes de inovação, mais especificamente, espero que os mesmos se tornem promotores do empreendedorismo, oferecendo suporte técnico, gerencial e formação complementar ao empreendedor que ali se instale.
Qual é a importância do empreendedorismo inovador para o desenvolvimento do país?
O fenômeno do empreendedorismo e da inovação é de uma importância imprescindível para o desenvolvimento sócio-econômico do Brasil. Acredito que ele começa muito antes do ato de se criar empresas, mas sim com a disseminação de uma cultura empreendedora capaz de criar e gerar oportunidades, uma cultura que entenda que o empreender pode ser despertado em qualquer estágio da vida e que a necessidade de melhorar seja um produto, um processo, uma estratégia devam ser práticas diárias de uma sociedade que queira ser inovadora. Esta cultura precisa ser disseminada não somente no contexto de uma sala de aula, mas também nas mais diversas instituições. O impacto de se ter uma sociedade voltada para a geração de empregos, mas também voltada para a promoção de uma série de valores culturais trarão impactos no âmbito social que o Brasil tanto precisa.
Sob o ponto de vista da inovação, acredito que a mesma só pode ser considerada como inovadora se a sociedade usufrui de tal avanço. Em suma, a cultura do empreendedorismo deve ser capaz de gerar inovações que de fato possam refletir em benefícios diretos para a sociedade. Para se alcançar este cenário, a articulação entre diversos atores deve ocorrer e de forma eficaz.
Neste sentido, espero através desta oportunidade junto ao MCTIC colaborar para que a articulação entre as universidades, empresas, associações e as mais diversas iniciativas em prol da inovação e empreendedorismo se fortaleçam e que haja ainda, forte empenho para que a proteção e a transferência de tecnologias estejam de fato à disposição da sociedade. Afinal, a sociedade deve ser o maior beneficiado por tais articulações.
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