Samsung investe em AgTech para controle de infestações na lavoura
Controlar as infestações do bicudo-do-algodoeiro, uma das pragas mais prejudiciais ao cultivo do algodão, é um desafio para as lavouras brasileiras. De manejo oneroso e complexo, o custo médio da cotonicultura é de cerca de US$ 2,3 mil por hectare, segundo a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária). A presença do inseto nas plantações implica em prejuízo de 10% do custo médio empregado na produção.
A Tarvos, única AgTech dentre as doze empresas selecionadas para a quarta rodada do Samsung Creative Startups, programa de aceleração de base tecnológica em parceria com a Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec) e o Centro Coreano de Economia Criativa e Inovação (CCEI), desenvolveu um sistema de monitoramento e controle de pragas agrícolas capaz de atrair e classificar os insetos com o uso de inteligência artificial. Os dados coletados no campo ficam armazenados na nuvem e são disponibilizados ao usuário por uma plataforma aberta de gerenciamento e acompanhamento das informações.
“Armadilhas inteligentes coletam dados com precisão direto do campo, indicando ao produtor o melhor momento e local correto para aplicações de defensivos químicos, evitando assim a aplicação de insumos desnecessários na plantação”, explica Andrei Grespan, CEO da Tarvos.
Como uma das startups selecionadas para o programa Samsung Creative Startups, a Tarvos receberá até R$ 200 mil, livres de equity, para investimento exclusivo no desenvolvimento de produtos e serviços. O programa inclui mentorias técnicas e de mercado, treinamentos e assessorias com profissionais da Samsung, que mantém, em Campinas, um Centro de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação. Desde 2016, quando ocorreu a primeira edição do Creative Startups, já foram 33 aceleradas.
“O Creative Startups é parte da estratégia da Samsung para impactar e incentivar, com o apoio de incubadoras parceiras, o desenvolvimento de soluções tecnológicas em todo país. Conforme a evolução, avaliamos quais têm mais potencial para serem incorporadas ao nosso ecossistema. O nosso diferencial é manter o foco nos produtos oferecidos pelas startups, não somente na operação do negócio”, diz Paulo Quirino, Coordenador Nacional do Programa Creative Startups na área de Pesquisa e Desenvolvimento da Samsung.
Ao final do Batch 4, as startups têm a chance de serem indicadas para um intercâmbio cruzado na Coreia do Sul, quando poderão apresentar as soluções desenvolvidas para investidores asiáticos. Em 2018, a IoT Makers, que criou o Galena, um roteador para Internet das Coisas que permite ao usuário conectar dispositivos como lâmpadas e smartphones e disponibiliza um sistema de autodiagnostico de segurança; e a Joga+, que desenvolveu um aplicativo para que jogadores de futebol otimizem seu desempenho em campo por meio do monitoramento das práticas feitos via smartwatch ou smartphone, foram as escolhidas.
As startups também podem ser selecionadas para participar do Samsung Developers Conference, a conferência anual de desenvolvedores realizada pela empresa em São Francisco, na Califórnia. É o caso da Dreamkid, empreendimento que criou o Felt, plataforma de jogos interativos para ajudar as crianças a expressarem e lidarem com os sentimentos, que foi a primeira startup a participar do evento por meio do Programa.