A segunda plenária da 33ª Conferência Anprotec, que aconteceu no dia 7/11, contou com a presença do palestrante Franklin Luzes Junior, COO Microsoft Participações e Idealizador da iniciativa Women Entrepreneurship (WE) Ventures que têm como objetivo o fomento à educação e ao empreendedorismo feminino no Brasil. A moderação da atividade foi realizada por Rosana Jamal, Diretora da Anprotec e Co-fundadora da Baita. 

Franklin Luzes iniciou a plenária relatando um pouco sobre sua trajetória no empreendedorismo inovador, quando ainda na Universidade criou a sua primeira empresa, a qual em 1999 ganhou o prêmio de melhor empresa de inovação, pela Anprotec, até sua carreira na Microsoft como vice-presidente de inovação e novos negócios.

Em seguida ele apresentou os dados que embasaram a criação da iniciativa sobre WE Ventures. “Viemos para mudar o sistema e apoiar o empreendedorismo feminino. Mas por quê? Um estudo nos mostrou que startups fundadas por mulheres recebem apenas 2.2% do capital mundial de Venture Capital, enquanto geram o dobro de retorno. Nossa missão é equilibrar esse cenário”, explicou. 

Franklin explica que a iniciativa não é fruto de caridade, mas sim de dados que comprovam que o apoio ao investimento em mulheres na tecnologia pode aumentar o PIB Mundial, variando a economia global de $2,5 trilhões a até $5 trilhões. Além disso, startups fundadas por mulheres têm saídas e lucros mais rápidos: cerca de 6,4 anos contra 7,4 anos, quando liderados por homens.

Outro ponto apresentado pelo vice-presidente é que somente a representatividade pode mudar esse cenário. Startups americanas com pelo menos uma fundadora contratam 2,5 vezes mais mulheres do que startups fundadas apenas por homens. Por isso, o fundo WE surgiu dentro da Microsoft com o objetivo de apoiar boas ideias que enxergamos que irão causar algum tipo de impacto positivo na sociedade e que possam impulsionar cada vez mais o crescimento do empreendedorismo feminino no Brasil.

“Para isso, investimos e apoiamos startups de tecnologia e inovação lideradas por mulheres que tenham participação societária na organização. Seja através de acesso a capital, grandes corporações ou mentores experientes, a WE vai te apoiar”, afirmou.

O fundo conta com um time de mentoras líderes de grandes empresas tecnológicas aconselhando o negócio e as empreendedoras. Ao longo de 3 anos de projeto foram mais de 1500 startups inscritas de todo o brasil e 8 investimentos diretos e indiretos concluídos. 

“Criamos o e ventures para buscar equilibrar a representatividade feminina na tecnologia brasileira. Procuramos investir em startups que tenham um faturamento anual de pelo menos 500 mil, a ideia é agregar valor na empresa que já está tracionando, e não investir em uma ideia. Atualmente estamos com a média de fazer 3 a 4 investimentos no ano”, ressaltou.

Por fim, Franklin ressaltou a importância das startups estarem preparadas efetivamente para receberem o investimento, sendo muito importante estarem conectadas a uma incubadora ou aceleradora. 

“O critério do nosso funil é primeiramente a empreendedora, os softs skills. A segunda é se a empresa consegue ser replicável e escalável, por isso esperamos que a empresa já tenha uma receita corrente. Por último, o pitch day, onde a startup tem a oportunidade de apresentar a sua empresa para todos os investidores. A partir disso é decidido aquelas que vão ter investimento direto e outras que ficarão sob monitoramento até que estejam prontas para receberem o investimento”, finalizou.