Aconteceu hoje, 8/11, na 33ª Conferência Anprotec, a Trilha 4, que explorou o tema “Empreendedorismo inovador, inclusivo, diverso e de periferia”. Nesta trilha foram discutidos os impactos da inovação e das novas tecnologias para superação de desafios relacionados à desigualdade e à inclusão socioeconômica, trazendo para o centro da inovação uma diversidade de pessoas e públicos que costumam ficar à margem desses processos.
Estavam presentes na trilha, os palestrantes, Anápuáka Muniz Tupinambá Hã hã hãe, CEO e fundador da Casa e Rádio Yandê, João Souza, co-fundador e diretor de novos negócios & parcerias do FA.VELA e Sil Bahia, co-diretora executiva do Olabi. A moderação foi conduzida por Emanuelly Oliveira, fundadora do projeto Social Brasilis.
A trilha iniciou com a apresentação de Emanuelly Oliveira explicando o que são negócios de impacto social e sobre sua trajetória como fundadora do projeto Social Brasilis, que forma líderes comunitários e desenvolve ações e programas educativos e corporativos, voltados para a tecnologia e o impacto positivo na sociedade, além de oferecer consultoria de projetos de desenvolvimento social e negócios.
“O nordestino já nasce empreendedor, utilizando dos recursos que ali tem para solucionar suas dores e garantir, muitas vezes, a sua sobrevivência. Foi nessa realidade que surgiu o Social Brasilis, um negócio social cearense que desenvolve habilidades 4.0 e competências digitais em pessoas da base da pirâmide através de programas educacionais digitais, que preparam pessoas e comunidades para o futuro da sociedade e para a nova economia”, explicou”, ressaltou.
Na sequência, Sil Bahia apresentou sua trajetória como co-diretora executiva do Olabi, uma organização social com iniciativa de mudanças positivas na sociedade com atuação nas áreas de inovação social, tecnologia e criatividade por meio de conteúdos e metodologias, além do Preta Lab, principal iniciativa do Olabi que visa mapear mulheres negras que trabalham na área de inovação e dessa forma inspirar outras mulheres.
“Somos uma organização que acredita que as inovações e as tecnologias podem trabalhar para uma sociedade mais ética, diversa e inclusiva. Por um futuro que caibam todas as pessoas”, afirmou.
Em seguida, João Souza falou sobre a importância de adequar a linguagem da inovação para que seja de acesso a todos e compartilhou sobre sua jornada como co-fundador e diretor de novos negócios & parcerias do FA.VELA, empreendimento social reconhecido pela rede global Ashoka. Além disso, João relatou também sobre sua experiência como fundador e Head da Futuro Inclusivos, plataforma de inovação social do FA.VELA que tem como propósito apoiar empresas, governos e organizações sociais no desenvolvimento de seus objetivos para a construção de futuros plurais.
“Somos um negócio de impacto social liderado por empreendedores negras/os, LGBTQIA+ e periféricas/os. Um hub de educação e aprendizagem empreendedora, inovadora e digital que visa promover a diversidade e o desenvolvimento social, econômico e ambiental por meio do empoderamento de grupos e territórios vulnerabilizados, através de metodologias de ensino, trilhas de inovação e impacto social elaboradas para preparar as pessoas para o futuro do trabalho”, explicou.
Por fim, Anápuàka Muniz Tupinambá Hã hã hãe contou sua trajetória pessoal e como líder em iniciativas com foco em tecnologia e culturas indígenas. Ele explicou sobre a importância do impacto social gerado pelo empreendedorismo indígena e sua missão como fundador e CEO da Rádio Yandê e Casa Yandê, Co-fundador do Movimento Civil Agora e como idealizador da startup Maní Bank.
“O Maní Bank é o 1º banco indígena do Brasil com o objetivo de ofertar serviços financeiros pensados de acordo com as demandas dos mais de 300 povos indígenas originários com mais de 200 línguas diferentes que vivem no país e tem a ambição de mudar realidades. Hoje, temos quase 5 milhões de indígenas espalhados pelo Brasil que precisamos atingir”, concluiu.
Ao longo da trilha foram explorados vários temas pelos participantes, incluindo tendências e novas tecnologias para a inovação rural e no interior do país, a ampliação da diversidade de programas de empreendedorismo, formas de estreitar a distância entre o apoio empreendedor e a agenda de investimento social privado no Brasil, experiências e práticas de empreendedorismo nas periferias, capital de risco, equidade racial e outros.